Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais

A desidroepiandrosterona (DHEA) é um esteróide produzido pelas suprarenais humanas. Este esteróide também está presente em altas concentrações no encéfalo de diversas espécies e é sintetizado de novo no Sistema Nervoso Central (SNC), sendo, portanto, classificado como um neuroesteróide. A DHEA está...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Janner, Daiane da Rocha
Other Authors: Ribeiro, Maria Flavia Marques
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2008
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/12211
id ndltd-IBICT-oai-lume.ufrgs.br-10183-12211
record_format oai_dc
collection NDLTD
language Portuguese
format Others
sources NDLTD
topic Desidroepiandrosterona
Sistema nervoso central
spellingShingle Desidroepiandrosterona
Sistema nervoso central
Janner, Daiane da Rocha
Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
description A desidroepiandrosterona (DHEA) é um esteróide produzido pelas suprarenais humanas. Este esteróide também está presente em altas concentrações no encéfalo de diversas espécies e é sintetizado de novo no Sistema Nervoso Central (SNC), sendo, portanto, classificado como um neuroesteróide. A DHEA está envolvida em diversas atividades funcionais no SNC, tais como o crescimento de neuritos, comportamento, neuroproteção contra danos induzidos por aminoácidos excitatórios, estresse oxidativo, isquemia-reperfusão e hiperglicemia. Por apresentar efeitos cardioprotetores, antidiabéticos e antienvelhecimento, foi sugerido que este poderia ser um hormônio “da juventude”. Tais efeitos poderiam estar relacionados com suas ações indiretas nas células neuronais e gliais pela sua conversão em esteróides androgênicos e estrogênicos. Por outro lado, sabe-se que a DHEA pode interagir com receptores de membrana, tais como GABAA, NMDA, sigma e receptores acoplados à proteína G. Todavia, seus mecanismos moleculares de ação não são completamente conhecidos. Além disso, o efeito neuroprotetor da DHEA pode ocorrer pela modulação de vias intracelulares relacionadas com a promoção do crescimento e da sobrevivência celular, como, por exemplo, a via da proteína cinase B (Akt). Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito da administração de DHEA sobre a modulação da proteína Akt no hipotálamo e no hipocampo de ratos em diferentes modelos experimentais, os quais envolvem maior ou menor dano ao SNC. Para isso, foram utilizados ratos Wistar machos com 3, 13, 18 e 21 meses de idade (n=3-5/grupo). O tratamento agudo foi realizado em ratos com 3 meses de idade, com uma injeção intraperitoneal de DHEA nas doses 1, 5, 10 ou 50mg/kg e os ratos foram decapitados 6 ou 24 horas após o tratamento. Para investigar o efeito do tratamento crônico com DHEA, ratos com diferentes idades (3, 13, 18 e 21 meses) e diabéticos (3 meses) receberam uma injeção subcutânea de DHEA (10mg/kg) por semana durante 5 semanas. A diabete foi induzida por estreptozotocina (70 mg/kg). Após o término de cada experimento, os ratos foram decapitados, os encéfalos foram removidos e o hipocampo e o hipotálamo foram dissecados. Após homogeneização, centrifugação e quantificação de proteínas, as amostras foram preparadas para a técnica de Western blot para análise da expressão da proteína Akt total e fosforilada. A imunorreatividade foi revelada por quimiluminescência (ECL) e a quantificação realizada em analisador de imagem (Image Master VDS). Realizando-se uma curva de dose (tratamento agudo), a DHEA aumentou a fosforilação da Akt tanto no hipocampo como no hipotálamo. No hipocampo, o tratamento com DHEA na maior dose testada (50mg/kg) aumentou a fosforilação da Akt após 6 horas, mantendo-se após 24 horas. Além disso, a Akt total também aumentou após 24 horas na mesma dose. No hipotálamo, houve um aumento da fosforilação da Akt apenas após 24 horas de tratamento e também na dose de 50mg/kg. O tratamento crônico com DHEA em animais adultos (3 meses) não modificou a relação Akt fosforilada/Akt total, bem como a expressão da Akt total e da sua fosforilação em ambas as estruturas analisadas. Com relação ao efeito do envelhecimento sobre a via da Akt, os resultados foram distintos entre as idades, assim como entre as estruturas. No hipocampo de animais com 13,18 e 21 meses, houve uma redução da fosforilação da Akt comparando-se com seus respectivos grupos controle (3 meses). Porém, a Akt total aumentou apenas aos 13 meses e diminuiu aos 21 meses em relação aos seus grupos controle. No hipotálamo, embora não tenha sido encontrada diferença significativa na Akt total e na sua fosforilação, houve uma redução na relação Akt fosforilada/Akt total comparando-se o grupo 13 meses e 21 meses com seus grupos controle. Tanto no hipotálamo, como no hipocampo, o tratamento com DHEA em animais com 13 meses de idade reduziu a fosforilação da Akt assim como a sua relação com Akt total, em comparação com o grupo da mesma idade não tratado. Apenas no hipocampo, o tratamento com DHEA aumentou a Akt total aos 13, 18 e 21 meses. Em animais diabéticos, houve uma redução da relação Akt fosforilada/Akt total, assim como da fosforilação da Akt comparando-se com animais não-diabéticos em ambas as estruturas analisadas. Porém, o tratamento com DHEA reverteu estas reduções apenas no hipotálamo. Os resultados deste estudo contribuem para o esclarecimento das vias intracelulares reguladas pela DHEA, sugerindo que a DHEA realmente modula a via da Akt em diferentes protocolos de tratamento. O conhecimento sobre estes mecanismos podem acrescentar dados importantes para sua utilização terapêutica e para o desenvolvimento de protocolos adequados de tratamento com DHEA no envelhecimento e na diabete, nos quais os processos de neurodegeneração estão presentes em diferentes graus.
author2 Ribeiro, Maria Flavia Marques
author_facet Ribeiro, Maria Flavia Marques
Janner, Daiane da Rocha
author Janner, Daiane da Rocha
author_sort Janner, Daiane da Rocha
title Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
title_short Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
title_full Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
title_fullStr Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
title_full_unstemmed Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
title_sort modulação da via da akt por desidroepiandrosterona (dhea) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais
publishDate 2008
url http://hdl.handle.net/10183/12211
work_keys_str_mv AT jannerdaianedarocha modulacaodaviadaaktpordesidroepiandrosteronadheanosistemanervosocentralderatosemdiferentesmodelosexperimentais
_version_ 1718777625768361984
spelling ndltd-IBICT-oai-lume.ufrgs.br-10183-122112018-10-21T16:51:47Z Modulação da via da Akt por desidroepiandrosterona (DHEA) no sistema nervoso central de ratos em diferentes modelos experimentais Janner, Daiane da Rocha Ribeiro, Maria Flavia Marques Desidroepiandrosterona Sistema nervoso central A desidroepiandrosterona (DHEA) é um esteróide produzido pelas suprarenais humanas. Este esteróide também está presente em altas concentrações no encéfalo de diversas espécies e é sintetizado de novo no Sistema Nervoso Central (SNC), sendo, portanto, classificado como um neuroesteróide. A DHEA está envolvida em diversas atividades funcionais no SNC, tais como o crescimento de neuritos, comportamento, neuroproteção contra danos induzidos por aminoácidos excitatórios, estresse oxidativo, isquemia-reperfusão e hiperglicemia. Por apresentar efeitos cardioprotetores, antidiabéticos e antienvelhecimento, foi sugerido que este poderia ser um hormônio “da juventude”. Tais efeitos poderiam estar relacionados com suas ações indiretas nas células neuronais e gliais pela sua conversão em esteróides androgênicos e estrogênicos. Por outro lado, sabe-se que a DHEA pode interagir com receptores de membrana, tais como GABAA, NMDA, sigma e receptores acoplados à proteína G. Todavia, seus mecanismos moleculares de ação não são completamente conhecidos. Além disso, o efeito neuroprotetor da DHEA pode ocorrer pela modulação de vias intracelulares relacionadas com a promoção do crescimento e da sobrevivência celular, como, por exemplo, a via da proteína cinase B (Akt). Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito da administração de DHEA sobre a modulação da proteína Akt no hipotálamo e no hipocampo de ratos em diferentes modelos experimentais, os quais envolvem maior ou menor dano ao SNC. Para isso, foram utilizados ratos Wistar machos com 3, 13, 18 e 21 meses de idade (n=3-5/grupo). O tratamento agudo foi realizado em ratos com 3 meses de idade, com uma injeção intraperitoneal de DHEA nas doses 1, 5, 10 ou 50mg/kg e os ratos foram decapitados 6 ou 24 horas após o tratamento. Para investigar o efeito do tratamento crônico com DHEA, ratos com diferentes idades (3, 13, 18 e 21 meses) e diabéticos (3 meses) receberam uma injeção subcutânea de DHEA (10mg/kg) por semana durante 5 semanas. A diabete foi induzida por estreptozotocina (70 mg/kg). Após o término de cada experimento, os ratos foram decapitados, os encéfalos foram removidos e o hipocampo e o hipotálamo foram dissecados. Após homogeneização, centrifugação e quantificação de proteínas, as amostras foram preparadas para a técnica de Western blot para análise da expressão da proteína Akt total e fosforilada. A imunorreatividade foi revelada por quimiluminescência (ECL) e a quantificação realizada em analisador de imagem (Image Master VDS). Realizando-se uma curva de dose (tratamento agudo), a DHEA aumentou a fosforilação da Akt tanto no hipocampo como no hipotálamo. No hipocampo, o tratamento com DHEA na maior dose testada (50mg/kg) aumentou a fosforilação da Akt após 6 horas, mantendo-se após 24 horas. Além disso, a Akt total também aumentou após 24 horas na mesma dose. No hipotálamo, houve um aumento da fosforilação da Akt apenas após 24 horas de tratamento e também na dose de 50mg/kg. O tratamento crônico com DHEA em animais adultos (3 meses) não modificou a relação Akt fosforilada/Akt total, bem como a expressão da Akt total e da sua fosforilação em ambas as estruturas analisadas. Com relação ao efeito do envelhecimento sobre a via da Akt, os resultados foram distintos entre as idades, assim como entre as estruturas. No hipocampo de animais com 13,18 e 21 meses, houve uma redução da fosforilação da Akt comparando-se com seus respectivos grupos controle (3 meses). Porém, a Akt total aumentou apenas aos 13 meses e diminuiu aos 21 meses em relação aos seus grupos controle. No hipotálamo, embora não tenha sido encontrada diferença significativa na Akt total e na sua fosforilação, houve uma redução na relação Akt fosforilada/Akt total comparando-se o grupo 13 meses e 21 meses com seus grupos controle. Tanto no hipotálamo, como no hipocampo, o tratamento com DHEA em animais com 13 meses de idade reduziu a fosforilação da Akt assim como a sua relação com Akt total, em comparação com o grupo da mesma idade não tratado. Apenas no hipocampo, o tratamento com DHEA aumentou a Akt total aos 13, 18 e 21 meses. Em animais diabéticos, houve uma redução da relação Akt fosforilada/Akt total, assim como da fosforilação da Akt comparando-se com animais não-diabéticos em ambas as estruturas analisadas. Porém, o tratamento com DHEA reverteu estas reduções apenas no hipotálamo. Os resultados deste estudo contribuem para o esclarecimento das vias intracelulares reguladas pela DHEA, sugerindo que a DHEA realmente modula a via da Akt em diferentes protocolos de tratamento. O conhecimento sobre estes mecanismos podem acrescentar dados importantes para sua utilização terapêutica e para o desenvolvimento de protocolos adequados de tratamento com DHEA no envelhecimento e na diabete, nos quais os processos de neurodegeneração estão presentes em diferentes graus. 2008-03-18T04:11:49Z 2008 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis http://hdl.handle.net/10183/12211 000624731 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul instacron:UFRGS