Do tecer da memória ao tecido da história: operários, trabalho e política na indústria têxtil em Fernão Velho (Maceió, AL, 1943-1961)

Submitted by Rafael Santana (rafael.silvasantana@ufpe.br) on 2018-01-24T19:17:00Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) MARCELO TAVARES. TESE. Do tecer da memoria ao tecido da historia.pdf: 5033542 bytes, checksum: 92dd69d0dc7d0910c2130f03bd9ab...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: TAVARES, Marcelo Góes
Other Authors: http://lattes.cnpq.br/4183451226660675
Language:br
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2018
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23342
Description
Summary:Submitted by Rafael Santana (rafael.silvasantana@ufpe.br) on 2018-01-24T19:17:00Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) MARCELO TAVARES. TESE. Do tecer da memoria ao tecido da historia.pdf: 5033542 bytes, checksum: 92dd69d0dc7d0910c2130f03bd9abfb9 (MD5) === Made available in DSpace on 2018-01-24T19:17:00Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 811 bytes, checksum: e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34 (MD5) MARCELO TAVARES. TESE. Do tecer da memoria ao tecido da historia.pdf: 5033542 bytes, checksum: 92dd69d0dc7d0910c2130f03bd9abfb9 (MD5) Previous issue date: 2016-06-07 === CAPES === Esta tese se propõe a narrar experiências e histórias do trabalho urbano, tomando como cenário a indústria têxtil e as vilas operárias na cidade de Maceió, estado de Alagoas/Brasil, no recorte temporal de 1943 a 1961, permitindo a transpor esta temporalidade para outros tempos e espaços. Nessa cidade existiram três fábricas com vilas operárias cujas sociabilidades lembradas e esquecidas expressam múltiplos aspectos da cultura operária brasileira no passado e, ao mesmo tempo, resguarda suas singularidades históricas em Alagoas. Entre essas fábricas, narra-se como objeto central nessa tese, a experiência do trabalho e da política de operários da Fábrica Carmen no bairro de Fernão Velho. Esta surgiu no século XIX como Companhia União Mercantil e, a partir de 1943, passou a pertencer ao Grupo Othon Bezerra de Melo, que detinha outros territórios fabris nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nas décadas de 1940 e 1950, a Fábrica Carmen e sua vila operária concentravam um dos maiores contingentes de operários em Alagoas, os quais reproduziam e atualizavam o trabalho fabril. Desse período, evidencia-se e analisa-se as múltiplas práticas culturais e cotidianas, entre as quais, formas de constituição de território fabril e gestão disciplinar do trabalho, táticas de resistência operária, e tensões políticas em torno da construção da cidadania. Nestas, a repressão, a violência, litígios judiciais, paralisação, greves e (re)apropriações de benefícios ofertados pela fábrica também se constituíram como práticas recorrentes no cotidiano das lutas sociais em Alagoas e no Brasil. Fernão Velho, que outrora foi um complexo e privado território fabril, é hoje um território de memórias de operários oriundos dos tempos de intensa produção, exploração, sobrevivência e resistência. Entre múltiplas memórias, utiliza-se relatos registrados por meio da metodologia da historia oral, entrecruzando-as com outras memórias que também constituíram elementos de análise nessa tese, entre as quais: fotografias, atas de sindicato, jornais, processos trabalhistas, entre outras. Todas constituem fontes que possibilitam recuperar histórias do cotidiano, do território fabril, do poder, da política, das lutas por direitos e cidadania, da repressão e resistência, da violência, de processos de construção de pertencimentos a categorias sociais e constituição de sujeitos como operários. Possibilitam tecer tramas por entre experiências e memórias do labor fabril no ramo têxtil, assim como dimensões múltiplas da história do trabalho, da cidade, da cultura e ações políticas que configuram a condição humana no passado e no presente. === This thesis proposes to narrate experiences and stories of urban work, taking as a backdrop the textile industry and workers' villages in the city of Maceió, Alagoas State / Brazil, in the period of 1943-1961, allowing distension of temporality through other times and spaces. In this city there were three factories with workers' villages whose remembered and forgotten sociabilities express multiple aspects of brazilian labor culture in the past and at the same time, safeguard its historical singularities in Alagoas. Among these factories, recounts the experience of work and the politic in Carmen Factory in the Fernão Velho neighborhood. This emerged in the nineteenth century as Companhia União Mercantil and, from 1943, became part of the Group Othon Bezerra de Melo, who held other industrial areas in the Brazilian states of Pernambuco, Rio de Janeiro and Minas Gerais. In the 1940s and 1950s, Carmen Factory and its workers' village concentrated one of the largest contingents of workers in Alagoas, which reproduced and updated factory work. From this period, narrate to multiple cultural and everyday practices, including forms of industrial territory of constitution and disciplinary management of work, working resistance tactics, and political tensions around the construction of citizenship. In these, repression, violence, litigation, strikes and (re) appropriation of benefits offered by the factory also constituted as recurring practices in daily social struggles in Alagoas and Brazil. Fernão Velho, which was once a complex and private industrial area, is now a territory of workers coming memories from intense production times, exploration, survival and resistance. Among multiple memories are used accounts registered through the oral history methodology, crisscrossing them with other memories, including: photographs, union of minutes, newspapers, labor, among others. All are sources that make it possible to recover the everyday stories, the industrial area, power, politics, the struggle for rights and citizenship, repression and resistance, violence, affiliations building processes to social categories and constitution of people as workers. Possible weave plots through experiences and memories of the industrial labor in the textile industry, as well as multiple dimensions of work history, city, culture and political actions that shape the human condition in the past and present.