Summary: | Introdução: A síndrome metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por uma combinação de fatores de risco cardiometabólico relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina, que aumentam diretamente o risco de doenças cardiovasculares. O crescimento na prevalência da SM acompanha o aumento do consumo de alimentos cujas combinações de nutrientes são potencialmente adipogênicas (dietas ricas em gorduras saturadas e açúcar e pobres em cereais integrais, frutas e vegetais). Esse novo padrão de consumo de alimentos em todo o mundo segue o estilo de vida ocidental moderno que é caracterizado pelo consumo excessivo de calorias e baixo gasto energético. Objetivo: Investigar a correlação entre os padrões alimentares, a SM e alguns de seus principais componentes em indivíduos adultos de ambos os sexos portadores e não-portadores da síndrome. Métodos: Estudo de delineamento transversal realizado com 267 indivíduos adultos de ambos os sexos. Foram avaliados os seguintes dados previamente coletados: demográficos (sexo e idade), antropométricos e de composição corporal (índice de massa corporal e circunferência da cintura), dietéticos (padrões alimentares detectados a partir da análise de um recordatório de 24 horas), clínicos e bioquímicos (aferição da pressão arterial, coleta de sangue após 12h de jejum para avaliação dos níveis séricos de triacilgliceróis, colesterol total, LDL-c, HDL-c e glicose de jejum). Os padrões alimentares foram identificados por meio da análise fatorial por componentes principais e subsequentemente foram realizadas análises estatísticas de correlação e comparação de médias para investigar a relação entre os padrões alimentares identificados por esse método e as características da população. Resultados: Três padrões alimentares distintos foram identificados, explicando 25,59 por cento da variabilidade da dieta da população: (i) Padrão Tradicional, representado por um alto consumo de arroz, feijão, especiarias frescas, legumes, carne branca, sucos, café e chás e açúcar, e um baixo consumo de massas; (ii) Padrão Saudável, caracterizado por alta ingestão de especiarias frescas, frutas, vegetais, laticínios com pouca gordura e pão integrais e baixa ingestão de batatas e tubérculos, carne vermelha, café e chá e açúcar; e (iii) Padrão Ocidental, representado pelo consumo elevado de óleos vegetais, carne processada, leite, pão branco, sucos, refrigerantes e baixa ingestão de laticínios de baixo teor de gordura e pão integral. Entre os indivíduos com SM, há uma correlação positiva entre o padrão saudável e HDL-c, bem como entre o padrão ocidental e circunferência da cintura e triglicerídeos séricos. Em pessoas sem SM, uma correlação positiva é observada entre o padrão saudável e colesterol total e LDL-c, e uma correlação negativa entre o padrão tradicional e LDL-c. Conclusão: Os resultados obtidos permitem concluir que os padrões alimentares podem influenciar componentes da síndrome metabólica, e reforçam a importância da abordagem nutricional na forma de combinações de alimentos para a análise da prevenção e tratamento de alterações metabólicas
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Background: Metabolic Syndrome (MetS) is a complex disorder represented by a combination of cardiometabolic risk factors related to central obesity and insulin resistance, which directly increase the risk of cardiovascular disease. The growth in the prevalence of MetS follows the increase in consumption of foods whose nutrient combinations are potentially adipogenic (diets high in saturated fats and sugar and low in whole grains, fruits and vegetables). This new pattern of food consumption in the world follows the modern western lifestyle that is characterized by excessive consumption of calories and low energy expenditure. Objective: To investigate the association between dietary patterns, MetS and some of its main components in adults of both sexes carriers and non-carriers of the syndrome. Methods: Crosssectional study conducted with 267 adults of both sexes. Were evaluated the following data previously collected: demographic (age and sex), anthropometric and body composition (body mass index and waist circumference), dietary (food patterns detected from analysis of a 24-hour recall), clinical and biochemical (blood pressure measurement, blood sampling after 12h of fasting for evaluation of serum triglycerides, total cholesterol, LDL-c, HDL-c and fasting glucose). Dietary patterns (DPs) were obtained by principal component analysis and subsequent statistical analyzes of correlation and mean comparison were performed to further investigate the relationship between the dietary patterns identified by this method and the characteristics of the population. Results: Three distinct dietary patterns were identified from the principal component factor analysis, explaining 25.59 per cent of the dietary intake variance: (i) Traditional Dietary Pattern, represented by the high intake of rice, beans, fresh spice, vegetables, white meat, juices, coffee & teas and sugar, and low intake of pasta; (ii) Healthy Dietary Pattern, characterized by high intakes of fresh spice, fruits, vegetables, low-fat dairy and whole grain bread and low intake of potatoes & tubers, red meat, coffee & teas and sugar; and (iii) Western Dietary Pattern, represented by high intakes of olive & vegetable oils, processed meat, dairy, white bread, juices, sodas and low intake of low-fat dairy and whole grain bread. Among individuals with MetS, there is a positive correlation between Healthy DP and HDL-c, as well as between Western DP and waist circumference and triglycerides. In people without MetS, the positive correlation is observed between Healthy DP and total cholesterol and LDL-c, and negative correlation between Traditional DP and LDL-c. Conclusion: The present study demonstrate that dietary patterns have some influence on the components of metabolic syndrome, and reinforce that food combinations is an important strategy for the analysis of the prevention and treatment of metabolic dysregulations
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