Caminhos para Deus: a razão e o coração segundo Blaise Pascal

Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rildo da Luz Ferreira.pdf: 1199792 bytes, checksum: 1ce83442900d0f09f79a483d9f48e71b (MD5) Previous issue date: 2012-06-13 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === The context in which Blaise Pa...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ferreira, Rildo da Luz
Other Authors: Queiroz, José J.
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
God
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/1860
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rildo da Luz Ferreira.pdf: 1199792 bytes, checksum: 1ce83442900d0f09f79a483d9f48e71b (MD5) Previous issue date: 2012-06-13 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === The context in which Blaise Pascal used to be studied was the claiming for faith and the heart before a cartesian reason that deprives all the knowledge from cognoscitive value that is not founded in itself only. From that perspective, Pascal`s work especially Pensées, would not be the result from a sort of marked fideism. In this context of interpretation, the wager argument was understood as a clear sign of Pascalian conviction of the impossibility of human reason to know Good. The only way to reach God would be the faith that God himself offers. The way to overcome the infinite distance that separates us from the infinite and unshared Being would be the wager in which the man in order to achieve such faith would risk everything he has considered an infinitely higher asset that is God himself and an eternity of a happy life. However, the hypothesis that we support in this research aims to show that pascalian wager can only be understood from a perspective in which reason and faith are directed toward the same truth: they do not oppose each other, but they claim and tend to the same God. The reason whose limits Pascal underlines is the same reason that operates on mathematics and experimental sciences. Pascal s argument is in the realm of the heart because it is the heart itself that allows the bettor to realize that betting in God s existence, deciding to follow His commandments and vehemently begging Him for the gift of faith is something raisonnable, not contrary to the fundamental principles apprehended by the natural light of intelligence === O contexto no qual freqüentemente se estudava Blaise Pascal era o da reivindicação da fé e do coração perante uma razão cartesiana que desqualificava o valor cognoscitivo de todo saber que não estivesse fundado unicamente sobre o soberano altar da razão suficiente. A partir desta perspectiva, a obra de Pascal, especialmente os Pensamentos, não seria senão fruto de um mais ou menos marcado fideísmo. Neste contexto de interpretação, o argumento da aposta era compreendido como um claro sinal da convicção pascaliana da impossibilidade da razão humana para conhecer a Deus. O único caminho para chegar a Deus seria o da fé que Ele mesmo oferece. E o modo de superar a distância infinita que nos separa do Ser infinito e sem partes seria a aposta, na qual o apostador, para conseguir essa fé que se busca, se arriscaria a perder tudo o que tem em vista de um bem infinitamente superior, que é Deus mesmo e uma eternidade de vida feliz. Todavia, a hipótese que buscamos sustentar nesta pesquisa pretende mostrar que a aposta pascaliana só pode ser entendida a partir de uma perspectiva na qual fé e razão se dirigem para uma mesma verdade: não só não se contrapõem, como o Deus ao qual tendem uma e outra é o mesmo. A razão cujos limites Pascal sublinha os limites é a mesma razão que opera nas matemáticas e nas ciências experimentais. O argumento de Pascal se encontra no âmbito do coração, pois é ele que permite ao apostador perceber que apostar na existência de Deus, decidir-se a seguir seus mandamentos e rogar-lhe fervorosamente o dom da fé é algo raisonnable, não contrário aos princípios fundamentais intuídos pela luz natural da inteligência