Investigações sobre o controle motor e postural nas assimetrias em membros inferiores

Durante diferentes atividades cotidianas ou esportivas o ser humano é submetido a desafios unilaterais que podem estar relacionados à performance de uma tarefa específica ou a própria manutenção de sua postura. Portanto, é natural o desenvolvimento motor de um membro em relação ao outro para tar...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Paulo Henrique Marchetti
Other Authors: Marcos Duarte
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2009
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-09042010-160804/
Description
Summary:Durante diferentes atividades cotidianas ou esportivas o ser humano é submetido a desafios unilaterais que podem estar relacionados à performance de uma tarefa específica ou a própria manutenção de sua postura. Portanto, é natural o desenvolvimento motor de um membro em relação ao outro para tarefas específicas, desde que estas sejam repetidas de forma não simétrica. Desta forma, pode-se supor que sujeitos que possuam maiores estresses físicos unilaterais apresentem maior probabilidade em desenvolver assimetrias funcionais e morfológicas. O presente trabalho apresenta três diferentes experimentos visando investigar as assimetrias funcionais e morfológicas relacionadas ao controle de movimento para tarefas dinâmicas e estáticas em diferentes condições e grupos. O primeiro experimento visou investigar as diferenças, entre os membros inferiores, no controle de movimento entre sedentários e atletas, utilizando para isto a postura ereta quieta e o salto com contra-movimento nas condições bipedais e unipedais. O segundo experimento visou investigar o efeito da fadiga neuromuscular unilateral e bilateral no controle de movimento, entre membros, durante o salto com contra-movimento e a postura ereta quieta bipedal. O terceiro experimento objetivou investigar o efeito prolongado da temporada esportiva no controle de movimento, entre membros, de atletas, utilizando o salto com contra-movimento e a postura ereta quieta nas condições unipedal e bipedal. Inicialmente, o presente trabalho concluiu que não parece existir relação entre as diferenças antropométricas e funcionais. Indivíduos sedentários e atletas possuem diferenças entre os membros inferiores, entretanto supõe-se que os mecanismos relacionados à tais fenômenos não sejam os mesmos, como no caso dos sedentários, onde as assimetrias poderiam estar relacionadas ao pobre controle de força, sinergismo e padrão de coordenação.. Analisando as diferenças entre sedentários e atletas foram observadas semelhanças em relação ao nível de assimetria para algumas variáveis analisadas. Deve-se considerar que os atletas analisados estavam no início da temporada esportiva, e possivelmente sem grande influência dos efeitos do treinamento prolongado. Para testar a hipótese do efeito prolongado, o terceiro experimento foi realizado e observou-se que a temporada esportiva não afetou todas as variáveis relacionadas ao controle de movimento estático e dinâmico em atletas e os maiores efeitos foram verificados durante as tarefas bipedais. Além disto, a fadiga neuromuscular também influenciou o controle de movimento em sedentários, produzindo ajustes compensatórios em algumas variáveis, principalmente nos ângulos articulares. Entretanto, as assimetrias previamente observadas não parecem serem alteradas durante as diferentes condições de fadiga neuromuscular. Para a tarefa dinâmica bipedal, observou-se que para todas as variáveis analisadas (ângulos articulares, parâmetros de desempenho e atividade muscular) apresentaram assimetrias. Curiosamente, se observa tendência à maior ativação do membro contra-lateral em função do membro fatigado. Portanto, o presente estudo ressalta o efeito do nível de condicionamento, o efeito da fadiga e do treinamento prolongado no controle de movimento dos membros inferiores em tarefas com diferentes demandas motoras bipedais e unipedais === The human body is exposed to different unilateral challenges during different daily and sportive tasks. These challenges may either be related to specific-task performance or posture maintenance. Thus, it is natural the increase of motor control in one limb related to another during specific tasks and movements. It can be assumed that individuals exposed to higher physical unilateral stress show greater probability to develop functional and morphological asymmetries. The present study shows three different experiments in order to investigate the functional and morphological asymmetries related to the motor control for dynamic and static tasks in different conditions and groups. The first experiment aimed to investigate the differences between the lower limbs, related to the motor control between sedentary and athletes during two tasks: quiet stance and countermovement jump in bi- and unipedal conditions. The second experiment aimed to investigate the effect of neuromuscular fatigue on uni- and bilateral tasks related to the motor control between lower limbs during both double-leg tasks: countermovement jump and quiet stance. The third experiment aimed to investigate the effect of prolonged sportive season in motor control, between lower limbs, during two tasks: quiet stance and countermovement jump in bi- and unipedal conditions. We concluded that there was no correlation between the anthropometric and functional asymmetries. Both sedentary and athlete groups had differences between the lower limbs in several variables, however it is assumed that the mechanisms related to such phenomena are not the same. There were similarities between sedentary and athlete groups related to the level of asymmetry for some variables. We must consider that the athletes were analyzed at the beginning of the sportive season, without the training influence. To verify the prolonged effect hypothesis, the third experiment was conducted and it was observed that the sportive season did not affect all the variables related to the motor control and the greatest effects were observed during the bipedal tasks. In addition to that, the neuromuscular fatigue influenced the control of movement in the sedentary group, showing compensatory adjustments in some variables, especially in the maximal joint angles. However, we observed that the asymmetries did not change during different neuromuscular fatigue conditions. During the bipedal dynamic task it was observed asymmetries in all variables (joint angles, performance parameters and muscle activity). Interestingly, it was also observed the trend to higher activation of the contra-lateral lower limb during the fatigued limb. So, this study highlights the effect of the conditioning levels, the neuromuscular fatigue effect and the prolonged training to the motor control of the lower limbs in different tasks and conditions