Educação ambiental crítica: enfocando o imaginário de estudantes do ensino fundamental

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2010 === Made available in DSpace on 2012-10-25T07:33:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 279705.pdf: 1633873 bytes, checksum: 07cf554380db1512f89ae20c305a5d75...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Reses, Gabriela de Leon Nóbrega
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/94203
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2010 === Made available in DSpace on 2012-10-25T07:33:45Z (GMT). No. of bitstreams: 1 279705.pdf: 1633873 bytes, checksum: 07cf554380db1512f89ae20c305a5d75 (MD5) === Na Educação Ambiental Crítica (EAC) é necessário ter, como ponto de partida, a leitura e concepções que os sujeitos apresentam sobre o seu meio ambiente antes de se construir uma proposta educativa. Por isso, nesta pesquisa, busquei compreender alguns aspectos das condições de produção do imaginário dos estudantes da sétima série do ensino fundamental, sobre o ambiente em que vivem, através de análises de discursos construídos em um processo de Educação Ambiental Crítica. A escola fica localizada em uma comunidade carente da cidade de São José/SC. Para a realização dessas análises foi utilizada a Análise de Discurso (AD) da escola francesa como referencial teórico/metodológico através das obras de Eni P. Orlandi, produzidas no Brasil baseadas nos trabalhos de Michael Pêcheux. O processo de EAC foi divido em duas etapas. Na primeira etapa buscou-se conhecer o imaginário dos alunos antes de se encaminhar uma reflexão sobre as problemáticas ambientais da comunidade. Já na segunda, após esta reflexão, buscou-se compreender, também através da análise do imaginário dos estudantes, se ocorreram ampliações de sentidos a respeito do local em que vivem e as condições de produção que encaminharam para esta ampliação. Também procurei indicar caminhos e proposições que pudessem contribuir para o ensino de ciências e intervenções de Educação Ambiental, na formação de alunos críticos. Os primeiros resultados sinalizaram a reprodução de discursos midiáticos, que assumem uma postura não politizada, imediatista, catastrófica e de culpabilização do ser humano sobre as questões ambientais. As responsabilidades do poder público e de outras instituições foram silenciadas. Ao analisar o imaginário dos sujeitos foi possível compreender que os alunos percebiam as problemáticas ambientais, mas assumiam uma postura fatalista sobre estas questões. Pode-se perceber que os sujeitos encaravam os problemas como características que identificam a comunidade, naturalizando-os. A violência se configurou como uma das condições de produção dos discursos e dos sentidos que os alunos possuem sobre o seu ambiente. Ela também constitui a identidade dos estudantes e a forma com que eles se relacionam com os outros, com eles mesmos e com o meio ambiente. Os discursos dos alunos, construídos na segunda etapa após as discussões ocorridas durante o processo de EAC, diferenciaram-se dos discursos construídos na primeira etapa por terem questionamentos, argumentos e críticas. Este fato demonstra o potencial da EAC na formação dos sujeitos. A escrita se revelou como umas das formas de realizar a Educação Ambiental Crítica já que o sujeito está, de alguma maneira, inscrito no texto que produz. E quando os sujeitos assumem a autoria eles historicizam o seu dizer e revelam a forma como se relacionam com o mundo. A problematização e a dialogicidade, que guiaram todo o processo de Educação Ambiental, foram as principais condições que viabilizaram estes resultados. === In critical environmental education (CEE) it#s necessary to have as a starting point, the reading and conceptions that the subjects present about their environment before building an educational proposal. Therefore, in this research, I sought to understand some aspects of the production conditions of the students# imaginary, from the seventh grade elementary school, about the environment where they live, through the analyses of speeches built in a process of critical environmental education. The school is located in a destitute community in São José city - SC. To perform these analyses it was used the Discourse Analysis (DA) from French school as a methodological/theoretical reference through Eni P. Orlandi#s works, produced in Brazil based on Michael Pêcheux#s works. The process of CEE was divided in two stages. On the first stage it was sought to know the students# imaginary, before heading a reflection about the community environmental problematics. On the second stage, after this reflection, it was sought to understand, also through the analysis of the students# imaginary, if there were expansions of the meaning about the local where they live and the production conditions that led to this expansion. I also sought to indicate ways and propositions that could contribute to the teaching of sciences and interventions of environmental education, making critical students. The first results pointed the reproduction of mediatic speeches that assume a nonpolitical, immediate and catastrophic attitude and guiltiness of the human being about the environmental matters. The responsibilities of the public authority and other institutions were silenced. When analyzing the subjects# imaginary, it was possible to realize that the students perceived the environmental problematics, but they assumed a fatalist posture about these matters. It#s possible to realize that the students faced the problems as characteristics that indentify the community, naturalizing them. The violence was configured as one of the conditions of speeches and meanings production that the students have about their environment. It also constitutes the students# identity and the way they relate with one another, with themselves and with the environment. The students# speeches made in the second stage, after the discussions occurred during the process of CEE, are different from the first stage ones, on account of having questions, arguments and critics. This fact shows the potential of the CEE in the subjects# development. The writing was revealed as one of the ways of performing critical environmental education, since the subject is, somehow, in the text that he/she produces and when the subjects assume the authorship, they historicize their sayings and reveal the way how their relationship with the world is. The problematization and the dialogicity that guided all the process of environmental education were the main conditions that made this result viable.