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Ribeiro, Mara Fernandes [Dissertação, 2014].pdf: 3051138 bytes, checksum: 7536143779553e35c3e2d8ad11a9b9bf (MD5) === Made available in DSpace on 2017-04-17T18:56:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Ribeiro, Mara Fernandes [Dissertação, 2014].pdf: 3051138 bytes, checksum: 7536143779553e35c3e2d8ad11a9b9bf (MD5) === Os acidentes causados por aranhas do gênero Loxosceles representam importante problema de
saúde pública no Brasil, sendo as principais espécies de importância médica L. intermedia, L.
laeta e L. gaucho. O veneno dessas aranhas promove grave dermonecrose no local da picada,
e menos comumente, doença sistêmica que pode ser fatal. O mecanismo de ação desse veneno
não está completamente elucidado, trata-se de um processo multifatorial, que envolve a ação
direta do veneno sobre os tecidos e a resposta do organismo a agressão causada pelo mesmo.
Os camundongos constituem o modelo experimental menos susceptível ao desenvolvimento
dos efeitos locais decorrentes do envenenamento por aranhas Loxosceles, dessa forma, sua
utilização representa grande interesse clínico, cujo objetivo é desvendar tal mecanismo de
proteção presente nestes animais. Este trabalho teve como objetivo caracterizar as atividades
do veneno de Loxosceles intermedia, bem como avaliar as atividades in vivo deste veneno em
camundongos. A manipulação e os procedimentos com os animais obedeceram aos princípios
da CEUA/UFF (Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal Fluminense).
Foi demonstrado, in vitro, que o veneno de L. intermedia não apresenta atividade
fosfolipásica A2, a atividade hialuronidásica e colágenásica foram dependente da
concentração do veneno enquanto que a atividade proteolítica e esfingomielinásica foram
observadas apenas em altas concentrações. Para descrever as ações do veneno de L.
intermedia em camundongos, foi proposta a utilização de três diferentes linhagens: BALB/c,
C57BL/6 e Suiço. A atividade edematogênica na pata dos camundongos inoculados com o
veneno foi observada para as três linhagens testadas, sendo persistente por 24 horas, apenas
para as linhagens BALB/c e C57BL/6. A análise histopatológica do local de inoculação
intradérmica do veneno no abdomen apresentou diferenças relevantes, como, intensa
congestão vascular em Suiços e presença de infiltrado inflamatório no local de inoculação na
pele de BALB/c e C57BL/6. A partir destes achados, investigou-se a mobilização de células
inflamatórias a partir da medula óssea, no baço e no sangue por citometria de fluxo, que
demonstrou resposta imunológica inata típica, com aumento da cinética de células mieloides e
linfócitos T citotóxicos para camundongos C57BL/6, e resposta tipicamente
adquirida/humoral, com aumento preferencial de linfócitos B convencionais e T auxiliar para
camundongos BALB/c. Desta forma, este trabalho demonstrou que modelos animais
semelhantes podem apresentar diferentes respostas a inoculação deste veneno. A presença do
infiltrado inflamatório no local de inoculação do veneno e a mobilização de células
inflamatórias a partir da medula óssea, baço e sangue revelaram que diferentes linhagens de
camundongos apresentam diferenças no tipo celular envolvido na resposta imunológica
decorrente do envenenamento ou esta diferença pode estar relacionada ao tempo e velocidade
da resposta em cada linhagem de camundongos. A partir destes resultados este trabalho
sugere que camundongos da linhagem BALB/c podem ser utilizados como modelo para
estudar a produção de IgM e IgG induzido pelo veneno, incluindo análise de citocinas,
quimiocinas e mecanismos moleculares, por outro lado camundongos C57BL/6 podem ser
utilizados para descrever a participação de células mielóides durante o envenenamento por
aranhas do gênero Loxosceles === Accidents caused by spiders of the genus Loxosceles represent an important public health
problem in Brazil, being the major species of medical importance L. intermedia, L. laeta and
L. gaucho. The venom of these spiders induces an intense dermonecrosis at the bite site, and
less commonly, systemic disease that can be fatal. The mechanism of action of this venom is
not fully elucidated, it is a multifactorial process, which involves the direct action of the
venom on the tissues and the body's response to aggression caused by it. The mice are an
experimental model less susceptible to development the local effects of poisoning Loxosceles
spiders. Thus, their use is great clinical interest, whose goal is to unravel the mechanism of
this protection in these animals. This study aimed to characterize the activities of Loxosceles
intermedia venom, as well as evaluating the in vivo activity of this venom in mice.
Manipulation and procedures with animals obeyed the principles of CEUA / UFF (Ethics
Committee on Animal Use Universidade Federal Fluminense). It has been shown in vitro that
the venom of L. intermedia shows no phospholipase A2 activity and the hyaluronidase and
collagenase were dependent on the concentration of the poison and while the proteolytic and
sphingomyelinase activity were observed only at high concentrations. To describe the actions
of the venom of L. intermedia in mice, it was proposed to use three different strains: BALB/c,
C57BL/6 and Swiss. The activity in the paw edema of mice inoculated with the venom was
observed for the three strains tested, being persistent for 24 hours, only for the strains
BALB/c and C57BL/6. Histopathological analysis of the site of venom intradermal
inoculation in the abdomen showed significant differences, as intense vascular congestion in
Swiss and inflammatory infiltration at the site of inoculation in the skin of BALB/c and
C57BL/6. From these findings, we investigated the mobilization of inflammatory cells from
the bone marrow, spleen like effector organ, and migration into the blood by flow cytometry,
which showed a typical innate immune response, with increased kinetics of myeloid cells and
cytotoxic T lymphocytes to C57BL/6 mice, and response typically acquired / humoral, with a
preferential increase of conventional B lymphocytes and T helper to BALB/c mice. Thus, this
study demonstrated that similar animal models may have different responses to inoculation of
this venom. The presence of the inflammatory infiltrate at the site of inoculation of the venom
and the mobilization of inflammatory cells from the bone marrow, spleen and blood revealed
that different strains of mice differ in cell type involved in the immune response resulting
from poisoning and this difference can be related time and speed of response for each strain of
mice. From these results, this study suggests that BALB/c mice can be used as a model to
study the production of IgM and IgG induced by the venom, including analysis of cytokines,
chemokines and molecular mechanisms, on the other hand C57BL/6 mice can be used to
describe the involvement of myeloid cells during poisoning by spiders of the genus
Loxosceles
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