Quando a doença torna a vida um fardo: a trajetória de Humberto de Campos (1928- 1934)
Submitted by Felipe Lapenda (felipe.lapenda@ufpe.br) on 2015-03-11T11:44:28Z No. of bitstreams: 2 TESE Giscard Farias Agra.pdf: 6185773 bytes, checksum: cb446469db807b083c5f7500a3e2dd0f (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) === Made available in DSpace on...
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ndltd-IBICT-oai-repositorio.ufpe.br-123456789-118662019-01-21T19:16:13Z Quando a doença torna a vida um fardo: a trajetória de Humberto de Campos (1928- 1934) AGRA, Giscard Farias ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de Historiografia das doenças Memórias Maranhão Submitted by Felipe Lapenda (felipe.lapenda@ufpe.br) on 2015-03-11T11:44:28Z No. of bitstreams: 2 TESE Giscard Farias Agra.pdf: 6185773 bytes, checksum: cb446469db807b083c5f7500a3e2dd0f (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Made available in DSpace on 2015-03-11T11:44:28Z (GMT). No. of bitstreams: 2 TESE Giscard Farias Agra.pdf: 6185773 bytes, checksum: cb446469db807b083c5f7500a3e2dd0f (MD5) license_rdf: 1232 bytes, checksum: 66e71c371cc565284e70f40736c94386 (MD5) Previous issue date: 2014-02-27 Este texto tem por objetivo investigar o papel da doença na reelaboração dos valores de Humberto de Campos, levando-o a produzir novas imagens de si e do mundo ao seu redor, e agir socialmente informado por elas. Analisa-se como o elemento patogênico aparece na escrita do autor tendo papel central na modificação de seu comportamento e de sua imagem social, sendo compreendido como o ponto de virada da trajetória de constituição de sua auto-imagem. Maranhense, membro da Academia Brasileira de Letras, deputado federal, cronista, contista, crítico literário e memorialista, Humberto de Campos (1886-1934) tornou-se muito conhecido no Brasil na década de 1920, em virtude das polêmicas geradas especialmente pelos textos humorísticos e galantes que publicava sob o pseudônimo de Conselheiro X.X., sendo alvo de inúmeras críticas de intelectuais e dos grupos conservadores, que o acusavam de imoralidade. Na década de 1930, entretanto, a sua imagem de imoral e obsceno foi dando lugar a uma nova imagem que o representava como um jornalista espiritualizado, preocupado em oferecer palavras de conforto para todos aqueles que sofriam, tornando-se, nesse momento, o autor mais lido do Brasil, posição que ainda continuaria ocupando por anos, mesmo depois da sua morte. A doença, a hipertrofia da hipófise, diagnosticada em 1928, é compreendida como tendo sido o elemento que proporcionou essa modificação, levando o autor a produzir uma nova sensibilidade a partir da qual se relacionou com o mundo e consigo mesmo, e que fez circular socialmente por meio de seus escritos, nos quais expunha a sua condição patológica. A doença, portanto, aparece em seus textos – suas crônicas diárias e seus livros memorialísticos, Memórias, 1886-1900 (1933), Memórias inacabadas (1935, póstumo) e Diário Secreto (1954, póstumo) –, como o motor da transformação das imagens pública e privada de Humberto, levando-o a reelaborar tanto o seu presente, quanto o seu próprio passado. 2015-03-11T11:44:28Z 2015-03-11T11:44:28Z 2014-02-27 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis AGRA, Giscard Farias. Quando a doença torna a vida um fardo: a trajetória de Humberto de Campos (1928-1934). Tese de doutorado. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, PPGH, 2014. https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11866 br Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ info:eu-repo/semantics/openAccess Universidade Federal de Pernambuco reponame:Repositório Institucional da UFPE instname:Universidade Federal de Pernambuco instacron:UFPE |
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de Humberto de Campos, levando-o a produzir novas imagens de si e do mundo ao
seu redor, e agir socialmente informado por elas. Analisa-se como o elemento
patogênico aparece na escrita do autor tendo papel central na modificação de seu
comportamento e de sua imagem social, sendo compreendido como o ponto de virada
da trajetória de constituição de sua auto-imagem. Maranhense, membro da Academia
Brasileira de Letras, deputado federal, cronista, contista, crítico literário e memorialista,
Humberto de Campos (1886-1934) tornou-se muito conhecido no Brasil na década de
1920, em virtude das polêmicas geradas especialmente pelos textos humorísticos e
galantes que publicava sob o pseudônimo de Conselheiro X.X., sendo alvo de
inúmeras críticas de intelectuais e dos grupos conservadores, que o acusavam de
imoralidade. Na década de 1930, entretanto, a sua imagem de imoral e obsceno foi
dando lugar a uma nova imagem que o representava como um jornalista
espiritualizado, preocupado em oferecer palavras de conforto para todos aqueles que
sofriam, tornando-se, nesse momento, o autor mais lido do Brasil, posição que ainda
continuaria ocupando por anos, mesmo depois da sua morte. A doença, a hipertrofia
da hipófise, diagnosticada em 1928, é compreendida como tendo sido o elemento que
proporcionou essa modificação, levando o autor a produzir uma nova sensibilidade a
partir da qual se relacionou com o mundo e consigo mesmo, e que fez circular
socialmente por meio de seus escritos, nos quais expunha a sua condição patológica.
A doença, portanto, aparece em seus textos – suas crônicas diárias e seus livros
memorialísticos, Memórias, 1886-1900 (1933), Memórias inacabadas (1935, póstumo)
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