Efeitos da alanil-glutamina na mucosite intestinal induzida pelo 5-fluorouracil em camundongos deficientes da apolipoproteína-E
ARAÚJO, Celina Viana De. Efeitos da alanil-glutamina na mucosite intestinal induzida pelo 5-fluorouracil em camundongos deficientes da apolipoproteína-E. 2014. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2014. === Submitted by d...
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ARAÚJO, Celina Viana De. Efeitos da alanil-glutamina na mucosite intestinal induzida pelo 5-fluorouracil em camundongos deficientes da apolipoproteína-E. 2014. 85 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas) - Universidade Federal do Ceará. Faculdade de Medicina, Fortaleza, 2014. === Submitted by denise santos (denise.santos@ufc.br) on 2014-03-17T11:58:18Z
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Previous issue date: 2014 === A mucosite intestinal é uma reação inflamatória e/ou ulcerativa do revestimento gastrointestinal, podendo ocorrer pelo efeito citotóxico direto dos agentes de quimioterapia e radioterapia antineoplásicas. O 5-fluorouracil (5-FU) é um antineoplásico que está clinicamente indicado no tratamento de diversos tipos de câncer. A glutamina (Gln) é o aminoácido mais comumente encontrado no organismo, sendo benéfica na recuperação da mucosite oral e intestinal. A suplementação com derivados mais estáveis da Gln, tal como alanil-glutanina (Ala-Gln), representa um meio de fornecimento de Gln para o organismo. Um estudo recente do nosso grupo mostrou que animais deficientes da apolipoproteína E tinham agravamento da mucosite intestinal induzida pelo 5-FU. Este trabalho teve como objetivo investigar os efeitos da Ala-Gln no tratamento da mucosite intestinal induzida por 5-FU em camundongos C57BL6J APOE nocautes (ApoE-/-) e selvagens. Utilizamos camundongos com pesos entre 20-25 g, de ambos os sexos, sendo desafiados com injeção intraperitoneal de 5-FU (450 mg/kg), dose única, e controles receberam PBS. Os animais foram tratados com doses de Ala-Gln (100 mM) ou PBS por gavagem (0,5 mL) três dias antes da administração do 5-FU e durante cinco dias consecutivos, sendo sacrificados com solução de eutanásia no sexto dia. Amostras de íleo foram armazenadas em freezer (-80 ºC) para uso em protocolos de biologia molecular. Amostras também foram fixadas em formaldeído para processamento histológico. O peso corporal dos animais foi monitorado diariamente e o efeito citotóxico mielosupressor do 5-FU avaliado pela técnica de leucometria. Também foram considerados parâmetros morfométricos de altura de vilos e profundidade das criptas, índice mitótico e apoptótico, bem como os seus escores para necrose. O Western blot foi usado para a detecção da expressão de vilina e TNF-α intestinais; ELISA para o estudo de citocinas e PCR em tempo real (qPCR) para detecção e quantificação de IGF-1e Bcl-2 intestinais. Os animais selvagens e APOE nocautes, mesmo àqueles tratados com Ala-Gln, apresentaram perda de peso corporal quando desafiados com 5-FU, não havendo diferença entre os grupos. Porém, estes diferiram estatisticamente, apenas, quando comparados aos controles PBS (p<0,001). Verificamos uma leucopenia significativa nos animais selvagens e nocautes desafiados pelo 5-FU em comparação ao grupo PBS (p<0,001), não sendo este efeito revertido ou melhorado com a administração de Ala-Gln. Nas análises morfométricas do íleo, encontramos uma redução na altura de vilos (p<0,001), um aumento da profundidade das criptas (p<0,001 e p<0,01) e uma redução da razão vilo/cripta (p<0,0001) nos animais selvagens e nocautes desafiados pelo 5-FU em comparativo aos respectivos controles PBS. O tratamento com Ala-Gln melhorou a razão vilo/cripta (p<0,0001) e a profundidade das criptas (p<0,001 e p<0,0001) nos animais selvagens e nocautes em relação aos respectivos animais desafiados pelo 5-FU. A altura de vilos foi melhorada (p<0,01) apenas nos animais APOE nocautes tratados com Ala-Gln em relação aos respectivos animais desafiados pelo 5-FU. O desafio pelo 5-FU não aumentou o índice mitótico nas criptas dos animais selvagens e APOE nocautes em relação os controles PBS e os tratados com Ala-Gln. Houve um aumento de células em apoptose nos animais selvagens e nocautes desafiados pelo 5-FU e tratados com Ala-Gln (p<0,01 e p<0,05) em relação aos seus controles PBS. Houve um aumento significativo nos escores para criptas necróticas (p<0,028) em animais selvagens e APOE nocautes desafiados pelo 5-FU em relação aos respectivos controles não desafiados. Apenas os camundongos selvagens tratados com Ala-Gln tiveram uma redução significativa (p<0,04) nos seus escores em comparação com os animais não tratados injetados com 5-FU. Não houve diferença estatística nos níveis da citocina IL-1β detectadas por ELISA no íleo nos animais selvagens desafiados pelo 5-FU comparados aos controles PBS e Ala-Gln. Contudo, houve um aumento significativo nos níveis dessa citocina nos animais APOE nocautes desafiados pelo 5-FU e tratados com Ala-Gln. Não houve diferença na expressão de vilina e TNF-α no íleo nos grupos estudados. Transcritos de RNAm de IGF-1 e Bcl-2 no íleo foram encontrados diminuídos nos animais APOE nocautes em comparação aos animais selvagens. Nossos resultados sugerem que a deficiência de APOE tem um papel fundamental durante a mucosite intestinal induzida pelo 5-FU seguido pelo tratamento com Al. |
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A glutamina (Gln) é o aminoácido mais comumente encontrado no organismo, sendo benéfica na recuperação da mucosite oral e intestinal. A suplementação com derivados mais estáveis da Gln, tal como alanil-glutanina (Ala-Gln), representa um meio de fornecimento de Gln para o organismo. Um estudo recente do nosso grupo mostrou que animais deficientes da apolipoproteína E tinham agravamento da mucosite intestinal induzida pelo 5-FU. Este trabalho teve como objetivo investigar os efeitos da Ala-Gln no tratamento da mucosite intestinal induzida por 5-FU em camundongos C57BL6J APOE nocautes (ApoE-/-) e selvagens. Utilizamos camundongos com pesos entre 20-25 g, de ambos os sexos, sendo desafiados com injeção intraperitoneal de 5-FU (450 mg/kg), dose única, e controles receberam PBS. 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