Summary: | Este estudo tem como objeto de pesquisa as ações de cuidar da enfermeira na Estratégia de Saúde da Família (ESF) diante da vulnerabilidade feminina para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) considerando o contexto familiar. Discutir a vulnerabilidade para o HIV, ainda constitui um desafio social, principalmente considerando a mesma, a partir das relações de gênero existente em nossa sociedade no que diz respeito ao papel social e sexual de homens e mulheres no interior de suas famílias. Esta pesquisa tem como objetivos: descrever a percepção sobre o HIV no contexto familiar para a enfermeira da ESF; compreender a percepção da enfermeira da ESF sobre a vulnerabilidade feminina para o HIV no contexto familiar e analisar as ações de cuidar da enfermeira da ESF acerca da vulnerabilidade feminina. Trata-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, a qual teve como sujeitos da pesquisa onze enfermeiras que foram selecionadas e atuavam na ESF no ano 2012, na Área Programática 2.2 do município do Rio de Janeiro. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas. A técnica de análise do conteúdo foi baseada em Bardin. Emergiram três categorias: a) Percepções das enfermeiras em relação ao HIV e o contexto de familiar; b) Percepções das enfermeiras em relação à vulnerabilidade feminina para o HIV; c) Ações de cuidar das enfermeiras relacionadas à vulnerabilidade feminina para o HIV considerando o contexto familiar. Constatamos que o HIV é para as enfermeiras, o determinante de uma doença grave, de difícil acompanhamento, que não tem cura, de caráter complexo e também como um agravo que impõe limites em relação a sobrevida. As enfermeiras pouco valorizam as questões de gênero e o contexto social sobre a condição de vulnerabilidade das mulheres, responsabilizando-as por sua contaminação. A prevenção do HIV é realizada em grande parte nas atividades de educação em saúde desenvolvidas pelas enfermeiras da ESF, entretanto ela não é abordada considerando especificamente cada contexto familiar e social da mulher. Os valores pessoais ainda interferem nas ações das enfermeiras, e o HIV é apontado como um agravo possuidor de estigmas tanto sociais quanto culturais. Considerando a ESF uma ação governamental que tem por objetivo a autonomia do sujeito, as mudanças de paradigmas em relação à saúde dos indivíduos, e importante aliada na minimização dos problemas de saúde pública como a vulnerabilidade para o HIV é necessário que as enfermeiras estejam mais sensibilizadas e capacitadas (educação permanente), nas questões sociais (gênero) especificas da população feminina, para que suas ações possam minimizar a vulnerabilidade ao HIV nessa população. === The research object in this study is the nurses care practice in the Family Health Care Strategy (ESF) facing the womens vulnerability to the Human Immunodeficiency Virus (HIV) infection, considering the family context. Discussing the vulnerability to the HIV, still poses as a social challenge, mainly considering it from the gender relationships in our society, as concerns the social and sexual role of men and women in their families. This research has two objectives: to describe the perception on the HIV in the family context to the ESF nurse; to understand the ESF nurses perception on womens vulnerability to HIV infection in the family context and to analyze the ESF nurses care practice about womens vulnerability. This is an exploratory research with qualitative approach, whose subjects were eleven nurses selected who worked at ESF in 2012, in the Programmatic Area 2.2 from the City of Rio de Janeiro. Data collection was carried out through semi-structured interviews. The content analisys technique was based on Bardin. Three categories have arisen: a) Nurses perceptions in relation to HIV and the family context; b) Nurses perceptions in relation to womens vulnerability to HIV infection; c) Nurses care practice related to womens vulnerability to HIV infection considering the family context. We have observed that, from the nurses point of view, the HIV is the driver of a serious disease, which is hard to monitor, without a cure, of complex nature, in addition to being a condition that imposes limits as far as survival is concerned. Nurses have little regard for gender and social context issues on the condition of womens vulnerability, and blame them for their contamination.HIV prevention is largely carried out in health education activities developed by ESF nurses; however, such issue is not approached taking specifically each of the womens family and social context into account. Personal values still interfer in the nurses actions, and the HIV is seen as a condition with both social and cultural stigmas. Taking the ESF both as a governmental action aimed at the subjects autonomy, the change of paradigms in relation to the individuals health and an important ally to minimize the public health problems, such as vulnerability to the HIV, it is necessary to have nurses more sensitive and trained (permanent education) in social (gender) issues that are specific of the female population, so their actions may minimize the vulnerability to HIV infection in that population.
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