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Previous issue date: 2011-10-11 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The utmost purpose of this dissertation is the full understanding of the hypothesis presented by Adorno and Horkheimer in their book Dialectic of Enlightenment, which approaches the relationship between the concepts of nature and the women s world, and seek to make evidence, through weaving an activity common to all the females portrayed in the Odyssey, the work analyzed by these authors, followers of the School of Frankfurt theories of a second viable means to highlight the relevant role of women in the Antiquity. So as to attain such objective, two main paths have been followed: the first one aimed at studying the theory brought about by Adorno and Horkheimer while, simultaneously going deeper into the interpretation such authors have made of Homer s epopee. When describing the Dialectic of Enlightenment, the authors had, as their prime purpose, the investigation of the bond between reason and domination and used The Odyssey to set the grounds for their theory; nevertheless, due to the allegoric means they based their work upon, they ended up by inserting domination into the roots of rational thought. Ulysses, under their viewpoint, was the model of a bourgeois man who should govern Nature and himself on behalf of self-preservation. Adorno and Horkheimer introduced such a strict theory that finds parallel only in the conceptual strictness they criticized. In the narrow bond they created between reason and domination, the women represented in the Dialectic of Enlightenment by two essential figures, the wife and the prostitute, do not manage to find any other way of behavior, besides being in full compliance with the rules of their time. The second path intruded into the weaving and construed it as a way-out for the scheme proposed by Adorno and Horkheimer. By virtue of this (cultural) activity, described as a female talent, a quite different approach from the one that bound nature and women s role could be found. Therefore, weaving, which contains in itself an etymological bond with the word "text", stands out as a possibility of the feminine way of speaking, an amplification of women's voice in the Antiquity, besides being their means of participation in the outside world, a world that is so different from the home environment to which they usually belong === A presente dissertação teve como objetivos principais a compreensão da
hipótese apresentada por Adorno e Horkheimer, em seu livro A Dialética do
Esclarecimento, sobre as relações entre os conceitos de natureza e feminino, bem
como, buscar por meio da tecelagem, atividade comum a todas as figuras femininas
da obra analisada pelos autores frankfurtianos, a Odisseia, um segundo caminho
viável para a participação das mulheres na Antiguidade. Para tanto dois eixos
principais foram desenvolvidos.
O primeiro consiste em uma aproximação em relação à teoria de Adorno e
Horkheimer, assim como da interpretação que os autores fazem da epopeia
homérica. Ao escreverem a D.E., os autores tinham como objetivo principal
investigar o vínculo entre razão e dominação e fizeram uso da Odisseia para
fundamentar a sua teoria; entretanto, por meio da interpretação alegórica que fazem
da obra, findam por inserir a dominação nas bases do pensamento racional.
Fazendo de Ulisses modelo do homem burguês, que deve dominar a natureza, bem
como a si mesmo em nome da autoconservação, Adorno e Horkheimer estabelecem
uma teoria tão rígida quanto à rigidez conceitual que criticam. No liame estreito que
criam entre razão e dominação, as mulheres, representadas na D.E. por duas
figuras essenciais, a esposa e a prostituta, também não encontram nenhuma outra
via de atuação que não a de dominada.
O segundo eixo do trabalho trata da tecelagem como saída para o esquema
proposto por Adorno e Horkheimer. Por meio desta atividade (cultural), apresentada
como um dom feminino, foi possível encontrar uma abordagem diferenciada daquela
que vincula natureza e feminino. O tecer, que contém um vínculo etimológico com a
palavra texto, aparece, portanto, como uma possibilidade de palavra feminina, uma
amplificação da voz das mulheres na antiguidade, assim como, uma forma de
participação exterior ao âmbito doméstico ambiente em que essas são usualmente
ligadas
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