Deglutição em crianças com refluxo gastroesofágico: avaliação clínica fonoaudiológica e análise videofluoroscópica

O refluxo gastro-esofágico é considerado fator responsável pela dificuldade alimentar na infância. A ocorrência de experiências negativas como vômitos, regurgitações, muitas vezes associadas a engasgos, esofagite, disfagia, odinofagia, pirose e dor retroesternal geram comportamentos de aversão o...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ana Paula Duca
Other Authors: Roberto Oliveira Dantas
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2004
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-23102006-214653/
Description
Summary:O refluxo gastro-esofágico é considerado fator responsável pela dificuldade alimentar na infância. A ocorrência de experiências negativas como vômitos, regurgitações, muitas vezes associadas a engasgos, esofagite, disfagia, odinofagia, pirose e dor retroesternal geram comportamentos de aversão ou recusa alimentar e desorganizam o processo de deglutição e alimentação. O presente estudo teve por objetivo avaliar a deglutição em crianças com diagnóstico clínico de refluxo gastroesofágico (RGE). Foram selecionadas 37 crianças, com diagnóstico clínico de refluxo gastro-esofágico e refluxo gastro-esofágico associado a queixas de dificuldades alimentares, com idades variando de 7 meses a 3 anos e 1 mês, idade média de 15,35 meses, sendo 25 (67,6%) do gênero masculino e 12 (32,4%) do gênero feminino. Participaram do grupo controle 15 crianças, saudáveis (estado geral e nutricional), que foram cuidadosamente triadas para assegurar adequado desenvolvimento neuropsicomotor e ausência de sintomas de refluxo gastro-esofágico e problemas respiratórios de repetição, na faixa etária de 6 meses a 3 anos e 2 meses, idade média de 20,5 meses; 9 (60,0%) do gênero feminino e 6 (40,0%) do gênero masculino. Para a avaliação funcional da deglutição foram utilizadas dietas de consistências líquida, pastosa e sólida em volume inicialmente de 5 ml e após em volume livre, habitualmente utilizado pela criança. Na avaliação videofluoroscópica, utilizou-se das dietas de consistências líquida e pastosa, em volume livre para o leite e 5 ml para a dieta pastosa, adicionadas ao contraste de bário. As crianças com refluxo gastro-esofágico apresentaram alterações na avaliação clínica com ingestão menos freqüente de consistência sólida, presença de náusea, recusa alimentar, engasgos e irritabilidade alimentar. Na avaliação objetiva para o alimento de consistência líquida houve penetração laríngea e movimento compensatório de cabeça em extensão, sendo este último também observado para o alimento de consistência pastosa. Entretanto, não houve diferença entre os tempos das fases da deglutição. O estudo permitiu concluir que crianças com RGE apresentam dificuldades relacionadas à aceitação alimentar, porém os tempos da dinâmica orofaríngea da deglutição não se alteram. === Gastroesophageal reflux is considered cause of infants feeding disorder. Negative experience such as vomiting, regurgitation; several times may be associated to choking, dysphagia and painfull swallowing produce aversion or feed refusal and causes a break up in the swallowing and feeding processes. This study evaluated the swallowing process in children with gastroesophageal reflux (GER), confirmed clinically and radiographically. We selected 37 children, with GER and GER complaints of feeding disorders, ages range from 7 months to 37 months, mean age of 15,4 months, consisted 25 males (67,6%) and 12 females (32,4%). The control group (GC) consisted of 15 healthy children (general and nourishing states), carefully chosen for not having any symptoms of GER, repetitive breathing disorders or developmental delays. The ages varied form 6 to 38 months, with mean age of 20,5 months, being 6 males (40%) and 9 females (60%). Swallowing evaluation (functional) considered three diets consistency: liquid, semi-solid and solid, beginning with 5 ml followed by free volume taken habitually by children. Free volume of milk and 5 ml of semi-solid, mixed with barium, were used during the videofluoroscopy. Children with GER presented alteration in clinical evaluations on 64,9% (n=24) and the control group on 13,3% (n=2), swallowing less diet solid diet, presents nausea, feeding refusal, choking and irritation. Videofluoroscopy evaluation for liquids, showed laryngeal penetration on 61,8 % (n =21) , GC 33,3% (n=5), and backward compensatory movement in 64,7% (n=22) e GC 0%, it was similar for the semi-solid diet 41,2% (n=14) e GC (n=0). There was no difference in time of the swallowing phases. This study shows that children with GER present difficulties to accepting feeding although no alteration on the oropharyngeal dynamics timing of swallowing was founded.