Summary: | O presente trabalho tem por objetivo analisar os argumentos apresentados por Bloor a favor de uma sociologia da matemática. Nesta perspectiva, cabe identificar no contexto sociocultural os aspectos imanentes e transcendentes que relacionam os objetos que constituem o conhecimento matemático com as práticas sociais. Investiremos, num primeiro momento, na leitura crítica dos três últimos capítulos do livro Knowledge and Social Imagery de David Bloor. O livro se propõe a uma investigação da natureza e conteúdo do conhecimento científico através do chamado programa forte em sociologia. Pretende-se confrontar as hipóteses e os argumentos dos autores que participam do debate e ao final apresentar alguma contribuição para a Filosofia da Educação Matemática. Um ponto que considero relevante tratar nesse trabalho é a orientação relativista sugerida pela proposta de Bloor, alvo das críticas mais pungentes. O caminho (método) que melhor se adequa a essa nossa intenção é a discussão crítica entre os autores, fundamentada apenas em fontes bibliográficas. Não é fruto de uma pesquisa empírica, mas de um exercício de reflexão de cunho teórico. Temos alguns indícios da possível relação da matemática com as questões socioculturais: o fenômeno da difusão cultural, a existência de certas práticas universais tais como contar, medir, jogar, localizar, etc, a concepção de que certos imperativos universais da matemática são constituídos a partir de formas de vida que participam de um jogo de linguagem, etc.. Seja qual for a explicação que relacione a matemática com as questões socioculturais, há conceitos que ultrapassam a simples determinação social. Nosso trabalho demonstra que esses conceitos existem, e embora divirjam da posição de David Bloor, não impossibilitam a existência de uma sociologia da matemática.
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The purpose of this work is to make an analysis about the arguments in favour of a mathematics sociology. In order to reach this aim, it is necessary to identify the immanent and transcendent aspects in the cultural social context which make a relationship of the objects that form mathematical knowledge with social practices. Firstly, we are going to make a critical reading of three last chapters of \"Knowledge and Social Imagery\" by David Bloor. This book aims to investigate nature and contents of scientific knowledge by the so called Strong Program in Sociology whose principles include causality, impartiality, symmetry and reflexivity. The last three chapters are destined to mathematics. Secondly, we will make a confrontation between the hypothesis and the authors\' arguments in favour and against Bloor\'s outlook. Eventually, we will present some contributions to Mathematical Education Philosophy. Therefore, the way (method) that better suits to our purpose is the critical discussion among authors, based on bibliographical sources only. This is not result of empirical research, but a theoretical character reflexion. There are some elements of possible relationship between mathematics and cultural and social aspects: the cultural diffusion phenomenon, certain universal practices such as counting, measuring, playing, searching, etc, the understanding that certain universal mathematical imperatives are formed from living forms that participate in a language game, etc.. Whatever is the explanation that makes a relationship between mathematics and social cultural questions, there are concepts go beyond any social determination. Our task is to demonstrate that such concepts exists, and although they differ from David Bloor´s outlook, they do not make impossible the existence of a mathematics sociology.
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