Quitooligossacarídeo como prebiótico para leitões desmamados

Uma dieta para leitões ao desmame deve promover a saúde intestinal, evitar distúrbios gastrintestinais e favorecer o consumo de ração e o ganho diário de peso. Hoje, estas necessidades estão baseadas no uso de antimicrobianos promotores de crescimento. As novas leis europeias de produção animal que...

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Bibliographic Details
Main Author: Eduardo Raele de Oliveira
Other Authors: Caio Abércio da Silva .
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. 2016
Online Access:http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000205065
Description
Summary:Uma dieta para leitões ao desmame deve promover a saúde intestinal, evitar distúrbios gastrintestinais e favorecer o consumo de ração e o ganho diário de peso. Hoje, estas necessidades estão baseadas no uso de antimicrobianos promotores de crescimento. As novas leis europeias de produção animal que almejam a uma produção sustentável têm levado à procura de alternativas para estes produtos, como os prebióticos. Objetivou-se com este trabalho avaliar um novo prebiótico, o quitooligossacarídeo (QOS), produzido pela Universidade Estadual de Londrina, e que tem, entre outras características, modular a flora intestinal e a resposta imune dos leitões, diminuindo a incidência de diarreia. Dois experimentos foram conduzidos para responder a duas propostas iniciais: encontrar o melhor nível de utilização como prebiótico do produto para leitões ao desmame e avaliar a resposta deste QOS frente a dois antibióticos, um Gram-positivo e outro Gram-negativo, sob o desafio de desmamar leitões aos 17 dias de idade. Os experimentos avaliaram desempenho, incidência de diarreia, peso de vísceras, morfometria, contagem de células somáticas na lâmina própria, escore de lesões e, somente no segundo experimento, concentração sérica das imunoglobulinas IgA, IgM e IgG. Para as características viscerais e a morfometria, foram abatidos 24 animais aos 31 e 35 dias de idade para os experimentos 1 e 2, respectivamente. No primeiro experimento, foram utilizados 72 leitões de genética Pen Ar Lan® ® com peso vivo inicial de 7,51 ± 1,35 kg, subdivididos em blocos casualizados por peso para os níveis de 0, 50, 100 e 150 ppm de QOS. Não houve efeito de regressão sobre o desempenho ou incidência de diarreia. Houve efeito de regressão polinomial positivo para peso do intestino grosso, altura de vilosidades de jejuno e profundidade de cripta no jejuno e íleo e regressão polinomial quadrática para a relação vilos/cripta deste último segmento e também para lesões no epitélio intestinal e contagem de linfócitos no duodeno e eosinófilos no duodeno e íleo. Não houve influência sobre a performance produtiva dos animais, provavelmente, porque estes não foram submetidos a condições entéricas adversas. Frente a todos os parâmetros estudados, os níveis crescentes de QOS mostram-se mais promissores na modulação da microbiota intestinal para as condições propostas por este experimento. Para o segundo experimento, foram utilizados 96 leitões de genética Pen Ar Lan® desmamados com idade média inicial de 17 dias e peso médio de 5,33 ± 0,369 kg. Os tratamentos consistiram em uma dieta basal acrescida de QOS (100 ppm), Colistina 40 ppm e Lincomicina 4,4 ppm. Para o desempenho, os antibióticos apresentaram melhor GPD dos 49 aos 63 dias de idade em relação ao QOS e a CA foi melhor para a Colistina, além deste também demonstrar uma menor incidência de diarreia aquosa. Aumento do peso relativo do baço, maior comprimento do intestino delgado e menor pH duodenal foram observados para o QOS em relação aos antibióticos. A morfometria indicou maior altura de vilosidades e melhor relação vilos/cripta para a Colistina em relação ao QOS e menor escore lesional em relação aos demais tratamentos. A concentração sérica de imunoglobulinas apontou uma maior concentração de IgA para o QOS aos 35 dias de idade. Frente aos resultados observados, o QOS não foi eficiente para substituir a Colistina como alternativa a este promotor de crescimento para leitões desafiados a um desmame de 17 dias de idade, mas a resposta observada de estímulo sobre o sistema imune indica um potencial promissor deste produto. === The goal of a weaning diet is to promote the intestinal health, to prevent gastrointestinal disturbs and to favor the feed intake and the weight gain. At the present time, these needs are based on the use of growth promoters. The new European animal production laws looking for a sustainable production that leads a search for new alternatives for these products like prebiotics. The purpose of this paper is to evaluate a new prebiotic, Chito-oligosaccharide (COS), produced by Universidade Estadual de Londrina, that has among other characteristics, influence over the gut and the immune answer of piglets, decreasing diarrhea frequency. Two trials were conducted to address two initial proposals: to define the best level of COS for piglets and to test it against two antibiotics, one Gram-positive and one Gram-negative, against the challenge to weaning piglets with 17 days of age. The trials evaluated the performance, diarrhea episodes, visceral weight, morphometry, CCS in lamina propria, lesion score and only in the second trial, immunoglobulins serum concentrations IgA, IgM e IgG. For the visceral characteristics and morphometry analysis, were slaughter 24 animals with 31 and 35 days of age, for the trial 1 and 2, respectively. In the first experiment, it was used 72 Pen Ar Lan® piglets with 7,51 ± 1,35 kg of BW, divided in casual blocks by BW and the treatments were four levels of COS (0, 50, 100 e 150 ppm). No regression effect was observed on performance or diarrhea episodes. Positive polynomial regression was observed for large intestine weight, villus height of jejune and crypt depth of jejune and ileum and quadratic polynomial regression was observed to villus/crypt relation of ileum, lesions in the intestinal epithelium, total amount of lymphocytes and eosinophils in the duodenum and also in the ileum. No influence on productive performance was observed probably because they were not submitted to gut adverse conditions. Face of all studied parameters, the higher levels of COS showed the best results on gut modulation for the conditions proposed for this trial. In the second trial, it was used 96 Pen Ar Lan® piglets weaned at 17 days of age with 5,33 ± 0,369 kg of BW. The treatments were a basic diet with COS (100 ppm), Colistin 40 ppm and Lincomicin 4,4 ppm. The antibiotics showed better ADG at 49 to 63 days of age compared to COS and the FCR was better for Colistin, and also with less diarrhea episodes for this antibiotic compared with COS. Increasing the relative spleen weight, greater length of the small intestine and lower pH in the duodenum were observed for COS compared with antibiotics. The morphometry indicated more villus height and better relation villus/crypt for Colistin against COS and less lesion score compared with other treatments. The immunoglobulins serum concentration showed more IgA for COS at 35 days of age. According to the observed results, COS was not efficient to replace Colistin as an alternative to this growth promoter for piglets that had the challenge to be weaned at 17 days, but the immune system answer showed by COS indicates the promising potential of this product for weaned piglets.