Eu é um outro: manifestações do duplo em Luiz Alfredo Garcia-Roza

Verificamos na ficção brasileira contemporânea uma reescritura do gênero policial, que deixa de ter como principal meta a retirada das máscaras que encobrem a verdade. Nesta era de ambiguidades e incertezas, em que a verdade passa a ser substituída pelas versões, o tema do duplo encontrará a condiçã...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Marta Maria Rodriguez Nebias
Other Authors: Flávio Martins Carneiro
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2011
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3092
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Duplo
Luiz Alfredo Garcia-Roza
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Narración policial
Doble
LITERATURA BRASILEIRA
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Narración policial
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Marta Maria Rodriguez Nebias
Eu é um outro: manifestações do duplo em Luiz Alfredo Garcia-Roza
description Verificamos na ficção brasileira contemporânea uma reescritura do gênero policial, que deixa de ter como principal meta a retirada das máscaras que encobrem a verdade. Nesta era de ambiguidades e incertezas, em que a verdade passa a ser substituída pelas versões, o tema do duplo encontrará a condição ideal para sua revitalização. É o que podemos observar na obra de Luiz Alfredo Garcia-Roza, objeto desta dissertação, cuja finalidade principal é a de identificar e analisar as manifestações do duplo em alguns romances do autor, situando-os no contexto contemporâneo. Para tal, foram selecionados como corpus de análise cinco de seus nove romances: Vento Sudoeste (1999), Perseguido (2003), Espinosa sem saída (2006), Na multidão (2007) e Céu de origamis (2009). Traçamos, primeiramente, um breve panorama da representação literária do tema do duplo, além de alguns conceitos psicanalíticos, buscando introduzir o tema, utilizando como base teórica os estudos de Otto Rank, Freud, Nicole Bravo, Ana Maria Lisboa de Mello, entre outros. Num segundo momento, identificamos as manifestações do duplo nas narrativas policiais de enigma, noir e pós-utópica, empregando o termo criado por Haroldo de Campos. Verificamos que a narrativa policial brasileira, desde os seus primórdios, já revela uma incompatibilidade com as certezas preconizadas pela escola de enigma. Dessa forma, abrimos o caminho para atingirmos o foco deste estudo: a análise do duplo na narrativa de Luiz Alfredo Garcia-Roza, articulando o quadro teórico à leitura dos textos. O duplo aparece na ficção do autor como representação dos antagonismos humanos que levam à fragmentação do eu e como estratégia para ressaltar as ambiguidades e incertezas da narrativa policial pós-utópica, em contraposição às verdades absolutas do gênero policial em sua forma clássica. Daí deduzimos que, contrariando a principal norma do gênero, a narrativa de Garcia-Roza coloca máscaras, em vez de retirá-las === Verificamos en la ficción brasileña una nueva escritura del género policial, que deja de tener como principal meta la retirada de las máscaras que encubren la verdad. En esta era de ambiguidads y incertidumbres, en la cual la verdad pasa a ser reemplazada por las versones, el tema del doble hallará la condición ideal para su revitalización. Es lo que podemos observar en la obra de Luiz Alfredo Garcia-Roza, objeto de esta disertación, cuyo propósito principal es el de identificar y analizar las manifestaciones del doble en algunas novelas del autor situandoas nel ámbito de nuestro tiempo. Hacia esto se han escogido como corpus de análisis cinco novelas: Vento Sudoeste (1999); Perseguido (2003); Espinosa sem saída (2006); Na multidão (2007) e Céu de origamis (2009). Trazamos, primero, un breve paisaje de la representación literaria del tema del doble, más algunos conceptos psicoanalíticos, tratando de introducir el tema, usando los estudios teóricos de Otto Rank, Freud, Nicole Bravo, Ana Maria Lisboa de Mello, entre otros. En um segundo momento, reconocemos las manifestaciones del doble en las narraciones policiales de enigma, noir y posutopica, utilizandose el término creado por Haroldo de Campos, verificando que la narración policial brasileña, desde sus orígenes, ya revela una incompatibilidad con esas certezas preconizadas por la escuela de enigma. De essa manera, abrimos el camino para lograr el foco de este estudio: la análisis del doble en la narración de Luiz Alfredo Garcia-Roza, articulando la lectura teórica a los textos. El doble despunta em la ficción del autor como representación de los antagonismos humanos que llevan a la fragmentación del eu y como estrategia para resaltar las ambiguidads y las incertidumbres de la narración policial posutopica, en contraposición a las verdads absolutas del género policial en su forma clássica. De ahí deducimos que, contrariando la principal norma del género, la narración de Garcia-Roza coloca máscaras, en vez de retirarlas
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