Análise da expressão de genes relacionados ao metabolismo energético e lipídico em mulheres com obesidade grau III após suplementação de extrato de chá verde descafeinado

A obesidade surge como um distúrbio neuroendócrino, com atuação de fatores de risco ambientais e genéticos, e recentemente centenas de genes tem sido associados ao controle do peso corporal e metabolismo energético. Frente à alta incidência e prevalência de obesidade na população, empregam-se es...

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Bibliographic Details
Main Author: Driele Cristina Gomes Quinhoneiro
Other Authors: Carla Barbosa Nonino
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-06012017-111756/
Description
Summary:A obesidade surge como um distúrbio neuroendócrino, com atuação de fatores de risco ambientais e genéticos, e recentemente centenas de genes tem sido associados ao controle do peso corporal e metabolismo energético. Frente à alta incidência e prevalência de obesidade na população, empregam-se estratégias com a finalidade de elevar a eficácia de perda de peso, como por exemplo, o uso de compostos bioativos presentes nos alimentos, com destaque para 3-galato de epigalocatequina (GEGC) presente no chá verde. As dietas ricas em polifenóis apresentam efeitos antiobesogênicos, possivelmente por sua interação direta ou indireta com o tecido adiposo. O presente estudo teve como objetivo verificar a expressão de UCPs, PLIN1, PPARG2 e ADRB3 em tecido adiposo subcutâneo abdominal de mulheres com obesidade grau III antes e após oito semanas de suplementação com extrato de chá verde descafeinado e associar com variáveis antropométricas, taxa metabólica de repouso (TMR), oxidação de substratos e consumo alimentar. A amostra foi composta por 11 mulheres com obesidade grau III submetidas à suplementação de 450 mg de chá verde por oito semanas (grupo intervenção) e 10 mulheres eutróficas (grupo controle). Tratou-se de um estudo longitudinal e foram coletadas medidas antropométricas de peso e estatura para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC); circunferência abdominal (CA); composição corporal (massa livre de gordura e massa gorda) por bioimpedância elétrica; ingestão alimentar por recordatórios de 24h, TMR por calorimetria indireta e análise de expressão gênica por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-qPCR). Após oito semanas de suplementação, o grupo intervenção não apresentou alterações nas variáveis antropométricas, de composição corporal, TMR e oxidação de substratos. Ao comparar o grupo controle e intervenção, observou-se no primeiro valores menores de IMC, CA, massa livre de gordura, massa gorda, TMR e oxidação de lipídios. Dos genes analisados, houve aumento da expressão de UCP3 após o período de suplementação (p=0,026). As análises de correlação e regressão linear mostraram que as mulheres com obesidade grau III antes da suplementação de chá verde que expressavam mais UCP2 possuíam menor peso (p=0,043) e massa gorda (p=0,045). Ainda, às que ingeriam mais calorias por dia, exibiram maior expressão de UCP2 (p=0,045). Conclui-se que a suplementação de extrato de chá verde descafeinado, por 8 semanas, em mulheres com obesidade grau III, não altera a expressão de UCP1, UCP2, PLIN1, PPARG2 e ADRB3, o que poderia explicar a manutenção das variáveis antropométricas, composição corporal, taxa metabólica de repouso e oxidação de substratos. Por outro lado, há o aumento da expressão de UCP3 após a intervenção, sugerindo um possível mecanismo de adaptação desse gene atuando na manutenção do peso. === Obesity emerges as neuroendocrine disorder, with action of environmental and genetic risk factors, and recently hundreds of genes have been associated with management of body weight and energy metabolism. As obesity rates continue to climb in population, an increased number of strategies are employed in order to improve effectiveness of weight loss, such as use of bioactive compounds in foods, especially Epigallocatechin gallate (EGCG) present in green tea. Polyphenol-rich foods have anti-obesogenic effects, possibly by its direct or indirect interaction with adipose tissue. This study aimed to verify expression of UCPs, PLIN1, PPARG2 and ADRB3 in abdominal subcutaneous adipose tissue of women with obesity grade III before and after eight weeks of supplementation with decaffeinated green tea extract and associate with anthropometric, metabolic rate (RMR), substrate oxidation and energy intake. The sample consisted of 11 women with obesity grade III submitted to supplementation of 450 mg of green tea for eight weeks (intervention group) and 10 women eutrophic (control group). This was a longitudinal study and were collected anthropometric measurements of weight and height to calculate body mass index (BMI); abdominal circumference (AC); body composition (fat-free mass and fat mass) by bioelectrical impedance analysis; energy intake by 24-hour dietary recalls; TMR by indirect calorimetry and gene expression analysis by real-time PCR (RT-qPCR). After eight weeks of supplementation, the intervention group showed no changes in anthropometric variables, body composition, TMR and substrate oxidation. When comparing control group and intervention, is noted that first had lower values of BMI, WC, fat-free mass, fat mass, RMR and oxidation of lipids. Genetic analysis show an increased expression of UCP3 gene after the supplementation period (p = 0.026). The correlation and linear regression analysis revealed that women with obesity grade III before green tea supplementation that expressed more UCP2 had lower weight (p = 0.043) and fat mass (p = 0.045). Still, those that had higher energy intake, exhibited increased expression of UCP2 (p = 0.045). We conclude that the decaffeinated green tea extract supplementation for 8 weeks in women with obesity grade III, does not alter the expression of UCP1, UCP2, PLIN1, PPARG2 and ADRB3, which could explain maintenance of anthropometric variables, composition body, resting metabolic rate and substrate oxidation. Moreover, there is increased UCP3 expression after supplementation, suggesting a possible adjustment mechanism of this gene acting in weight management.