Análise das curvaturas da coluna vertebral de mães em função do transporte de seus filhos

O transporte de cargas pode causar lesões e dores na coluna. Entre as mães é frequente a existência de lombalgia, sendo o carregamento de bebês no colo uma tarefa comum e relevante. Apesar disso não há trabalhos reportando os efeitos biomecânicos do transporte de bebês. Objetivo: O objetivo dest...

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Bibliographic Details
Main Author: Lúcia Desideri Junqueira
Other Authors: Marcos Duarte
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2012
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-05122012-145411/
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Lúcia Desideri Junqueira
Análise das curvaturas da coluna vertebral de mães em função do transporte de seus filhos
description O transporte de cargas pode causar lesões e dores na coluna. Entre as mães é frequente a existência de lombalgia, sendo o carregamento de bebês no colo uma tarefa comum e relevante. Apesar disso não há trabalhos reportando os efeitos biomecânicos do transporte de bebês. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar o impacto do transporte de bebês sobre as curvaturas da coluna vertebral e sobre o deslocamento do centro de gravidade (CG) do corpo de mães. Secundariamente, foi verificada a possibilidade dos efeitos serem diferentes dos decorrentes do transporte de cargas inanimadas, bem como do transporte por mulheres que nunca tiveram filhos. Método: 20 mães com seus filhos de aproximadamente 10 kg (grupo Mães) e 44 mulheres que nunca tiveram filhos (grupo Não-Mães) participaram deste estudo. Todas as participantes foram avaliadas usando um sistema de captura de movimento em 3D, durante a realização das seguintes tarefas: (1) caminhar em linha reta em uma superfície plana com velocidade confortável auto-selecionada por cerca de 7 m e (2) manter-se na postura ereta quieta por trinta segundos, em cima de uma plataforma de força. Para ambas as tarefas, havia três condições para o grupo Mães: (A) carregando nada (sem carga), (B) carregando seu bebê no colo (bebê), e (C) carregando um boneco de peso ajustado ao peso do bebê e com 50 cm de comprimento (boneco). O grupo Não-mães realizou apenas as condições sem carga e boneco, com peso fixo de 10kg. O bebê e o boneco foram carregados sempre à frente do corpo, com os dois braços. Resultados: Os dois grupos apresentaram-se semelhantes com relação à idade das participantes (p<0,05). O transporte da carga influenciou apenas os ângulos do plano sagital para o grupo Mães (p<0,001): inclinação pélvica (sem carga= 12°; boneco= 10°; bebê= 10°), cifose torácica (sem carga= 25°; boneco= 29°; bebê= 30°), lordose lombar (sem carga= 17°; boneco=27°; bebê= 25°) e extensão do tronco (sem carga= 6°; boneco= -4°; bebê= -2°). Da mesma forma, alterações destas curvaturas foram observadas no grupo Não-Mães (p<0,001): inclinação pélvica (sem carga= 14°; boneco= 12°), cifose torácica (sem carga= 25°; boneco= 28°), lordose lombar (sem carga= 19°; boneco= 24°) e extensão do tronco (sem carga= 5°; boneco= -2°). As condições bebê e boneco imprimiram alterações diferentes na cifose torácica, na lordose lombar e na extensão do tronco de mães (p<0,05). Diferenças entre os ajustes posturais realizados pelas mulheres dos dois grupos só foram notáveis nos ângulos médios de lordose lombar e extensão do tronco (p<0,001). O efeito do peso extra no deslocamento do CG para cima foi similar entre as condições de carga realizadas pelo grupo Mães (sem carga= -4 cm; boneco= 2 cm; bebê= 2 cm) e pelo grupo Não-mães (sem carga= -4 cm; boneco= 1 cm), sem diferença entre os grupos (p>0.05). Conclusão: carregar bebês no colo produz alterações significantes nas curvaturas da coluna vertebral de mães, principalmente na região lombar da coluna. Há diferenças significativas do transporte de carga inanimada e dos ajustes posturais realizados por mulheres que nunca tiveram filhos === Background: Load carriage may cause spinal pain and biomechanics lumbar spine alteration. Among women, carrying babies is a frequent and relevant spinal load but there are no data regarding its biomechanical effect. Purpouse: This study aims to investigate the impact of transporting babies in spinal curvature and in the displacement of center of gravity (COG) on the body of mothers. Secondly, this effect was compared to those effects arising from inanimate cargo transportation, and transportation for women who never had children. Method: Twenty consecutive mothers with babies with approximately 10kg (M-group) and 44 women never pregnant (NM-group) were included in the study. All of them were evaluated using 3D movement analysis system and data were calculated as 2D projection angles in the following conditions: no load (NL); carrying a dummy (D) with similar weight of their respective babies for M-group and with 10kg for NM-group and carrying baby (B) just for mothers. Babies and dummies were carried at the front of the trunk with both arms and tasks performed were: walking 10 trials straight on a flat floor at a comfortable speed, one trial standing still and upright for 30 seconds. Results: The two groups had comparable mean of age (p<0,05). Load affected only the sagital plane angles for the M-group (p<0,001): pelvic inclination (NL= 12°; D= 10°; B= 10°), thoracic kyphosis (NL= 25°; D= 29°; B= 30°), lumbar lordosis (NL= 17°; D= 27°; B= 25°) and trunk extension (NL= 6°; D= -4°; B= -2°). Likewise, alterations in these curvatures was observed in NM-group (p<0,001): pelvic inclination (NL= 14°; D= 12°), thoracic kyphosis (NL= 25°, D= 28°), lumbar lordosis (NL= 19°, D= 24°) and trunk extension (NL= 5°; D= -2). The load conditions printed different alterations in thoracic kyphosis, lumbar lordosis and trunk extension for the M-group (p<0,05). Differences between the postural adjustments made by women in both groups were only notable angles average lumbar lordosis and trunk extension (p <0.001). The effect of extra weight in the upward displacement of the CG was similar between the loading conditions conducted by the group Mothers (no load = -4 cm = 2 cm doll, baby = 2 cm) and the group non-mothers (no load = -4 cm; dummy = 1 cm), with no difference between groups (p> 0.05). Conclusion: In conclusion, carrying babies produces significant alterations on the spinal curvatures of mothers, mainly at the lumbar region. There are significant differences of the inanimate load transport and postural adjustments made by women who never had children
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Secundariamente, foi verificada a possibilidade dos efeitos serem diferentes dos decorrentes do transporte de cargas inanimadas, bem como do transporte por mulheres que nunca tiveram filhos. Método: 20 mães com seus filhos de aproximadamente 10 kg (grupo Mães) e 44 mulheres que nunca tiveram filhos (grupo Não-Mães) participaram deste estudo. Todas as participantes foram avaliadas usando um sistema de captura de movimento em 3D, durante a realização das seguintes tarefas: (1) caminhar em linha reta em uma superfície plana com velocidade confortável auto-selecionada por cerca de 7 m e (2) manter-se na postura ereta quieta por trinta segundos, em cima de uma plataforma de força. Para ambas as tarefas, havia três condições para o grupo Mães: (A) carregando nada (sem carga), (B) carregando seu bebê no colo (bebê), e (C) carregando um boneco de peso ajustado ao peso do bebê e com 50 cm de comprimento (boneco). O grupo Não-mães realizou apenas as condições sem carga e boneco, com peso fixo de 10kg. O bebê e o boneco foram carregados sempre à frente do corpo, com os dois braços. Resultados: Os dois grupos apresentaram-se semelhantes com relação à idade das participantes (p<0,05). O transporte da carga influenciou apenas os ângulos do plano sagital para o grupo Mães (p<0,001): inclinação pélvica (sem carga= 12°; boneco= 10°; bebê= 10°), cifose torácica (sem carga= 25°; boneco= 29°; bebê= 30°), lordose lombar (sem carga= 17°; boneco=27°; bebê= 25°) e extensão do tronco (sem carga= 6°; boneco= -4°; bebê= -2°). Da mesma forma, alterações destas curvaturas foram observadas no grupo Não-Mães (p<0,001): inclinação pélvica (sem carga= 14°; boneco= 12°), cifose torácica (sem carga= 25°; boneco= 28°), lordose lombar (sem carga= 19°; boneco= 24°) e extensão do tronco (sem carga= 5°; boneco= -2°). As condições bebê e boneco imprimiram alterações diferentes na cifose torácica, na lordose lombar e na extensão do tronco de mães (p<0,05). Diferenças entre os ajustes posturais realizados pelas mulheres dos dois grupos só foram notáveis nos ângulos médios de lordose lombar e extensão do tronco (p<0,001). O efeito do peso extra no deslocamento do CG para cima foi similar entre as condições de carga realizadas pelo grupo Mães (sem carga= -4 cm; boneco= 2 cm; bebê= 2 cm) e pelo grupo Não-mães (sem carga= -4 cm; boneco= 1 cm), sem diferença entre os grupos (p>0.05). Conclusão: carregar bebês no colo produz alterações significantes nas curvaturas da coluna vertebral de mães, principalmente na região lombar da coluna. Há diferenças significativas do transporte de carga inanimada e dos ajustes posturais realizados por mulheres que nunca tiveram filhos Background: Load carriage may cause spinal pain and biomechanics lumbar spine alteration. Among women, carrying babies is a frequent and relevant spinal load but there are no data regarding its biomechanical effect. Purpouse: This study aims to investigate the impact of transporting babies in spinal curvature and in the displacement of center of gravity (COG) on the body of mothers. Secondly, this effect was compared to those effects arising from inanimate cargo transportation, and transportation for women who never had children. Method: Twenty consecutive mothers with babies with approximately 10kg (M-group) and 44 women never pregnant (NM-group) were included in the study. All of them were evaluated using 3D movement analysis system and data were calculated as 2D projection angles in the following conditions: no load (NL); carrying a dummy (D) with similar weight of their respective babies for M-group and with 10kg for NM-group and carrying baby (B) just for mothers. Babies and dummies were carried at the front of the trunk with both arms and tasks performed were: walking 10 trials straight on a flat floor at a comfortable speed, one trial standing still and upright for 30 seconds. Results: The two groups had comparable mean of age (p<0,05). Load affected only the sagital plane angles for the M-group (p<0,001): pelvic inclination (NL= 12°; D= 10°; B= 10°), thoracic kyphosis (NL= 25°; D= 29°; B= 30°), lumbar lordosis (NL= 17°; D= 27°; B= 25°) and trunk extension (NL= 6°; D= -4°; B= -2°). Likewise, alterations in these curvatures was observed in NM-group (p<0,001): pelvic inclination (NL= 14°; D= 12°), thoracic kyphosis (NL= 25°, D= 28°), lumbar lordosis (NL= 19°, D= 24°) and trunk extension (NL= 5°; D= -2). The load conditions printed different alterations in thoracic kyphosis, lumbar lordosis and trunk extension for the M-group (p<0,05). Differences between the postural adjustments made by women in both groups were only notable angles average lumbar lordosis and trunk extension (p <0.001). The effect of extra weight in the upward displacement of the CG was similar between the loading conditions conducted by the group Mothers (no load = -4 cm = 2 cm doll, baby = 2 cm) and the group non-mothers (no load = -4 cm; dummy = 1 cm), with no difference between groups (p> 0.05). Conclusion: In conclusion, carrying babies produces significant alterations on the spinal curvatures of mothers, mainly at the lumbar region. 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