Summary: | Um sujeito vive numa rede social em virtude dos elementos que tem em comum com os outros, complementando-se em função da cultura, crença e experiência. Nos estágios mais avançados da vida, a procura do prazer, a realização de projetos adiados e a satisfação pessoal oferecem elementos para a busca de uma nova identidade. A interação por meio das tecnologias pode auxiliar o indivíduo vivenciar o agora sem desprezar as experiências e os sentimentos já vivenciados. Para desencadear processos de interação é preciso desenvolver mecanismos que modifiquem os sujeitos envolvidos de maneira durável. Uma ação comunicativa manifesta-se quando cada sujeito regula sua ação por meio de normas de convivência, isto é, desenvolve-se quando há consensualidade reconhecida pelos sujeitos em relação à inteligibilidade do conteúdo que está sendo discutido e à veracidade dos interlocutores que estão interagindo. A constituição do sujeito acontece numa dinâmica dialógica que pode ser virtual, desde que transitem, pelas vias de tais mecanismos, produções de significados evocados e construídos subjetivamente. Nesse contexto, o ciberespaço é um lugar legítimo de socialização, pois as mediações viabilizam a apreensão de idéias e conhecimentos. Para tornar exeqüível a inclusão social e digital no ciberespaço, há a necessidade de contemplar, no projeto desses ambientes, modelos que possibilitem ao sujeito perceber que estratégia de comunicação e interação deve ser empregada. Um ambiente computacional somente mudará a natureza da atividade interacionista se contemplar as mudanças que estão ocorrendo nos métodos de comunicação, pois deve favorecer o trabalho cooperativo. Para desenvolver ferramentas que viabilizem a construção do conhecimento por meio da interação é preciso conhecer os aspectos biopsicossociais e entender o potencial libertador dos processos comunicativos que se estabelecem quando os sujeitos interagem mediados pela tecnologia. Partindo de uma concepção sóciohistórica de interação social, procuramos preencher um espaço de pesquisa em relação à ação comunicativa e à significação das representações sociais sobre as tecnologias de comunicação e informação. Analisamos a tríade comunicação, tecnologia e envelhecimento, objetos de natureza distinta que advêm quando ponderam-se questões que envolvem pessoas idosas num contexto biopsicossocial. Buscamos conhecer as representações simbólicas em relação às tecnologias e analisar os sentimentos desencadeados e o significado das experiências vividas com o uso desses dispositivos. Analisamos o significado da interação com três grupos de idosos. O primeiro composto por indivíduos considerados independentes vinculados em grupos da terceira idade e os outros constituídos por sujeitos classificados como dependentes atendidos por programas de saúde e com suspeição de depressão ou residentes numa instituição de longa permanência. Avaliamos como os processos comunicativos colaboram para o resgate do bem-estar social e para a construção de relações interpessoais. Elaboramos instrumentos para coletar dados sobre os processos de interação, uso de tecnologias, qualidade de vida e saúde. Definimos três eixos norteadores para analisar os relados dos idosos em relação aos processos comunicativos: significação, experiência e relacionamento. Assim, contribuímos para a área da gerontologia ao avaliar o universo dos caminhos do resgate do bem-estar social das pessoas idosas. Além disso, ao analisar o significado dos processos de comunicação, fornecemos para a ciência da computação modelos para a construção de ferramentas de interação. === A person lives within a social network because of the elements that he has in common with others, becoming complete due to culture, belief and experience. In the most advanced stages of life, the search for pleasure, the accomplishment of postponed projects and the personal satisfaction offer elements for the search of a new identity. The interaction through technologies can help the individual experience the moment without forgetting the experiences and feelings already experienced. In order to trigger interaction processes is necessary to develop mechanisms that change the involved subjects in a durable way. A communicative action manifests itself when each subject regulates his action through sociability rules, that is, it is developed when there is consension recognized by the subjects in relation to the intelligibility of the discussed matter and to the truthfulness of the interlocutors that are interacting. The subject constitution takes place within a dynamic dialogic which can be virtual, as long as the productions of subjectively built evoked meanings go through the path of such mechanisms. In this context, the cyberspace is a legitimate socialization place, for the negotiation enables the understanding of ideas and knowledge. To make the social and digital inclusion feasible in the cyberspace there is a need to consider within these environments projects, models that enable the subject to recognize which communication and interaction strategy must be employed. A computer environment will only change the nature of the interacting activity if it observes the changes that are taking place in the communication methods, for it must favor the cooperative work. In order to develop tools that enable the knowledge construction through interaction is necessary to know the biopsychosocial aspects and understand the releasing potential of the communicative processes that are established when the subjects interact mediated by technology. From a socio-historical conception of social interaction, we seek to fill a research space in relation to the communicative action and to the meaning of the social representations about the communication and information technologies. We analyzed the triad communication, technology and aging, objects of different nature that occur when issues that involve elderly people in a biopsychosocial context are pondered. We seek to know the symbolic representations in relation to the technologies and analyze the triggered feelings and the meaning of the experiences obtained through the use of these mechanisms. We analyzed the interaction meaning within three groups of elderly people. The first group consisting of individuals considered independent engaged in elderly groups and the others consisting of individuals considered dependent assisted by health care programs and suspected of depression or living in a long-term stay institution. We assessed how the communicative processes collaborate with the recovery of social welfare and with the building of interpersonal relationships. We developed tools to collect data about the interaction processes, use of technologies, life and health quality. Three guiding axes were defined to analyze the elders’ reports regarding the communicative processes: meaning, experience and relationship. Thus, we contribute with the gerontology area when we evaluate the universe of the social welfare paths of the elderly people. Furthermore, by analyzing the meaning of the communication processes we provide the computer science with models for the building of interaction tools.
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