O viajante, a dobra e o livro que não se lê

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2017. === Made available in DSpace on 2017-10-31T03:19:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 348943.pdf: 2269502 bytes, checksum: 0d3ea61f199eb565ca23c2ecbd...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Pissolati, Tiago Lanna
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2017
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/180560
Description
Summary:Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2017. === Made available in DSpace on 2017-10-31T03:19:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 348943.pdf: 2269502 bytes, checksum: 0d3ea61f199eb565ca23c2ecbd24ca9e (MD5) Previous issue date: 2017 === Um livro é dobra de outro livro que não se lê. Norteado por essa hipótese, este trabalho propõe um percurso que parte de um livro literário e guarda como horizonte aquele da sua ausência, dispersão, ou dissolução. O ponto de partida é o hiper-romance Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino, que a todo tempo coloca em questão as ideias de livro, leitura e escrita, de maneira que ali se instaure uma cena em abismo, em que ler é buscar o livro e escrever é dobrar a sua ausência. Porque escrever é dobrar, investigamos o conceito de dobra desenvolvido por Gilles Deleuze a partir da leitura de Leibniz; mais além, propomos a dobra também como método de pesquisa e escrita. Tendo isso em vista partimos, na primeira parte do trabalho, de uma cena de leitura, para então desdobrá-la numa reflexão sobre a leitura e o livro, e sobre o livro como dobra. Já na segunda parte, partimos de uma cena de escritura do romance, para em seguida investigar as maneiras, procedimentos e artifícios pelos quais o seu escritor inclui ? e portanto dobra ? outros livros no livro, outras dobras na dobra. Por fim, na terceira parte do trabalho, composta por fragmentos que têm como horizonte o livro em suas ausências e impossibilidades, dobramos e desdobramos uma série de esforços breves e intensos de leitura de livros perdidos, livros impossíveis, apócrifos, livros sobre livros ausentes, dissolutos, fantasmáticos, a fim de tentar margear o extremo da ideia de livro ? sua ausência que retorna ? e de refletir sobre os seus limites a partir de textos de Mallarmé, Lovecraft, Cervantes, Poe, Borges, e outros escritores que fizeram tensionar os horizontes do literário a partir do esgarçamento de seus abismos.<br> === Abstract : A book folds another book which shall not be read. Guided by such hypothesis, this work proposes a journey that departs from a literary book and holds as desired horizon that of its absence, dispersion or dissolution. The point of departure is the hyper-novel If a traveler on a winter night, by Italo Calvino, a work that puts into question the ideas of book, reading and writing. Throughout the mise en abyme that unfolds, to read is to seek the book; to write is to fold its absence. And because to write is to fold, we investigate the concept on fold developed by Gilles Deleuze from his reading of Leibniz. Furthermore, we propose the fold as our method of research and writing. Having this in mind, in the first part of this work we depart from a scene of reading and then unfold it onto reflections on the ideas of reading, book and the notion of a book as a fold. In the second part, we depart from a scene of writing in order to investigate the ways, procedures and artifices through which the writer includes ? and hence folds ? other books in the book, other folds within the fold. Finally, in the third part, which is composed of fragments that hold as horizon the book in its absences and impossibilities, we fold and unfold a series of brief but intense efforts of reading of lost books, impossible books, apocrypha, books about books that are absent, dissolute and phantasmal, in order to attempt to flank the idea of book in its extreme ? its absence which returns ? and to reflect upon its limits, as expressed in works by Mallarmé, Lovecraft, Cervantes, Poe, Borges and many other writers that have contributed to the tensioning of the horizons of literature, by widening its abysses.