A "tradução" do paradigma etiológico de criminologia no Brasil: um diálogo entre Cesare Lombroso e Nina Rodrigues da perspectiva centro-margem

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2015. === Made available in DSpace on 2015-09-08T04:08:59Z (GMT). No. of bitstreams: 1 334063.pdf: 1943572 bytes, checksum: 2afd5d32fbc22302e3107bc6e13b...

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Bibliographic Details
Main Author: Góes, Luciano
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2015
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/134794
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Criminologia
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Góes, Luciano
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Em seu contexto original, aquele paradigma, consolidado na obra L?Uomo Delinquente, possibilitou a seleção e segregação de uma minoria ?anormal? visando seu disciplinamento através de estabelecimentos correcionais, mas sua concepção se encontra na primeira obra de Lombroso, L?uomo bianco e l?uomo do colore: letture sull?origine e la varietà delle razze umane, cuja tradução literal inédita se faz necessária para a compreensão pretendida, procurando, além do resgate de seu racismo negado, marcar as permanências e rupturas (se houver) durante a travessia atlântica. Nesse trajeto, desvelamos a construção de seus ?Outros? que nos leva à construção, muito além do centro, de sua espécie mais primitiva: o negro. Para ter sua funcionalidade assegurada em um contexto periférico singular, marcado pelo recente fim do maior sistema escravagista do mundo, a teoria do criminoso nato possibilitou a manutenção da ordem racial atravessando o quadro teórico liberal da jovem República ao ter retomada sua matriz racista, reforçada e potencializada pelo médico brasileiro, legítimo representante da classe escravagista, pelo ecletismo teórico-racial central, criando um discurso que considerou o negro e seus descendentes, a maioria da população brasileira, nossos criminosos natos e obstáculos ao desenvolvimento e progresso nacional. Neste sentido, Nina Rodrigues esboçou um modelo de controle racial projetado sob um paradigma original que atendia as necessidades de ordem da sociedade brasileira deslegitimando o discurso teórico liberal em relação aos ?inferiores? que deveria ser restrito aos ?superiores?, a raça branca e ariana, defendendo um apartheid brasileiro estribado na cientificidade racial central ao mesmo tempo em que endossava e desvelava as práticas punitivistas escravagistas responsáveis pela contenção do caos ao perseguir os negros em sua ?liberdade?.<br> === Resumen : Este trabajo tiene como objetivo principal entender que razón y cómo operalizou la "traducción" (proceso complejo que incluye varias técnicas, alejándose, así, la simple recepción) de la teoría lombrosiana y sobre todo el paradigma establecido por la Criminología Positivista, funcional para el control social en el Centro (Europa) ocupado por Raimundo Nina Rodrigues al control racial en el margen (Brasil) en el post-abolición. En su contexto original, el paradigma tiene sus raíces en la obra L'Uomo Delincuente, que permitió la selección y segregación de una minoría "anormal" en busca de su disciplina a través de los establecimientos penitenciarios, pero su concepción se encuentra en la primera obra de Lombroso, bianco L'uomo y l'uomo do colores: letture sull origine e la varietà delle razze umane, cuya traducción literal sin precedentes se requiere para la comprensión deseada, buscando, además de rescatar a su racismo negada, marque las continuidades y rupturas (si las hay) para la travesía del Atlántico. En este camino, develamos la construcción de su "otro" que nos lleva a la construcción, mucho más allá del centro, sus especies más primitivas: el negro. Para tener la seguridad de su funcionalidad en un contexto periférico especifico, marcado por un fin reciente del sistema esclavista más grande en el mundo, la teoría del delincuente nato posibilito mantener el orden racial a través del marco teórico liberal de la joven República, reanudó su matriz racista y mejorada impulsado por el médico brasileño, legítimo representante de la clase del esclavo, por el eclecticismo teórico y racial central, la creación de un discurso que considera el negro y sus descendientes, la mayoría de la población, los delincuentes y los obstáculos para el desarrollo y el progreso nacional. En este sentido, Nina Rodrigues dio un modelo de control racial diseñado en un paradigma único que respondía a las necesidades de orden de la sociedad brasileña, deslegitimando el discurso teórico liberal en relación con el "inferior" que debería limitarse a "superior", la raza blanca y aria la defensa de un apartheid brasileño estribado en la cientificidad racial del centro, tiempo que respalda y desvelava prácticas punitivistas esclavagistas responsables para la contención del caos para perseguir los negros en su "libertad".
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(processo complexo que inclui várias técnicas, se afastando, assim, da mera recepção) da teoria lombrosiana e principalmente do paradigma fundado pela Criminologia Positivista, funcional ao controle social no Centro (Europa), realizada por Raimundo Nina Rodrigues para o controle racial na Margem (Brasil) no pós-abolição. Em seu contexto original, aquele paradigma, consolidado na obra L?Uomo Delinquente, possibilitou a seleção e segregação de uma minoria ?anormal? visando seu disciplinamento através de estabelecimentos correcionais, mas sua concepção se encontra na primeira obra de Lombroso, L?uomo bianco e l?uomo do colore: letture sull?origine e la varietà delle razze umane, cuja tradução literal inédita se faz necessária para a compreensão pretendida, procurando, além do resgate de seu racismo negado, marcar as permanências e rupturas (se houver) durante a travessia atlântica. Nesse trajeto, desvelamos a construção de seus ?Outros? que nos leva à construção, muito além do centro, de sua espécie mais primitiva: o negro. Para ter sua funcionalidade assegurada em um contexto periférico singular, marcado pelo recente fim do maior sistema escravagista do mundo, a teoria do criminoso nato possibilitou a manutenção da ordem racial atravessando o quadro teórico liberal da jovem República ao ter retomada sua matriz racista, reforçada e potencializada pelo médico brasileiro, legítimo representante da classe escravagista, pelo ecletismo teórico-racial central, criando um discurso que considerou o negro e seus descendentes, a maioria da população brasileira, nossos criminosos natos e obstáculos ao desenvolvimento e progresso nacional. Neste sentido, Nina Rodrigues esboçou um modelo de controle racial projetado sob um paradigma original que atendia as necessidades de ordem da sociedade brasileira deslegitimando o discurso teórico liberal em relação aos ?inferiores? que deveria ser restrito aos ?superiores?, a raça branca e ariana, defendendo um apartheid brasileiro estribado na cientificidade racial central ao mesmo tempo em que endossava e desvelava as práticas punitivistas escravagistas responsáveis pela contenção do caos ao perseguir os negros em sua ?liberdade?.<br> Resumen : Este trabajo tiene como objetivo principal entender que razón y cómo operalizou la "traducción" (proceso complejo que incluye varias técnicas, alejándose, así, la simple recepción) de la teoría lombrosiana y sobre todo el paradigma establecido por la Criminología Positivista, funcional para el control social en el Centro (Europa) ocupado por Raimundo Nina Rodrigues al control racial en el margen (Brasil) en el post-abolición. En su contexto original, el paradigma tiene sus raíces en la obra L'Uomo Delincuente, que permitió la selección y segregación de una minoría "anormal" en busca de su disciplina a través de los establecimientos penitenciarios, pero su concepción se encuentra en la primera obra de Lombroso, bianco L'uomo y l'uomo do colores: letture sull origine e la varietà delle razze umane, cuya traducción literal sin precedentes se requiere para la comprensión deseada, buscando, además de rescatar a su racismo negada, marque las continuidades y rupturas (si las hay) para la travesía del Atlántico. En este camino, develamos la construcción de su "otro" que nos lleva a la construcción, mucho más allá del centro, sus especies más primitivas: el negro. 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