Deficiente versus pessoa portadora de deficiência : uma análise discursiva dos jornais Zero Hora e Correio do Povo

Esta pesquisa consiste em uma leitura do noticiário sobre pessoas portadoras de deficiência nos jornais Zero Hora e Correio do Povo, de Porto Alegre, sob a perspectiva da Análise do Discurso. Com o objetivo de "desnaturalizar" o processo de produção do discurso jornalístico em relação à fo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: De Carli, Ruvana
Other Authors: Benetti, Márcia
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2009
Subjects:
Online Access:http://hdl.handle.net/10183/17552
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Correio do Povo (Jornal)
Análise do discurso
Pessoas com deficiência
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De Carli, Ruvana
Deficiente versus pessoa portadora de deficiência : uma análise discursiva dos jornais Zero Hora e Correio do Povo
description Esta pesquisa consiste em uma leitura do noticiário sobre pessoas portadoras de deficiência nos jornais Zero Hora e Correio do Povo, de Porto Alegre, sob a perspectiva da Análise do Discurso. Com o objetivo de "desnaturalizar" o processo de produção do discurso jornalístico em relação à forma como retrata a pessoa portadora de deficiência, questiona-se se esse retratar reforça ou não o estigma do déficit. Em um corpus de 87 notícias, publicadas entre 1º de agosto e 30 de setembro de 2001, foram mapeadas as formações discursivas dominantes e identificados alguns dos enunciadores que as originam, localizando-se as falas oriundas de duas vertentes: das entidades assistenciais e profissionais que trabalham com pessoas portadoras de deficiência, de um lado, e dos movimentos sociais, de outro - vozes que permeiam o discurso jornalístico e ajudam a configurá-lo. Buscou-se compreender as condições específicas de produção do discurso jornalístico e identificar a tensão existente entre os discursos emergentes dos movimentos sociais de pessoas portadoras de deficiência, os discursos circundantes e que versam a respeito destas pessoas e o discurso jornalístico sobre esta parcela da população. Considerou-se que, anteriores ao discurso jornalístico, existem duas linhas discursivas dominantes circulando nos campos político e social: a linha da cidadania, que é o discurso das pessoas portadoras de deficiência e se refere aos movimentos no sentido de buscar autonomia e igualdade de condições de acesso aos vários campos da vida; e a linha do assistencialismo, um discurso sobre, que circunda as pessoas portadoras de deficiência, fundando sua perspectiva pelo viés do déficit: a pessoa portadora de deficiência seria alguém a quem, antes de mais nada, falta algo e, por isso, precisa de atendimento externo. === This research consists on a reading of the news about person handicapped at the newspapers Zero Hora and Correio do Povo, from Porto Alegre, under the perspective of Discourse Analysis. With the aim of turning unnatural the production process of the journalistic discourse related to the way it shows the person handicapped, it is questioned if this way of showing reinforces or not the stigma of disability. Within a corpus of 87 news published from August 1st to September 30, 2001, the dominant discoursive structures were mapped and their source enunciators were identified, localizing the speeches that came from two sources: from the assistential entities and professionals that works with person handicapped, in a hand, and social movements at the other hand - voices that permeate the journalistic discourse and helps to configurate it. The aim was to understand the specific production conditions of journalistic discourse and to identify the existent tension among emergent discourses from person handicapped's social movements, the surrounding discourses that concerns about those people and the journalistic discourse about that population section. It was considered that, before the journalistic discourse, there are two dominant discoursive lines circulating on the political and social fields: the citizenship line, that is the discourse of the person handicapped and refers itself to the movements that seek for autonomy and access conditions equality to the many fields of life; and the assistential line, a discourse about the issue, that surrounds the person handicapped, founding its perspective through the deficit view: a person handicapped is someone to whom primarily lacks something, and because of that, needs external assistance.
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