Quem diz \'Eu, um negro\'? Vozes e foco narrativo no filme de Jean Rouch

Esta dissertação tem como objetivo discutir a questão da subversão das fronteiras entre documentário e ficção a partir do estudo de um filme pioneiro a esse respeito: Eu, um negro (1958), do cineasta e etnógrafo francês Jean Rouch. Essa dualidade é incorporada à própria estrutura do trabalho e a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lessandro Sócrates
Other Authors: Henri Pierre Arraes de Alencar Gervaiseau
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2009
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-19112010-085140/
Description
Summary:Esta dissertação tem como objetivo discutir a questão da subversão das fronteiras entre documentário e ficção a partir do estudo de um filme pioneiro a esse respeito: Eu, um negro (1958), do cineasta e etnógrafo francês Jean Rouch. Essa dualidade é incorporada à própria estrutura do trabalho e as reflexões em torno do filme são divididas em duas partes, uma mais próxima do campo de estudos do documentário, a outra mais afinada com os estudos acerca do cinema de ficção. No primeiro caso, foca-se nas estratégias de abordagem empregadas por Rouch na transposição do mundo histórico para o cinema, destacando-se a heterogeneidade de registros de imagem e som empregados neste processo. No segundo, é feita uma análise imanente do filme, com destaque para a questão das vozes e do foco narrativo. E a partir dessas leituras é feita uma reflexão sobre os aspectos clássicos e modernos de Eu, um negro, seja como uma ficção, seja como um documentário. === The aim of this dissertation is to discuss the subversion of the boundaries between documentary and fiction film by studying a pioneer film: Me, a black (1958), by the French filmmaker and ethnographer Jean Rouch. This duality is incorporated into the structure of this research, and the reflections on the film are divided into two parts, one closer to the documentary studies, the other more in line with the fiction film studies. In the first case, the focus is on the strategies employed by Rouch in the transposition of the historical world to cinema, highlighting the heterogeneity of image and sound records used in this process. In the second, an immanent analysis of the film is proposed, especially on the issue of voices and narrative focus. Finally, there is a discussion on the classical and the modern aspects of Me, a black, either as a fiction or as a documentary.