Summary: | O bairro da Liberdade se organiza como polo comercial e turístico desde a década de 1970 por iniciativa de comerciantes locais junto à Prefeitura. Dois marcos importantes dessa iniciativa foram a instituição da Liberdade como Bairro Oriental e a inauguração de uma decoração oriental, que desde então caracteriza o bairro. Essa guinada se refletiu também nos estudos sobre a Liberdade, que se concentram mais nos traços orientais e nos aspectos comerciais e turísticos da vida local. Em busca de novas abordagens sobre o bairro, voltamonos para o cotidiano dos moradores. Estávamos interessados em saber o que os moradores destacariam na paisagem local, já que ela não guarda apenas traços orientais, como também vestígios de movimentos de outras comunidades pelo bairro. Entretanto, durante o processo de pesquisa, um objetivo teórico-metodológico ganhou corpo no trabalho: explorar a possibilidade de conhecer o bairro da Liberdade por meio da caminhada e do vídeo. Convidamos então alguns moradores para que nos acompanhassem em passeios e apresentassem os seus pontos de referência no bairro da Liberdade. Para o registro desses passeios, utilizamos uma câmera de vídeo, ora conduzida pelos moradores, ora pelo pesquisador. Este trabalho se desenvolveu então em duas frentes: a experiência que se deu ao vivo no bairro da Liberdade e a experiência que se deu depois a partir da revisão do vídeo. As duas experiências não deram conta de um bairro vistoso, que agrada a vista. Nos passeios ao vivo, ao invés do ver, os participantes realçaram as esferas do comer e do andar. Nos passeios em vídeo, ao invés de uma revisão confortável, tivemos que lidar com um enquadramento instável, que causava vertigem durante a recepção. Os dois passeios nos conduziram a uma compreensão da paisagem viva de um bairro em constante movimento. Cabe ainda destacar a contribuição teórico-metodológica do trabalho pelo desenvolvimento de um método visual de investigação do espaço social baseado em passeios filmados na companhia dos participantes
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Liberdade Neighborhood was set as a center of shopping and tourist activities since the 1970s by joint efforts of local shop owners and city hall. Two major achievements from this cooperation were the creation of the Oriental District and the opening of an oriental décor which ever since distinguishes the neighborhood. This shift has also affected the studies of Liberdade Neighborhood, which focus further on the oriental features and the shopping and tourist aspects of local life. Looking for new approaches, we focus on the daily life of dwellers. We wondered what they would highlight in the local landscape, for it keeps not only oriental features, but also traces of movements from others communities around the neighborhood. Nonetheless, during the research process, a theoretical and methodological aim arose in our work: exploring the possibilities of knowing Liberdade Neighborhood through walking and video. We invited some dwellers to join us in walks and show us their landmarks in Liberdade. These walks were recorded with a camcorder. Some of them were recorded by the dwellers, others by the researcher. This work was then developed on two fronts: the experience which happened live at Liberdade; the experience which happened later while watching the videos. Both experiences did not feature a flashy neighborhood, which pleases our eyes. In our live walks, instead of looking, our participants stood out the domains of eating and of walking. In our video walks, instead of watching comfortably, we had to deal with an unsteady framing, which induced motion sickness during reception. Both walks led us to an understanding of the living landscape of a neighborhood constantly moving. It should also be noted the theoretical and methodological contribution of this work by developing a visual method to study the social space based on video walks alongside the participants
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