Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia === Made available in DSpace on 2013-07-16T02:42:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1
224241.pdf: 689076 bytes, checksum: 3d9c33c434ef0e88af0156a31d8b9804 (MD5) === A Gestalt-terapia é uma proposta de intervenção psicoterapêutica que se entende fundamentada numa leitura gestáltica da metapsicologia freudiana, por um lado, e numa interpretação fenomenológica da Psicologia da Gestalt, por outro. Seu principal mentor, Perls, referiu-se a esses fundamentos como uma sorte de "filosofia da gestalt", parcialmente desenvolvida na obra "Gestalt-terapia", escrita em 1951, com a colaboração de Paul Goodman e Ralph Hefferline. Na presente dissertação, pretendemos realizar um exame dessa filosofia, o que implica, em primeiro lugar, a investigação da gênese dos conceitos que a compõem, além da análise do modo como esses conceitos estão articulados nos termos daquela obra, principalmente. No primeiro capítulo estabelecemos um estudo sobre a origem do emprego psicológico da noção de "gestalt", o que nos remete à maneira como a Psicologia da Gestalt - em sua primeira geração - lê e emprega a noção husserliana de objeto intencional transcendente. No segundo capítulo, apresentamos a crítica de Husserl a esse emprego - que considera "naturalizante" -, bem como a proposta husserliana de redução da fenomenologia ao âmbito da filosofia transcendental, mostrando em que sentido - em função dessa redução - a segunda geração da Psicologia da Gestalt passa a empregar a noção de "gestalt" menos como uma estrutura fixa e mais como um campo auto-regulável. Discutimos, ainda, em que sentido esta noção de campo aparece na teoria que mais diretamente contribuiu para a construção da "filosofia da gestalt", a saber, a teoria organísmica de Goldstein. No terceiro capítulo, dissertamos sobre como - a partir da teoria organísmica de Goldstein - Perls se propõe a uma releitura gestáltica da metapsicologia freudiana e em que sentido essa releitura demanda uma investigação filosófica sobre a noção goldsteiniana de intencionalidade organísmica. No quarto capítulo é apresentada a investigação fenomenológica que Perls e Goodman fazem da noção de intencionalidade organísmica. No quinto e último capítulo, enfim, descrevemos o resultado desta investigação, que é a teoria do self, a peça mais importante da "Filosofia da Gestalt" anunciada por Perls.
Gestalt Therapy is a motion of psychotherapeutic intervention which regards itself fundamented in a gestaltic reading of the freudian metapsychology on one hand , and a phenomenological interpretation of Gestalt Psychology on the other. Perls, Gestalt's chief mentor, referred to these fundaments as a sort of "Gestalt philosophy" somewhat developed in the work "Gestalt Therapy" , 1951, with collaborators Paul Goodman and Ralph Hefferline. This dissertation is aimed at axamining such philosophy which, in the first place, implies in an investigation of the genesis of the concepts it holds, as well as the way these concepts are chiefly articulated in that work terms. The first chapter is a survey on the origin of the psychological application of the notion of "Gestalt", which brings us the way "Gestalt philosophy" - in its first generation - reads and applies a husserlian notion of transcendent intentional object. The second chapter is Husserl's view of such applications, which he consideres to be "naturalizing", as well as his proposal of reduction of phenomenology in the transcendental philosophy environment, demonstrating which way - due to this reduction - the second generation of Gestalt Psychology begins to apply the notion of "gestalt" less as a fixed structure and more as a self-regulating field. We also discuss which way this field notion comes out in the theory which most directly contributed to the construction of the " Gestalt philosophy", that is, Goldstein's organismic theory. On the third chapter we comment how - out of Goldstein's organismic theory - Perls proposes a new gestaltic reading of Freud's metapsychology, and in what sense this new reading demands a philosophical investigation as for the goldsteinian notion of organismic intentionality. It is presented on the fourth chapter the phenomenological invesgigation which Perls and Goldstein make of the notion of organismic intentionality. On the fifth and last chapter we, finaly, describe the outcome of this investigation, which is the theory of the self, most important piece of "Gestalt philosophy" announced by Perls.
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