Determinação da composição da película adquirida formada sobre o esmalte humano in vivo e da sua modificação após estimulação química e mecânica do fluxo salivar: estudo proteômico

Determinação da composição da Película Adquirida formada sobre o esmalte humano in vivo e da sua modificação após estimulação química e mecânica do fluxo salivar: estudo proteômico. Todas as superfícies sólidas expostas na cavidade bucal são cobertas por uma camada proteinácea denominada películ...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Flávia Zaidan Cardoso dos Santos
Other Authors: Marilia Afonso Rabelo Buzalaf
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2013
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-04122013-091600/
Description
Summary:Determinação da composição da Película Adquirida formada sobre o esmalte humano in vivo e da sua modificação após estimulação química e mecânica do fluxo salivar: estudo proteômico. Todas as superfícies sólidas expostas na cavidade bucal são cobertas por uma camada proteinácea denominada película adquirida do esmalte. Trata-se de um filme orgânico, livre de bactérias, que recobre os tecidos dentários e é composto basicamente por proteínas. Diversos trabalhos têm se concentrado na caracterização e no impacto protetor da película adquirida formada sobre a superfície do esmalte. Porém tanto para a película adquirida formada sobre o esmalte in situ quanto in vivo, as considerações sobre o tipo de saliva que contribuiu para sua formação são bastante limitadas, senão inexistentes. Com base nisto, o objetivo deste estudo foi comparar o perfil proteico em películas adquiridas formadas in vivo sobre o esmalte humano em condições de repouso, bem como analisar as películas formadas após estimulação salivar mecânica e química, através de espectrometria de massa. Os experimentos foram realizados por três dias consecutivos, seguindo um delineamento cruzado. Em cada dia, os voluntários (n=9) receberam uma meticulosa profilaxia dentária. Em seguida, aguardaram por duas horas para que a película adquirida fosse formada naturalmente sobre o esmalte (saliva não estimulada Grupo 1, controle). Após o período em questão, cada quadrante da boca foi enxaguado, seco e a película adquirida foi então coletada com auxílio de um papel filtro de eletrodos (electrode wick filter paper, Bio-Rad) embebido em ácido cítrico 3%. Os procedimentos descritos acima foramrepetidos em outros dois dias consecutivos para cada voluntário, sendo que em um dos dias os voluntários estimularam o fluxo salivar mecanicamente (saliva com estimulação mecânica Grupo 2), através da mastigação de Parafilm®, durante o mesmo período de tempo. Em outro dia, o fluxo salivar foi estimulado através de gotejamento de ácido cítrico 2% (p/v) em ambas as bordas laterais da língua, em intervalos de 1 minuto, durante o mesmo período de tempo. O restante dos procedimentos foi repetido como descrito. Para cada grupo, foi feito um pool com os papéis de filtro dos 9 voluntários. Após extração e digestão das proteínas presentes nos papéis, foi realizada a separação dos peptídeos por nano-HPLC (nano- Cromatografia Líquida de Alta Performace) interligada a um espectrômetro de massa (LC-ESI-MS/MS). Os dados MS/MS obtidos foram processados e pesquisados junto ao banco de dados de proteínas humanas (UniProt and TrEMBL, Swiss Institute of Bioinformatics) utilizando algorítimo SEQUEST no software Proteome Discoverer 1.3 (Thermo Scientific). Foram detectadas no total 115 proteínas/peptídeos identificados por pelo menos dois peptídeos. Todos apareceram em pelo menos três corridas de cada Grupo, sendo que 51 proteínas apareceram nos três grupos. O perfil protéico da película adquirida foi semelhante em todos os grupos, embora tenham sido detectadas proteínas específicas para cada grupo. Utilizando a tecnologia de quantificação SIEVE, foi observado que a concentração de proteínas foi maior nos grupos nos quais houve estimulação salivar (2 e 3). Os resultados sugerem que a estimulação do fluxo salivar, tanto mecânica quanto química, promove a formação de película adquirida com maior concentração de proteínas protetoras como anidrase carbônica, mucinas, cistatinas e imunoglobulinas, o que pode resultar num maior caráter protetor para o esmalte dentário. Contudo, são necessários mais estudos para se compreender por completo o complexo processo de formação (mediante variadas condições) e as dinâmicas funções deste importante tegumento. === All solid surfaces exposed in the oral cavity are covered by a closely adherent protein film termed the acquired enamel pellicle (AEP). It is an organic, bacteria-free film that overlies the hard dental tissues and is basically composed by glycoproteins and proteins. Recently, many studies have focused on the characterization and the protector impact of the acquired pellicle formed over the enamel surface. However either for the in situ or in vivo formed AEP, information regarding the type of saliva which has contributed for its formation is quite limited, or even inexistent. Based on this, the aim of the present study was to compare the protein profile of acquired pellicles formed in vivo over the human enamel surfaces under resting condition and also to analyze the protein profile of the pellicles formed after mechanical and chemical salivary flow stimulation using mass spectrometry. The experiments were performed on three consecutive days, following a crossover design. On each day, the volunteers (n=9) received a meticulous dental prophylaxis and then waited for two hours to allow the AEP formation (non stimulated saliva - group 1). After the time span, each quadrant of the mouth was rinsed with water, dried by air spray and then the collection of the AEP was carried out using a filter paper (electrode wick filter paper, Bio-Rad) presoaked in 3% citric acid The procedures described above were repeated on two other consecutive days for each volunteer. However, in one day their salivary flow was mechanically stimulated (mechanical stimulation Group 2) by chewing on Parafilm® during the same period of time. In another day, the salivary flow was chemically stimulated (Chemical stimulation Group 3) by 2% citric acid drops on each side of the tongue, once per minute, for the same period of time. For each group, a pool with the wick filters from all 9 volunteers was made. After the extraction and digestion of the proteins from the paper strips, peptide separation and mass spectrometric analyses were carried out with a nano-HPLC Proxeon linked to mass spectrometer (LC-ESI-MS/MS). The obtained MS/MS spectra were searched against human protein databases (UniProt and TrEMBL, Swiss Institute of Bioinformatics) using SEQUEST algorithm in Proteome Discoverer 1.3 software (Thermo Scientific). The combination of all 3 experiments yielded a total of 115 proteins/peptides identified by at least two peptides. All proteins were identified in at least three runs at each Group fifty-one proteins were found in all three Groups. The protein profile of the AEP observed in each study group was similar, but all groups presented specific proteins. Using the SIEVE quantification technology, it was observed that the amount of proteins that compose the AEP was greater in the groups in which the salivary stimulation was performed (2 and 3). The data suggest that salivary flow stimulation, either mechanical or chemical/gustatory, promotes the formation of AEP with higher concentration of protective proteins, such as carbonic anhydrase, mucins, cystatins and immunoglobulins, which may result with a greater protective character for the tooth enamel. However, further studies are necessary to fully understand the complex process of formation (under various conditions) and the dynamic functions of this important integument.