O impacto da terapia antirretroviral nos anos potenciais de vida perdidos e causa de óbito por aids em Pernambuco: 1990 a 2005
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Language: | Portuguese |
Published: |
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
2016
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Subjects: | |
Online Access: | http://beta.arca.fiocruz.br/handle/icict/14540 https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14540 |
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Previous issue date: 2015 === Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil === Nas duas últimas décadas a aids transformou-se em uma das epidemias mais
preocupantes para a saúde pública e passíveis de mudanças no seu perfil de
morbidade e mortalidade desde a introdução da terapia antirretroviral potente
(TARV) em 1996. Com o objetivo de analisar o perfil e a tendência da mortalidade
por aids no Estado de Pernambuco, e o impacto da terapia antirretroviral potente, no
período de 1990 a 2005, a partir das bases de dados do Sistema de Informação
sobre Mortalidade (SIM), foi realizado um estudo observacional, de série temporal,
de base populacional, a partir dos óbitos decorrentes de HIV/aids de residentes no
Estado de Pernambuco, que utilizou a análise de anos potenciais de vida perdidos
antes dos 70 anos de idade (APVP-70) e das causas múltiplas de morte. Os dados
foram analisados através Epi info 3.5.1. O Estado de Pernambuco experimentou
4856 óbitos por aids no período de 1990 a 2005, tendo observado incrementos
sucessivos no número de óbitos para ambos os sexos, e redução da razão de óbitos
masculino/feminino de 11,75 em 1990, para 1,56 em 2005. Observou-se
desaceleração do número mortes em ambos os sexos entre o período anterior à
introdução da terapia anitrretoviral potente - "pré-tarv" - e posterior à introdução da
terapia antirretroviral potente - "pós-tarv", através dos valores observados e
esperados para os períodos e das taxas de variação anual, tendo o "pré-tarv"
experimentado incrementos anuais em torno de 25% e o "pós-tarv" 4%, com
p<0,001. Para os Anos Potenciais de Vida Perdidos, Pernambuco acumulou 161.857
apvp por aids, correspondendo a 1,96% do total para o Estado entre 1990 e 2005.
Tendência de desaceleração também foi observada para os APVP, com incremento
anual de 25,85% para o período ―pré-tarvǁ e de 3,53% para o "pós-tarv", com
p<0,001. Na análise de causas múltiplas, observou-se que o grupo das doenças do
aparelho respiratório foi a principal causa de morte associada a aids, com 75,14% de
menções. As doenças infecciosas e parasitárias entre elas a tuberculose,
septicemias e toxoplasmose, corresponderam ao segundo grupo de agravos
(55,64%). Na tendência de causas múltiplas, observou-se que o único grupo de
agravos que obteve redução estatisticamente significante foi o das demais doenças
de origem infecciosa e parasitárias. Agravos como as septicemias, tuberculose e
demais doenças do aparelho respiratório tiveram os maiores incrementos. Agravos
de caráter crônico como insuficiência renal, doença do fígado, demais das
neoplasias, transtornos mentais devido ao uso de substâncias psicoativas e doenças
do aparelho circulatório e que antes da terapia antirretroviral potente não eram
frequentemente descritas, começam a figurar como parte do quadro de agravos
relacionados ao óbito por aids. Diante desse aspecto, o perfil de morte por aids em
Pernambuco, possui componentes de causas múltiplas que mescla características
do período "pré-tarv" e "pós-tarv", com algumas particularidades. |
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