Summary: | Fundação Araucária === A segurança é definida por alguns autores como sinônimo de certeza e ausência de riscos e ameaças; segurança é, portanto, uma representação do mundo, um ideal imaginário. Para compreender como se dão as relações entre o espaço construído público e privado e as representações de segurança, apresenta-se, neste trabalho, um conjunto de estudos que se apoiaram na literatura dos campos disciplinares da arquitetura e urbanismo e nos campos interdisciplinares da segurança e tecnologia. O condomínio fechado, artefato e produto da urbanização permeada de conceitos e preconceitos sobre segurança tornou-‐se objeto central. O trabalho com reportagens de jornais permitiu ouvir narrativas de moradores e da imprensa sobre condomínios fechados e investigar como estas lógicas dialogam com as representações de segurança e os artefatos tecnológicos no espaço urbano. O capítulo sobre as representações de segurança contidas nos sites internet das incorporadoras anunciando condomínios fechados permitiu estudar discursos e mitos embutidos no processo de venda que influenciam na decisão das pessoas por esse tipo de moradia. As praças vizinhas a condomínios verticais foram avaliadas para buscar relações entre as características arquitetônicas do espaço livre e a efetiva ocorrência de delitos; para isso realizou-‐se uma análise de regressão seguida por estudo de correlações. Também foram ouvidos os depoimentos dos usuários das praças e suas ideias sobre segurança. Os estudos sugeriram que as teorias que buscam relacionar o ambiente com a ocorrência de delitos são importantes ferramentas de trabalho para projetistas de edificações, mas não parecem ser aplicáveis à escala do espaço público. As conclusões mostraram que as lógicas de ocupação do solo para os espaços abertos e fechados exibem diferentes representações de segurança. === Security is defined by some authors both as a synonym of certainty and as absence of risk and threats; security is, therefore, a representation of the world, an imaginary ideal. In order to understand the nature of the relations between public and private built environment and the representations of security, this essay presents a group of studies based on the literature from the disciplinary fields of architecture and urban planning and from interdisciplinary fields of security and technology. The gated community, an artifact and produce of urban design built upon concepts and prejudices about security has become the main object of inquiry. The first study, based on newspaper reports and news, made it possible to listen to the narratives of dwellers and of the press about gated communities and investigate how these logics interact with the representations of security and the technological artifacts in urban space. The chapter on representations of security in realtor internet advertisement pages for gated communities has allowed the study of the discourse and myths embedded within the sales pitch which influence prospective buyers. Public squares neighboring residential buildings were evaluated in a search for relationships between architectural characteristics of these public spaces and the actual occurrences of crimes; this has been achieved by means of regression and correlation studies. Users of these public squares were interviewed in regard to their ideas about security. The studies suggest that the theories about the relationship between the environment and the occurrence of crime are important tools for the planning of buildings, but they don't seem applicable at the scale of public urban spaces. The conclusions show that the logic of land use for public and private spaces shows different representations of security.
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