Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciência Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas. === Made available in DSpace on 2012-10-20T15:18:54Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === A suinocultura é uma atividade de grande importância econômica em várias regiões do Brasil. A criação de suínos depende de alimentos ricos em proteína e energia, os quais são responsáveis por mais de 70% dos custos de produção. O alimento mais utilizado como fonte protéica na suinocultura é o farelo de soja, derivado do esmagamento do grão de soja integral e considerado pela indústria de óleo vegetal como subproduto. Suinocultores, produtores de soja, vendem os grãos para as indústrias esmagadoras de soja, e delas compram o farelo para alimentação dos animais, pagando geralmente mais pelo kg de farelo do que recebem pelo kg de soja in natura. Seria mais lógico se esses produtores pudessem utilizar o grão integral de soja diretamente na alimentação dos animais, evitando descontos e despesas de transporte e armazenamento do produto. Apesar de ser uma excelente fonte protéica e energética para os suínos, sua utilização tem como limitante a presença de substâncias conhecidas como fatores antinutricionais, ligados à digestão de proteínas. No entanto, estes fatores são termolábeis, necessitando de calor para sua desativação, o que poderia possibilitar o uso do grão de soja integral na propriedade agrícola, como alimento para os suínos, sem antes ter que processá-lo na indústria de óleo de soja. Com o objetivo de avaliar a viabilidade da utilização do grão integral de soja desativado (GISD) in natura na produção de suínos, foram testados diferentes tratamentos experimentais de substituição parcial e total de farelo de soja (FS) por GISD como fonte protéica na dieta dos animais, em rações isoprotéicas e isocalóricas. Para isso foram utilizados 160 suínos, machos castrados e fêmeas, criados separados por sexo, em baias de 4,2 m2, com 4 animais por baia, e distribuídos em blocos ao acaso, com cinco tratamentos e oito repetições. Suínos alimentados com GISD consumiram quantidades diárias semelhante de ração a dos alimentados com FS, e seu ganho de peso diário médio (GPDM) foi semelhante, sugerindo que os animais não rejeitaram o GISD nem tiveram inibida a sua taxa de crescimento. A conversão alimentar (CA) dos animais que receberam GISD foi em torno de 0,10 kg pior do que a dos animais que receberam apenas FS, representando em torno de 5 a 6 kg a mais de ração consumida dos 30 aos 100 kg de peso vivo. No entanto, a espessura de toucinho (ET) medida in vivo e no frigorífico foi 2 a 3 mm menor nos suínos alimentados com GISD do que com FS, os quais apresentaram maior rendimento de carne (RC), que resultou em 1 a 2 % a mais de bônus na tipificação de carcaças, compensando o maior custo de produção. Suínos machos castrados consumiram mais ração do que as fêmeas e apresentaram maior GPDM, porém pior CA, maior ET e menor RC. Conclui-se que o GISD pode ser utilizado na alimentação dos suínos em substituição parcial ou total do FS, sem prejuízo para o desenvolvimento dos animais, e se constitui numa alternativa viável para uso na suinocultura.
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