Pessoas vivendo com Aids no Brasil: desigualdades regionais e entre populações vulneráveis na era pós-terapia antirretroviral tardia

Made available in DSpace on 2016-03-15T14:15:02Z (GMT). No. of bitstreams: 2 221.pdf: 5083017 bytes, checksum: 2a401790fb4b96d72a913b2130204bf1 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2014 === Ao final de 2012, existiam no mundo mais de...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lima, Tatiana Rodrigues de Araujo
Other Authors: Bastos, Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro
Language:Portuguese
Published: 2016
Subjects:
Online Access:https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13156
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-03-15T14:15:02Z (GMT). No. of bitstreams: 2 221.pdf: 5083017 bytes, checksum: 2a401790fb4b96d72a913b2130204bf1 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2014 === Ao final de 2012, existiam no mundo mais de 35,3 milhões [32,2-38,8] de pessoas vivendo com HIV/AIDS. No Brasil, 686.478 casos de AIDS foram notificados entre 1980 e junho de2013, dos quais aproximadamente 313.000 seguem em uso de Terapia Antirretroviral de Alta Potência (TARV), disponibilizada por meio das unidades do Sistema Único de Saúde(SUS), o que representa 44 por cento do total de 718.000 casos no país. Os avanços no tratamento da infecção, com a introdução da TARV, resultaram em importantes melhorias relativas às obrevida de PLWHA (do acrônimo em inglês People Living with HIV/AIDS), com importante redução da morbimortalidade. O objetivo deste estudo foi avaliar, através de diferentes estratégias metodológicas, a difusão espacial da epidemia de HIV/AIDS no país e o impacto do acesso à TARV na sobrevida após o diagnóstico de AIDS, entre indivíduos inseridos em diferentes categorias de exposição. Consideraram-se os casos diagnosticados de AIDS, em maiores de 18 anos, no período 1998-2011. Foram utilizados dados das seguintes bases: SINAN-AIDS (referente a casos); SISCEL (referente a procedimentos laboratoriais); SICLOM (relativo à dispensação de medicamentos antirretrovirais) e SIM (sistema nacional de mortalidade), que foram integradas através de um processo de relacionamento probabilístico (linkage). Primeiramente, realizou-se a análise da difusão espacial da epidemia no Brasil, no período 1998-2008, através do método bayesiano empírico local. Realizou-se ainda uma análise de sobrevida dos casos de AIDS notificados no período 2000-2011 no município do Rio de Janeiro, cujas categorias de notificação tenham sido: usuários de drogas injetáveis (PWID no acrônimo em língua inglesa), homens que fazem sexo com homens (HSH) e heterossexuais (homens e mulheres). === A análise espacial permitiu evidenciar que, no decorrer do período analisado (onze anos) a epidemia encontrava-se em expansão apenas nas Regiões Norte e Nordeste, enquanto declinava no restante do país, mais acentuadamente no Sudeste. Portanto, a aparente estabilização da mortalidade por AIDS no Brasil tende a mascarar suas disparidades regionais. Os determinantes sociais da saúde e disparidades de natureza social e regional devem sempre ser considerados no planejamento de programas de saúde e processos de tomada de decisão em políticas públicas. No segundo estudo que compõe a presente tese, apesar de ter-se verificado incremento significativo da sobrevivência após o diagnóstico de AIDS para as categorias de exposição analisadas, devido principalmente ao acesso universal à TARV, as desigualdades entre grupos de exposição persistem. Usuários de drogas injetáveis têm um risco maior de morrer por AIDS, e apenas o acesso à TARV e o nível mais elevado de (...) no início do tratamento se mostraram associados a uma sobrevivência por um período de tempo mais longo para este grupo. Apesar da incidência de AIDS no país permanecer estável na população geral, novos casos têm-se concentrado em HSH. Apesar das desigualdades persistentes, o impacto global da TARV na sobrevivência tem sido dramático. === At the end of 2012, there were in the world more than 35.3 million [32.2-38.8] people livingwith HIV/AIDS. In Brazil, 686,478 cases of AIDS were reported between 1980 and June 2013, of which approximately 313,000 follow on Highly Active Antiretroviral Therapy (HAART), available through the units of the Unified National Health System (SUS), which represents 44 percent of 718,000 cases in the whole country. Advances in the treatment ofinfection with the introduction of HAART resulted in significant improvements on survival ofPLWHA (People Living with HIV/AIDS), with a significant reduction in morbidity and mortality. The aim of this study was to evaluate, through different methodological strategies, the spatialspread of the HIV/AIDS epidemic in the country and the impact of access to HAART onsurvival after AIDS diagnosis between individuals within different exposure categories. We considered AIDS cases in people with 18 years and over, diagnosed in the period 1998-2011. We used data from the following bases: SINAN-AIDS (notifiable diseases system); SISCEL (regarding laboratory procedures); SICLOM (concerning the dispensing of antiretroviral drugs) and SIM (mortality national system), which were integrated in a process of probabilistic relationship (linkage). First, it was performed the spatial analysis of the spread of the epidemic in Brazil, in the period 1998-2008, through the empirical Bayesian method.^ien === Also we held a survival analysis of AIDS cases reported in the period 2000-2011 in the city of Rio de Janeiro, whose notification categories were: "people who inject drugs (PWID)", "menwho have sex with men (MSM)" and "heterosexuals (men and women) . Spatial analysis has highlighted that during the analyzed period (eleven years) the epidemic was in expansiononly in the North and Northeast, while declining in the rest of the country, most markedly inthe Southeast. Therefore, the apparent stabilization of AIDS-related deaths in Brazil tends tomask its regional disparities. The social determinants of health and these social and regional disparities should always be considered in health programs planning and decision-making processes of public policies. In the second study that compose this thesis, despite havingbeen found significant increase in survival after AIDS diagnosis for the exposure categories analyzed, mainly due to universal access to HAART, some inequalities persist between exposure groups. People who inject drugs have a higher risk of an AIDS death, and only access to HAART and higher (...) at baseline were associated with a survivalfor a longer period of time for this group. Although the incidence of AIDS in the country remains stable in the general population, new cases have been concentrated in the MSM group. Despite the persistent inequalities, the overall impact of HAART on survival has been dramatic. (AU)^ien