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Previous issue date: 2007-03-09 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === The objectives of the present study were: systematize the technical handling of clinical
psychological interventions evidencing the comprehension of the transference relationships;
describe the vicissitudes in the analytical field during these clinical interventions; and
describe the technical handling of the psychological intervention with one female infertile
patient of a human reproduction school clinic. The method used was the descriptive clinical
method with a psychoanalytical approach. The analysis and the discussion of the results were
based upon the presentation of one case, which served the purpose of illustrating the
technique meant to be described. We present Mrs. S. case, a 41-year-old woman, informally
married for five years, conducting an infertility treatment in the human reproduction clinic.
The patient was attended by the psychologist in the ambient of the clinic during the period of
her second pregnancy attempt. The instrument used to collect data was the psychological
interviews or sessions. Only three (3) sessions took place and, within the period of two
months, the patient missed three of the scheduled appointments. The sessions were analyzed
according to the psychoanalytical theory. Five (5) analysis categories were created: 1)
Listening; 2) Configuration of Psychological Complaint; 3) Conflicts Handling; 4)
Transference Handling; 5) Setting. These categories represent elements of the session. The
division of the session into categories has a didactic purpose; however, the systematization of
the handling in these clinical consultations is made possible by the development of each of
these categories during each session. Listening refers to the capacity of the psychotherapist to
comprehend the relationship established with the patient, as well as understanding all the
meta-psychological elements put on the emotional field, from theory-methodology
perspective. The Configuration of a Psychological Complaint relies on the approximation to
the psychological suffering, and to the conflicts that lie underneath the explicit or organic
complaint. The Handling of the Conflicts refers to the way the psychotherapist comprehends
and returns to the patient the contents brought up to session. It is emphasized that in handling
the conflicts, the psychotherapist selects a specific element and focuses on it during the
treatment, privileging actual life situations specifically related to the complaint. The
Transference Handling deals with the comprehension and devolution of transference aspects
to the patient. The transference neurosis and psychosis are avoided and the work is preferably
developed through the interpretation of the extra-transference situation. Finally, the Setting
embodies all formal and dynamic aspects that constitute the emotional field over which the
treatment is developed. This type of consultation stays in between the psychological interview
and the brief psychotherapy session; it has limited time and objectives that vary according to
the adaptation quality and motivation of each patient to the psychological treatment. We
conclude that this clinical consultation concerns both the diagnosis and the intervention, and
that the role of the psychologist is to assist the patients in acknowledging the latent and
manifest aspects of their complaint as well as provide a listening place in which their contents
can be thought and understood === O presente estudo teve por objetivos: descrever o manejo técnico do atendimento psicológico,
ilustrado pelo caso de uma paciente infértil de um ambulatório de reprodução humana
assistida; descrever as vicissitudes no campo analítico nestes atendimentos; e sistematizar esse
manejo técnico em intervenções ambulatoriais em que se privilegia a compreensão das
relações transferenciais. O instrumento utilizado para a coleta de dados foram os próprios
atendimentos, ou entrevistas psicológicas, baseadas no método clínico de abordagem
psicanalítica. A análise e a discussão dos resultados se basearam na apresentação de um único
caso, que ilustrou a técnica que se objetivou sistematizar e descrever. É apresentado o caso da
Sra. S., uma mulher de 41 anos, com parceiro em união estável há cinco anos, que realizava
tratamento de infertilidade no ambulatório de reprodução humana. A paciente foi atendida
pela psicóloga no próprio ambulatório durante o período da segunda tentativa de gravidez.
Foram realizados efetivamente três (3) atendimentos e, no período de dois meses, a paciente
não compareceu a três (3) sessões. Foram criadas cinco (5) categorias de análise: 1) Escuta; 2)
Configuração de Queixa Psicológica; 3) Manejo dos Conflitos; 4) Manejo da Transferência; e
5) Enquadre. Estas categorias representaram elementos do atendimento. A divisão do
atendimento em categorias teve propósito didático, no entanto, a sistematização do manejo
deu-se a partir do desenvolvimento destas categorias, mas não numa ordem pré-estabelecida.
A Escuta refere-se à capacidade do psicoterapeuta compreender a relação estabelecida com o
paciente, assim como os elementos metapsicológicos depositados no campo, a partir de seu
quadro de referência teórico-metodológico. A Configuração de Queixa Psicológica refere-se à
aproximação do sofrimento psíquico e dos conflitos que subjazem à queixa orgânica ou
manifesta. O Manejo dos Conflitos representa o modo como são interpretados e devolvidos a
um paciente os conteúdos trazidos para a sessão. Ressalta-se, no manejo dos conflitos, a
eleição de um foco de trabalho em que se privilegia a situação atual da vida do paciente
relacionada especificamente à sua queixa. O Manejo da Transferência refere-se à forma como
os aspectos transferenciais são compreendidos e devolvidos ao paciente. A neurose e psicose
de transferência são evitadas e o trabalho é preferencialmente desenvolvido a partir da
interpretação de situações extra-transferenciais. Por fim, o Enquadre engloba todos os
aspectos formais e dinâmicos que constituem o campo emocional sobre o qual se trabalha.
Este tipo de atendimento pode ser situado entre a entrevista psicológica e o atendimento em
psicoterapia breve com objetivos e tempo limitados, variando de acordo com a qualidade
adaptativa do paciente e sua motivação para o atendimento psicológico. Concluímos que este
modelo de atendimento ambulatorial engloba aspectos tanto diagnósticos quanto de
intervenção e que o papel do psicólogo neste contexto é auxiliar o paciente atendido a
compreender sua queixa em seus aspectos latentes e manifestos, além de propiciar um espaço
de escuta em que os conteúdos trazidos podem ser pensados e compreendidos
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