Desenvolvimento de bandejas biodegradáveis de amido de mandioca, fibras do bagaço de cana-de-açúcar e nanoargilas pelo processo de termoformagem

O desenvolvimento de embalagens biodegradáveis a partir de recursos renováveis tem se apresentado como uma alternativa para a redução do impacto ambiental provocado pelos polímeros derivados do petróleo. O amido de mandioca é um dos materiais mais promissores para este fim, pois apresenta baixo cust...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ana Elisa Stefani Vercelheze
Other Authors: Suzana Mali de Oliveira .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Exatas. Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. 2011
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000163347
Description
Summary:O desenvolvimento de embalagens biodegradáveis a partir de recursos renováveis tem se apresentado como uma alternativa para a redução do impacto ambiental provocado pelos polímeros derivados do petróleo. O amido de mandioca é um dos materiais mais promissores para este fim, pois apresenta baixo custo e abundância. No entanto, a produção de embalagens composta exclusivamente de amido não é viável, pelo fato de serem quebradiças e sensíveis ao contato com a água. Dentre as alternativas para obtenção de produtos com melhores propriedades físico-químicas estão a adição de cargas minerais nanométricas ou, ainda, de fibras celulósicas, produzindo materiais conhecidos como compósitos. Logo, o presente trabalho teve como objetivos desenvolver bandejas biodegradáveis de amido de mandioca, fibras do bagaço de cana-de-açúcar e nanoargilas e caracterizá-las em termos das suas propriedades físico-químicas, mecânicas, microestrutura, biodegradação e fotodegradação. As bandejas foram obtidas pelo processo de termoformagem em um prensa hidráulica acoplada a um molde fechado e aquecido a 130°C, sob pressão de 100 bars. Foram estudadas diferentes concentrações de amido (75 - 100 g/100 g formulação), fibras do bagaço da cana-de-açúcar (0 - 20 g/100 g formulação) e nanoargilas- Closite Na® (0 - 5,0 g/100 g formulação), a fim de obter um material com melhores propriedades funcionais. As bandejas produzidas apresentaram espessuras entre 2,07 e 2,37 mm e densidade entre 0,1941 a 0,2966 g/cm3. Tanto a adição das fibras quanto da nanoargila levou ao decréscimo da densidade. A introdução de fibras melhorou a resistência máxima a tração (RMT) das amostras, que variou de 11,39 MPa nas contendo somente amido a 5,74 MPa nas contendo 20g de fibras/100 g formulação, sob 60 % de umidade relativa (UR). Pôde ser observado pelas isotermas de sorção que o aumento da umidade de equilíbrio das amostras foi mais acentuado quando estas foram armazenadas sob umidade relativa acima de 75 %. Quando estes materiais foram imersos em água, a adição de fibras nas formulações aumentou a capacidade de absorção de água em mais de 50 %. Na análise de difração de raios-X os picos referentes à nanoargila (2 = 7,1o) não foram observados nos difratogramas das bandejas, sugerindo que houve uma boa dispersão da nanoargila na matriz polimérica, com formação de uma estrutura esfoliada. Paralelamente, foi avaliada a estabilidade das bandejas quanto à foto-degradação por meio de exposição à luz UV, e a amostra produzida com os máximos de fibras e nanoargilas (20 g fibras e 5g nanoargilas/100 g de formulação) apresentou 91 % de perda da RMT em 336 horas. A perda de massa das bandejas foi determinada através de ensaios de biodegradação em solo argiloso, e as amostras Controle 1 (amido) e F20 (20 g fibras/100 g sólidos) apresentaram maior porcentagem de perda de massa, 85,50 e 82,70 %, respectivamente. Assim, as bandejas desenvolvidas nesse trabalho representam uma alternativa futura para o acondicionamento de alimentos secos. === The development of biodegradable packaging from renewable resources has been presenting an alternative to reduce the environmental impact of the polymers derived from petroleum. The cassava starch is one of the most promising materials for this purpose as it offers low cost and abundance. However, the production of packaging made up exclusively of starch is not viable because they are brittle and sensitive to moisture. Among the alternatives to obtain products with better physical and chemical properties, are the additions of nanometric mineral fillers, or even cellulosic fibers, producing materials known as composites. Therefore, this study aimed to develop biodegradable trays of cassava starch, sugarcane bagasse fiber, and nanoclays and to characterize it in terms of physico-chemical, mechanical, microstructure, biodegradation and photodegradation. The trays were obtained by the thermoforming process in a hydraulic press coupled to a closed mold and heated to 130 ° C under a pressure of 100 bars. We studied different starch concentrations (75 - 100 g/ 100 g formulation), sugarcane bagasse fiber (0 - 20 g/100 g formulation) and nanoclays - Closite Na® (0 - 5.0 g/ 100 g formulation) in order to obtain a material with the best functional properties. Were studied of the trays had thicknesses varied from up to 2,07 to 2,37 mm and density from up to 0,1941 to 0,2966 g/cm3. Both the addition of fibers as the nanoclay led to a decrease in the density. The introduction of fibers improved the tensile strengths of the samples, which ranged from 11,39 MPa in the trays containing only starch to 5,74 Mpa in the formulations containing 20 g of fibers, fewer than 60 % of relative humidity. As observed in the water sorption isotherms, the increase in the equilibrium moisture was more pronounced when the samples were stored in RH above 75 %. When these materials were immersed in water, the addition of fibers on the formulations increased the water absorption capacity of the material in more than 50 %. In the of X-ray diffraction analysis, the peaks related to the nanoclay (2  = 7,1o) were not observed in XRD patterns of the trays, suggesting a good dispersion of the nanoclay in the polymer matrix, forming an exfoliated structure. The evaluation of the trays stability to the photo-degradation by UV exposure showed that sample produced with the maximum amouts of fiber and nanoclay tested (20 g fiber and 5 g nanoclay/ 100 g formulation) had lost the tensile strength in 91 %. Biodegradation test were performed in a clay soil to determined the loss of trays mass and Control 1 (starch) and F20 (20 g the fiber/100 g formulation) had higher percentages of weight loss, 85,50 and 82,70 %, respectively. Thus, the trays developed in this study represent a future alternative for the packaging of dried foods.