Summary: | Esta pesquisa nasce de um questionamento proveniente do cotidiano do professor de língua estrangeira: devem ser corrigidos os erros cometidos pelos alunos, enquanto eles falam em atividades de conversação? Com o intuito de responder a essa pergunta, o presente estudo aponta para os efeitos em aprendizes brasileiros de italiano de dois tipos distintos de intervenções corretivas, durante a realização de atividades de produção oral a partir de temas pré-definidos, tipologia de exercício usada para a prática de conversação em sala de aula. Na fase experimental do estudo, os seis alunos participantes foram divididos em três duplas: os alunos de uma das duplas tiveram os seus erros tratados com correções implícitas do tipo retomada (recasts), os de outra dupla receberam correções explícitas metalinguísticas e os alunos da terceira dupla não tiveram os seus erros tratados com nenhum tipo de intervenção corretiva (grupo de controle). Foram escolhidos dois elementos gramaticais como alvo das correções: o uso do verbo esserci e a flexão nominal de número. As correções implícitas previam a interrupção da fala do aluno e o fornecimento imediato da forma correta sem explicações, assim que era identificado um erro; já as correções explícitas consistiam na interrupção da fala e na explicação metalinguística sobre o erro cometido pelo aluno, sem o fornecimento da forma correta, à qual o aluno devia chegar autonomamente. Foram usados três tipos distintos de testes gramaticais em três diferentes momentos (antes, depois e um mês depois das produções orais com as intervenções corretivas), na tentativa de identificar alterações no nível de conhecimento implícito e explícito dos alunos em relação aos elementos linguísticos focalizados na pesquisa. Foram também realizados uma entrevista e um questionário, para a obtenção de dados qualitativos complementares. Não houve resultados homogêneos entre os alunos de cada dupla. Portanto, os efeitos dos dois tipos de tratamento dos erros são descritos em função do perfil de cada aluno e do tipo de erro corrigido. A esses fatores acrescentam-se o tipo e o propósito da atividade durante a qual ocorrem a conversação e o movimento corretivo. Em suma, mais do que apontar para a supremacia de um tipo de correção em detrimento do outro, o presente estudo traz uma discussão que pode auxiliar o professor de língua estrangeira, tanto a se preparar para propor atividades de produção oral em sala de aula, quanto a decidir como reagir ao identificar a ocorrência de um erro na fala de seus alunos.
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This research stems from a daily question faced by foreign language teachers: should the errors made by students be corrected during their speeches in conversation activities? In order to answer this question, this study points to the effects on two distinct types of corrective interventions on Brazilian learners of Italian, while performing oral production activity with predefined themes, a type of exercise used to practice conversation in the classroom. In the empirical phase of the study, the six participants were split into three pairs: students from one of the pairs received implicit feedback (recasts), students from the second pair received explicit feedback (metalinguistic explanation) and students of the third pair did not receive any corrective intervention (control group). Two grammatical elements were chosen as correction targets: the use of the verb esserci and the inflectional rules (plural and singular) in noun phrases. Implicit feedbacks were performed through interruption of students speech and immediate supply of the right form, as soon as an error was identified, without further explanation; explicit feedbacks were made by the interruption of the speech and metalinguistic explanation about the students error, without providing the correct form to which the student should arrive autonomously. We used three different types of grammar tests at different times of the study (before, after and one month after the oral productions with corrective interventions), in an attempt to identify changes in the level of implicit and explicit knowledge of the students regarding the target structures. We also conducted interviews and questionnaires to obtain additional qualitative data. We could not find homogeneous results among students of each pair. Therefore, the effects of each type of error treatment are described according to the profile of each student and the type of error. To these factors we should add the type and purpose of the activity during which have occurred both the conversation and the corrective interventions. In short, rather than point to the supremacy of one type of feedback over the other one, this study provides a discussion that may help foreign language teachers to prepare themselves not only to propose oral production activities in the classroom, but also to decide how to react when they identify an error in the speech of their students.
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