Megathyrsus maximus (capim-colonião) no contexto da restauração ecológica

A gramínea exótica invasora Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs (capim-colonião) pode causar problemas para a regeneração natural nos primeiros anos de restauração florestal e em muitos casos, pode persistir nestas áreas por vários anos. Entender como a presença desta gramí...

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Bibliographic Details
Main Author: Jézili Dias
Other Authors: José Marcelo Domingues Torezan .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. 2014
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000200728
Description
Summary:A gramínea exótica invasora Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs (capim-colonião) pode causar problemas para a regeneração natural nos primeiros anos de restauração florestal e em muitos casos, pode persistir nestas áreas por vários anos. Entender como a presença desta gramínea está relacionada com o desenvolvimento dos reflorestamentos é importante para o manejo destas áreas. Os objetivos deste trabalho foram avaliar: (i) os sítios de restauração florestal, relacionando a biomassa e a abundância de M. maximus com a idade do reflorestamento, densidade de árvores, cobertura de dossel e a fertilidade do solo; (ii) os efeitos de espécies invasoras (M. maximus e outras espécies ruderais), sobre a regeneração de espécies arbóreas nativas em áreas de restauração florestal; (iii) o crescimento de M. maximus e duas espécies nativas (Heliocarpus popayanensis Kunth. e Poecilanthe parviflora Benth.), em diferentes níveis de sombreamento (30%, 50%, 80% e 90%), condições de solo (controle, calagem e calagem + fosfato) e situações hídricas (capacidade de campo e estresse hídrico) em experimentação em casa de vegetação. Como resultados: (i) a biomassa e a densidade da gramínea nos reflorestamentos não apresentaram correlação com as variáveis analisadas, com exceção da biomassa da gramínea com a concentração de magnésio no solo; (ii) as espécies ruderais em geral não apresentaram efeitos negativos sobre a regeneração das espécies arbóreas nativas. Entretanto, há maior riqueza e abundância destas na ausência de M. maximus, que esteve relacionado negativamente com a regeneração das espécies pioneiras; (iii) o crescimento da gramínea foi maior nos vasos em menor sombreamento e solos onde houve a calagem + fosfato, nestas mesmas condições houve mortalidade de 40% em H. popayanensis. Já P. parviflora não teve mortes e manteve o crescimento independente dos tratamentos e do crescimento da gramínea. Megathyrsus maximus permaneceu em áreas de restauração florestal mesmo sob maior sombreamento e esteve relacionado com a fertilidade do solo, ao mesmo tempo em que interferiu negativamente sobre a regeneração florestal. No entanto, o crescimento de espécies nativas em presença de M. maximus pode ser diferente em resposta às variações ambientais, a exemplo de H. popayanensis e P. parviflora. Diante destes resultados, deve-se evitar a fertilização do solo nas ações de restauração florestal, pois pode favorecer o crescimento e a permanência de M. maximus. Ainda, visto seu efeito negativo sobre as regenerantes nativas e a um possível risco de incêndios nestas áreas, são indicados o controle da gramínea e o enriquecimento com plantas nativas que possam manter o crescimento nas condições apresentadas, como P. parviflora. === Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs, an invasive alien grass in Brazil, can cause harm natural regeneration in young restoration sites and in many cases, persist for several years. Understand the relationship between alien grass presence and reforestation development is important for restoration site management. This research aimed to evaluate: (i) How M. maximus dry biomass/density correlates with planting age, planted trees density, canopy cover and soil fertility in restoration sites; (ii) The effects of exotic invasive species (M. maximus and others ruderal species), on natural regeneration trees in restoration sites; (iii) The growth interactions among M. maximus and two native species (Heliocarpus popayanensis L. and Poecilanthe parviflora Benth.), in four shade levels (30%, 50%, 80% and 90%), three soil conditions (control, liming and liming + phosphate) and two hidric conditions (field capacity and water stress) in a greenhouse experiment. We found that (i) grass dry biomass or density did not depend on analyzed variables (exception for biomass to soil magnesium concentration); (ii) Ruderal species do not affected native tree regeneration. However, there was higher native species richness and density in M. maximus absence. The grass showed stronger negative effects on pioneer species; (iii) The grass grew more in less shade and high fertility soils, (liming + phosphate). In the same conditions, there was higher H. popayanensis mortality (40%). Poecilanthe parviflora did not show mortality and mainted growth indepedent of treatments and grass development. Megathyrsus maximus remained in restoration sites even under intense shading and was related with soil fertility, at the same time, grass interfered negatively on forest regeneration. However native species growth response to grass presence can depend on environmental variations, as observed in H. popayanensis and P. parviflora. According the results, managers should avoid soil fertilization on forest restoration actions, because it can promote permanence and increase M. Maximus growth. Given negative effects on native regeneration and increased fire risk in these sites, grass control and native species enrichment were indicated.