Estruturação de redes sociais virtuais em organização universitária

Esta pesquisa objetiva compreender o processo de estruturação das redes sociais virtuais organizacionais, as quais são espaços de colaboração, interação e compartilhamento de conhecimentos, ideias e projetos. As redes foram estudadas a partir da Teoria da Estruturação, de Giddens (2009), destacando-...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bobsin, Débora
Other Authors: Hoppen, Norberto
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/38850
Description
Summary:Esta pesquisa objetiva compreender o processo de estruturação das redes sociais virtuais organizacionais, as quais são espaços de colaboração, interação e compartilhamento de conhecimentos, ideias e projetos. As redes foram estudadas a partir da Teoria da Estruturação, de Giddens (2009), destacando-se a dualidade da estrutura e as reflexões quanto ao contexto de ação (dimensões tempo e espaço). A pesquisa compreendeu um estudo de caso em uma Instituição de Ensino Superior, tendo três redes sociais virtuais organizacionais, denominados “Fóruns”, como unidades de análise. A organização está distribuída geograficamente em 10 Campi localizados em diferentes cidades, de modo que essas redes têm o papel de integrar os atores e possibilitar as trocas de experiências, auxiliando no processo de construção da identidade das áreas e da Universidade. Os Fóruns têm como propósito discutir e deliberar sobre assuntos relacionados aos cursos de graduação em diferentes níveis de conhecimento, sendo caracterizados pelas diversas áreas do conhecimento e possibilitando a participação espontânea dos atores em qualquer tempo. A investigação deu-se através de observação participante, entrevistas e análise de documentos. Os resultados apontam que as redes constituem-se à medida que os grupos determinam os seus objetivos de trabalho, o que remete à definição de uma agenda de trabalho, de recursos, papéis e estruturas. Cada rede possui um coordenador responsável, que se configura como o mediador e o incentivador das interações que ocorrem presencial e virtualmente. As ferramentas virtuais, também, são determinadas pelos atores com base nas atividades a serem desenvolvidas, podendo abranger tecnologias de comunicação ou instrumentais como editores de texto colaborativos. Foram elencados os elementos constituintes das redes sociais virtuais organizacionais, os quais não são estanques e podem alterar-se conforme os Fóruns mudam os seus propósitos de ação. Percebe-se que, a cada encontro, ou quando determinados novos objetivos e tarefas, ou nas inserções de novos membros, a rede reconfigura-se, reproduzindo outras características, alterando a sua composição, emergindo novas estruturas, novos papéis e novas regras, os quais são definidos pela coletividade. Os resultados apontam que a rede é um espaço participativo de integração e de construção da identidade dos cursos, das áreas de conhecimento e da Universidade. Para que a rede tenha significado para os atores é necessária à existência de elementos que sirvam como elo entre os atores e que justifiquem o trabalho coletivo. A rede torna os atores mais reflexivos e é um espaço de reflexão sobre a Universidade e a atuação docente, desenvolvendo as interações pela lógica do debate. Os participantes utilizam os seus conhecimentos e as experiências para reforçar os discursos, assim como as normas norteiam e justificam as ações dos atores. A rede dá acesso a todos os níveis hierárquicos da organização e a recursos materiais, financeiros, informacionais e de conhecimentos. Portanto, a rede é um ambiente de articulação e legitimação das decisões e das normas organizacionais, dando substancialidade para a organização. Dessa forma, as redes consolidam-se a partir da rotinização das práticas, formando estruturas, construindo uma identidade compartilhada que serve de elemento agregador para o grupo. === This research aims to understand the structuration process of organizational virtual social networks, which are opportunities for collaboration, interaction and sharing of knowledge, ideas and projects. The networks were studied based on the Theory of Structuration, Giddens (2009), highlighting the duality of structure and reflections on the action context (time and space dimensions). This research is a case study performed in a Higher Education Institution, and the analysis units were three organizational virtual social networks, called ‘Forums’. The organization is geographically distributed in 10 campi located in different cities, and the networks have the role to integrate the actors and enable the sharing of experience, assisting in the process of the identity construction of the areas and the University. The Forums aimed to discuss and deliberate on issues related to undergraduate courses at different levels of knowledge. They were characterized by different areas of knowledge and allowed the spontaneous participation of the actors at any time. The investigation was carried out through participant observation, interviews and document analysis. The results show that networks are formed as the groups determine their work objectives, which lead to the definition of a work schedule, resources, roles and structures. Each network has a coordinator responsible for being the mediator and the instigator of the interactions that occur in person and virtually. The virtual tools are determined by the actors based on the activities to be developed, and they may include communication or instrumental technologies such as collaborative text editors. We listed the elements constituent of organizational virtual social network, which are not steady and may change as they change their Forum purposes of action. Therefore, it is clear that at each meeting, when some new goals and tasks are determined, or in the insertion of new members, the network reconfigures itself, reproducing other features, changing its composition, and bringing out new structures, roles and rules, which are defined by the community. The results show that the network is a participative space of integration and identity construction of courses, areas of knowledge and the University. The network is meaningful if the actors identify elements that serve as a link between them and justify the collective work. The network makes the actors more reflective and is a reflection about the University and the teaching practice, developing the interactions by the logic of the debate. Participants use their knowledge and experiences to strengthen the speeches. The norms guide and justify the actions of actors. The network gives access to higher levels of the organization as well as to material, financial, informational, and knowledge resources. Therefore, the network is an environment of articulation and legitimation of decisions and organizational norms, giving substantiality to the organization. Networks are consolidated from the routinization of practices, forming structures and the establishment of a shared identity that serves as an aggregating element to the group.