Summary: | Esta dissertação, a partir da linha de pesquisa Estudos sobre Infâncias, propõe investigar e problematizar o modo como vivem e o que pensam as crianças entre nove e dez anos de idade sobre o seu recreio, ocorrido no interior de uma escola fundamental pública localizada na cidade de Porto Alegre. Trata-se, portanto, de uma Pesquisa com Crianças, na qual as falas, as ações, os questionamentos e as proposições dos alunos participantes da investigação envolvendo o seu recreio, constituem os dados produzidos e analisados por esta dissertação. A metodologia utilizada envolveu observação participante, conversas informais com os alunos no recreio, encontros sistemáticos em grupos fora do recreio e diário de campo. As contribuições de Corsaro (2009 e 2011), Kohan (2004 e 2008), Elias (1998), Frago e Escolano (2001 e 2005) e Bauman (1998, 2001, 2007, 2010 e 2011) constituíram-se no aporte teórico principal para a análise dos dados produzidos, pois possibilitaram questionar, discordar, mas também compreender os funcionamentos e a importância do recreio para estas crianças, tendo em vista que os tempos e os espaços do recreio são por elas pensados e vividos de modo singular, diferentemente do que é proposto pela escola fundamental. Através de histórias de reivindicação, insistência, resistência e (re)invenção, as crianças mostram aos adultos, os modos pelos quais se organizam e funcionam no interior dos seus recreios ao viverem suas infâncias, e, deste modo, esta dissertação intenciona também sensibilizar o adulto/educador ao problematizar os tempos e os espaços ao recreio destinados, visto que esta escolha realizada pela escola influencia na produção das múltiplas infâncias vividas por seus alunos. === This essay, in the realm of the Studies on Childhoods research line, aims to investigate and question the way children in the bracket age of nine to ten years old live and think their breaks in a Public Elementary School in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. It is, therefore, a Research with Children, in which the speeches, the actions, the questions and propositions of the involved students about their break time, are part of the data produced and analyzed in this work. The methodology used here involved participant observation, informal talks with the students in their break time, systematic group meetings extra-break and a field journal. Contributions from Corsaro (2009 and 2011), Kohan (2004 and 2008), Elias (1998), Frago and Escolano (2001 and 2005) and Bauman (1998, 2001, 2007, 2010 and 2011) were the theoretical support to the analysis of the achieved data, enabling not only questionings, disagreements and agreements, but also the possibility of understanding the functioning and importance of the break to these children, owing to the fact that the times and spaces are thought and lived by them in a singular way, differently from what has been proposed by the Elementary School. Through stories of claims, insistence, opposition and (re)invention, children show adults the ways they organize themselves and work within their break time moments as they live their childhoods, and, thus, this work also aims to touch the adult/educator as it questions the granted times and spaces to the children, once this choice made by the school affects the development of the multiple childhoods lived by its students.
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