Empreender para sobreviver: estudo sobre a aÃÃo econÃmica dos empreendedores de pequeno porte

CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior === O novo mundo do trabalho, decorrente do processo de acumulaÃÃo flexÃvel de capital, determinou profundas mudanÃas na vida dos trabalhadores, em todos os nÃveis. O padrÃo dos empregos tradicionais, que alÃm da estabilidade, assegurava os...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Eduardo GirÃo Santiago
Other Authors: Maria NeyÃra de Oliveira AraÃjo
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Cearà 2007
Subjects:
Online Access:http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10813
id ndltd-IBICT-oai-www.teses.ufc.br-694
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topic Empreendedorismo
MicrocrÃdito
PolÃticas publicas
Entrepreneurship
Microfinance
Public policies
SOCIOLOGIA
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MicrocrÃdito
PolÃticas publicas
Entrepreneurship
Microfinance
Public policies
SOCIOLOGIA
Eduardo GirÃo Santiago
Empreender para sobreviver: estudo sobre a aÃÃo econÃmica dos empreendedores de pequeno porte
description CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior === O novo mundo do trabalho, decorrente do processo de acumulaÃÃo flexÃvel de capital, determinou profundas mudanÃas na vida dos trabalhadores, em todos os nÃveis. O padrÃo dos empregos tradicionais, que alÃm da estabilidade, assegurava os benefÃcios da legislaÃÃo trabalhista, vem sendo alterado, gradativamente. Os postos de trabalho conquistados durante a fase fordista do capitalismo requerem atitudes dos trabalhadores no sentido de eles serem mais dinÃmicos, mais competitivos e empreendedores. Aumento da jornada de trabalho, reengenharias que implicam na reestruturaÃÃo produtiva, na desconstruÃÃo de mÃtodos gerenciais consagrados e na contÃnua adoÃÃo das tecnologias da informaÃÃo tÃm culminado com a reduÃÃo dos empregos tradicionais e no aumento dos trabalhadores por conta prÃpria. Se por um lado, o quadro hà pouco referido beneficia segmentos da mÃo-de-obra mais escolarizada e especializada, para a grande massa dos trabalhadores significa a perda dos empregos e a busca da sobrevivÃncia, geralmente desenvolvendo atividades na economia informal, o que acarreta a precarizaÃÃo das relaÃÃes de trabalho. A partir dessa realidade, as polÃticas pÃblicas de geraÃÃo de ocupaÃÃo e renda estimulam a combinaÃÃo do microcrÃdito com o desenvolvimento do empreendedorismo como forma de consolidar a condiÃÃo do autoemprego. Descrito este cenÃrio, convÃm apresentar algumas das perguntas orientadoras para a realizaÃÃo desta tese: Quem sÃo os trabalhadores por conta prÃpria? O que fazem quando estimulados pelos programas de concessÃo de microcrÃdito a desenvolverem atitudes empreendedoras, como o desenvolvimento dos talentos empresariais e da prÃtica da competitividade? Apresentam as condiÃÃes culturais e visÃo de mundo para por em prÃtica os princÃpios pÃs-modernos do empreendedorismo? E de que empreendedorismo se està falando? à um empreendedorismo schumpeteriano? Um empreendedorismo por necessidade, nativo e marcado pela sobrevivÃncia? Ou à um empreendedorismo de pequeno porte que insiste em se estabelecer em territÃrios socioeconÃmicos heterogÃneos? A metodologia adotada nesta tese fundamentou-se, alÃm de detalhada anÃlise bibliogrÃfica, na realizaÃÃo de uma pesquisa amostral no bairro Granja Portugal, que integra o conglomerado urbano do Grande Bom Jardim, situado na periferia de Fortaleza, capital do CearÃ. Foram realizadas, ainda, entrevistas com lÃderes comunitÃrios e agentes e consultores de crÃdito de programas que atuam na Ãrea. A pesquisa destaca, dentre os principais resultados, a existÃncia da sobrevivÃncia empreendedora, marcada por traÃos de empreendedorismos diversos, como os da realizaÃÃo profissional e pessoal; os da inovaÃÃo e criatividade e os do trabalho exaustivo e disciplinado. A maioria dos microprodutores revela o carÃter de estratÃgia de sobrevivÃncia das ocupaÃÃes exercidas e indica a preferÃncia por empregos fixos que assegurem os benefÃcios da legislaÃÃo trabalhista. Por seu turno, aqueles que denotam seguranÃa quanto ao exercÃcio dos prÃprios negÃcios ainda nÃo sÃo apoiados satisfatoriamente pelas polÃticas pÃblicas, como a concessÃo de microcrÃdito e a oferta de cursos sobre microempreendedorismo. Em suma, este estudo sugere que os programas de microcrÃdito contemplem as possibilidades de emprÃstimos para a criaÃÃo de negÃcios, alÃm da reformulaÃÃo do conteÃdo dos cursos de empreendedorismo, no sentido de despertar, junto aos microempresÃrios a consciÃncia do desenvolvimento socioeconÃmico do territÃrio onde vivem, como base essencial para o surgimento de empreendedores de pequeno porte. === The new world of labor, that is a result of the flexible accumulation of capital, determined deep changes in the workersâ lives. There has been changes in the pattern of traditional jobs â the kind of job that was able to provide stability and the benefits of labor laws. New characteristics were demanded from workers in the in the fordism era of capitalism. Itâs required dynamism, competitiveness and entrepreneurship from workers. Reengineering that causes productive restructuring, longer laborâs journeys, change of management methods and the adoption of new technologies have caused the reduction of traditional jobs and an increase of the number of own-account workers. This scenario benefits the high qualified and skilled workers, but to the greater proportion of workers, it means unemployment and struggle to survive, usually developing activities in the informal labor market â there is precarious labor. Facing this reality, public policies of job and income generation stimulate microcredit and entrepreneurship as a way to consolidate the activities developed by own-account workers. Since we have described this scenario, it is necessary to ask some questions order to guide this thesis: Who are the own-account workers? What do those workers do when they are stimulated to develop their managerial talents and competitiveness practices through the microcredit policies? Do those workers have cultural background that enables them to practice the post-modern principles of entrepreneurship? What kind of entrepreneurship are we talking about? Is it Schumpeterâs entrepreneurship? Is it an entrepreneurship based on needs, native and marked by survival struggle? Is it an entrepreneurship of small business that insists to be established in heterogeneous social-economics spaces? The methodology we adopted in this thesis evolves, beyond detailed bibliographic analysis, a sample research in the district Granja Portugal, that is part of Grande Bom Jardim − an urban agglomeration in the periphery of Fortaleza, the city capital of Ceara. We also interviewed community leaders and credit consulters and credit agents that work in that area. The research highlights, among its most important results, the existence of entrepreneurship used as an strategy of survival, that carries out aspects of different kinds of entrepreneurship, such as achievement of professional and personal goals; innovation and creativity, and exhaustive work and discipline. Most microproducers reveals the character of survival strategy in their labor activities and they prefer formal contracts jobs that assure the benefits of labor laws. Those who are secure in their own-account job activities are not yet satisfactorily supported by the public policies, such as microcredit loans and the courses about micro entrepreneurship. We may summarize the argument so far by saying that this study suggests that the microcredit programs should contemplate loans to new business and the reformulation of the courses about entrepreneurship. So, those courses may develop the conscious of the social-economic development of the territory where the entrepreneurs live. This is an essential basis for the surge of micro entrepreneurs.
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Eduardo GirÃo Santiago
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spelling ndltd-IBICT-oai-www.teses.ufc.br-6942019-01-21T23:01:06Z Empreender para sobreviver: estudo sobre a aÃÃo econÃmica dos empreendedores de pequeno porte Empreender to survive: study on the economic action of small entrepreneurs Eduardo GirÃo Santiago Maria NeyÃra de Oliveira AraÃjo JoÃo Bosco Feitosa dos Santos Andrà Haguette Assuero Ferreira MÃrcio Pochmann Empreendedorismo MicrocrÃdito PolÃticas publicas Entrepreneurship Microfinance Public policies SOCIOLOGIA CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior O novo mundo do trabalho, decorrente do processo de acumulaÃÃo flexÃvel de capital, determinou profundas mudanÃas na vida dos trabalhadores, em todos os nÃveis. O padrÃo dos empregos tradicionais, que alÃm da estabilidade, assegurava os benefÃcios da legislaÃÃo trabalhista, vem sendo alterado, gradativamente. Os postos de trabalho conquistados durante a fase fordista do capitalismo requerem atitudes dos trabalhadores no sentido de eles serem mais dinÃmicos, mais competitivos e empreendedores. Aumento da jornada de trabalho, reengenharias que implicam na reestruturaÃÃo produtiva, na desconstruÃÃo de mÃtodos gerenciais consagrados e na contÃnua adoÃÃo das tecnologias da informaÃÃo tÃm culminado com a reduÃÃo dos empregos tradicionais e no aumento dos trabalhadores por conta prÃpria. Se por um lado, o quadro hà pouco referido beneficia segmentos da mÃo-de-obra mais escolarizada e especializada, para a grande massa dos trabalhadores significa a perda dos empregos e a busca da sobrevivÃncia, geralmente desenvolvendo atividades na economia informal, o que acarreta a precarizaÃÃo das relaÃÃes de trabalho. A partir dessa realidade, as polÃticas pÃblicas de geraÃÃo de ocupaÃÃo e renda estimulam a combinaÃÃo do microcrÃdito com o desenvolvimento do empreendedorismo como forma de consolidar a condiÃÃo do autoemprego. Descrito este cenÃrio, convÃm apresentar algumas das perguntas orientadoras para a realizaÃÃo desta tese: Quem sÃo os trabalhadores por conta prÃpria? O que fazem quando estimulados pelos programas de concessÃo de microcrÃdito a desenvolverem atitudes empreendedoras, como o desenvolvimento dos talentos empresariais e da prÃtica da competitividade? Apresentam as condiÃÃes culturais e visÃo de mundo para por em prÃtica os princÃpios pÃs-modernos do empreendedorismo? E de que empreendedorismo se està falando? à um empreendedorismo schumpeteriano? Um empreendedorismo por necessidade, nativo e marcado pela sobrevivÃncia? Ou à um empreendedorismo de pequeno porte que insiste em se estabelecer em territÃrios socioeconÃmicos heterogÃneos? A metodologia adotada nesta tese fundamentou-se, alÃm de detalhada anÃlise bibliogrÃfica, na realizaÃÃo de uma pesquisa amostral no bairro Granja Portugal, que integra o conglomerado urbano do Grande Bom Jardim, situado na periferia de Fortaleza, capital do CearÃ. Foram realizadas, ainda, entrevistas com lÃderes comunitÃrios e agentes e consultores de crÃdito de programas que atuam na Ãrea. A pesquisa destaca, dentre os principais resultados, a existÃncia da sobrevivÃncia empreendedora, marcada por traÃos de empreendedorismos diversos, como os da realizaÃÃo profissional e pessoal; os da inovaÃÃo e criatividade e os do trabalho exaustivo e disciplinado. A maioria dos microprodutores revela o carÃter de estratÃgia de sobrevivÃncia das ocupaÃÃes exercidas e indica a preferÃncia por empregos fixos que assegurem os benefÃcios da legislaÃÃo trabalhista. Por seu turno, aqueles que denotam seguranÃa quanto ao exercÃcio dos prÃprios negÃcios ainda nÃo sÃo apoiados satisfatoriamente pelas polÃticas pÃblicas, como a concessÃo de microcrÃdito e a oferta de cursos sobre microempreendedorismo. Em suma, este estudo sugere que os programas de microcrÃdito contemplem as possibilidades de emprÃstimos para a criaÃÃo de negÃcios, alÃm da reformulaÃÃo do conteÃdo dos cursos de empreendedorismo, no sentido de despertar, junto aos microempresÃrios a consciÃncia do desenvolvimento socioeconÃmico do territÃrio onde vivem, como base essencial para o surgimento de empreendedores de pequeno porte. The new world of labor, that is a result of the flexible accumulation of capital, determined deep changes in the workersâ lives. There has been changes in the pattern of traditional jobs â the kind of job that was able to provide stability and the benefits of labor laws. New characteristics were demanded from workers in the in the fordism era of capitalism. Itâs required dynamism, competitiveness and entrepreneurship from workers. Reengineering that causes productive restructuring, longer laborâs journeys, change of management methods and the adoption of new technologies have caused the reduction of traditional jobs and an increase of the number of own-account workers. This scenario benefits the high qualified and skilled workers, but to the greater proportion of workers, it means unemployment and struggle to survive, usually developing activities in the informal labor market â there is precarious labor. Facing this reality, public policies of job and income generation stimulate microcredit and entrepreneurship as a way to consolidate the activities developed by own-account workers. Since we have described this scenario, it is necessary to ask some questions order to guide this thesis: Who are the own-account workers? What do those workers do when they are stimulated to develop their managerial talents and competitiveness practices through the microcredit policies? Do those workers have cultural background that enables them to practice the post-modern principles of entrepreneurship? What kind of entrepreneurship are we talking about? Is it Schumpeterâs entrepreneurship? Is it an entrepreneurship based on needs, native and marked by survival struggle? Is it an entrepreneurship of small business that insists to be established in heterogeneous social-economics spaces? The methodology we adopted in this thesis evolves, beyond detailed bibliographic analysis, a sample research in the district Granja Portugal, that is part of Grande Bom Jardim − an urban agglomeration in the periphery of Fortaleza, the city capital of Ceara. We also interviewed community leaders and credit consulters and credit agents that work in that area. The research highlights, among its most important results, the existence of entrepreneurship used as an strategy of survival, that carries out aspects of different kinds of entrepreneurship, such as achievement of professional and personal goals; innovation and creativity, and exhaustive work and discipline. Most microproducers reveals the character of survival strategy in their labor activities and they prefer formal contracts jobs that assure the benefits of labor laws. Those who are secure in their own-account job activities are not yet satisfactorily supported by the public policies, such as microcredit loans and the courses about micro entrepreneurship. We may summarize the argument so far by saying that this study suggests that the microcredit programs should contemplate loans to new business and the reformulation of the courses about entrepreneurship. So, those courses may develop the conscious of the social-economic development of the territory where the entrepreneurs live. 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