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Previous issue date: 2006 === This thesis approaches the sugarcane expansion in the southern part of Brazil from the XVIII century, giving emphasis to the XX century. Inicially, in being presented the sugar cane scenary, from the East to its entrance into Brazil, it is given emphasis in the Madeira Island, as the “portal” of sugarcane difusion in Rio Grande do Sul as well. Since it is an unprecedented theme of the Regional Historiography, it was necessary to shape the construction of identity of the north shore, a traditional sugarcane region of the state, presenting the precursory manufacture experiences. Having been frustrated, they transmitted a heritage of suspicion and discredit to the future enterprises in this area. In the segment, the connection between canebrakes and production of brown sugar in the mills is analyzed, giving distinction to the working relations generated in the land and in the manufacture, in the presence of poverty conditions of the region. It points out the challenges imposed to the canebrake planters in the second half of the XX century, in the face of market restrictions, which seriously affected the north shore of the state. Idealized by small farmholdings of sugarcane, aggregated in the Cooperativa Canavieira Santo Antônio Ltda, the project of a sugar mill, as regional resurrection, was appropriated by Brizola’s government and, since 1964, executed through the military regime’s plan established at that time. Without representation of sugarcane suppliers in the directive collegiate of the mill, as initial decision, AGASA – Açúcar Gaúcho S. A, inaugurated in 1965, closed its activities in January 1990, after slow agony. Through a great deal of written and iconographic documantation, and the production of oral sources with different categories of actors of the history of the mill, the company’s conduct, iniciatives, and contradictory directions as well as their concequences to the canebrake planters, and region are analysed.The infra-structure factors are verified, as for example, the high cost of the the cane shipment– from farming to the mill – the lack of roads in the hills of cane, and the mill structural inadequation with the production in small farmholdings, added to the loss of social objectives in which the industry was planned and planted. It is demonstrated how suggarcane workers, carrying canebrake tradition lived an identity conflict in the presence of the business orientation, which was applyed. Alied to the structural limits, the study also reveals AGASA did not resist to the conjuncture crisis, especially because the canebrake workers had been put aside the basis. In resistence, millions canebrake workers abandoned the productive process, shut the mills and / or left to the city, migrating to greater Porto Alegre, leaving their dead lands behind and silencing the mill, today in ruins, in the banks of the “sweet” Lagoa dos Barros”. === Esta tese aborda a expansão canavieira no extremo-sul do Brasil, a contar do século XVIII, com destaque para o século XX. Inicialmente, ao serem apresentados os cenários da cana, do Oriente até seu ingresso no Brasil, é dada ênfase à Ilha da Madeira, como o "portal" da difusão canavieira também no Rio Grande do Sul. Por tratar-se de tema inédito da historiografia regional, foi necessário configurar a construção da identidade do Litoral Norte, a tradicional região canavieira do estado, apresentando-se as experiências manufatureiras precursoras. Frustradas, elas legaram uma herança de desconfiança e descrédito aos futuros empreendimentos do ramo. É analisada, no seguimento, a conexão entre canaviais e produção de açúcar mascavado nos engenhos, destacando-se as relações de trabalho geradas na terra e na manufatura, frente às condições de pobreza da região. Aponta os desafios impostos aos canavieiros, na segunda metade do século XX, diante da restrição de mercado, o que afetou seriamente o Litoral Norte do estado. Idealizado pelos minifundiários da cana, agregados na Cooperativa Canavieira Santo Antônio Ltda. , o projeto de uma usina açucareira como a ressurreição regional foi apropriado pelo governo Brizola e, a contar de 1964, executado sob a ótica do regime militar então instalado. Sem representação dos fornecedores de cana no colegiado diretivo da usina, conforme decisão inicial, a AGASA – Açúcar Gaúcho S. A. , inaugurada em 1965, encerrou suas atividades em janeiro de 1990, após lenta agonia. Através de farta documentação escrita e iconográfica, e da produção de fontes orais com diferentes categorias de atores da historia da usina, analisam-se a conduta, as iniciativas e os rumos contraditórios da empresa e suas conseqüências para os canavieiros e região.Verificam-se os fatores de ordem infra-estrutural, como o alto custo dos fretes para o transporte da cana – da lavoura à fábrica –, a falta de estradas nos morros da cana e a inadequação estrutural usineira com a produção em minifúndios, somados aos descaminhos dos objetivos sociais para os quais a indústria foi projetada e instalada. Demonstra-se como os trabalhadores da cana, portadores de tradição canavieira, viveram um conflito de identidade frente à orientação empresarial que lhes foi dirigida. Aliado aos limites estruturais, o estudo revela também que a AGASA não resistiu aos reveses conjunturais, sobretudo por terem sido afastados da base os populares da cana. Em resistência, eles abandonaram o processo produtivo, deixaram as moendas caladas e/ou partiram para a cidade, migrando para a Grande Porto Alegre, aos milhares, deixando em abandono suas parcas terras e silenciando a usina, hoje em ruínas, à beira da "doce" Lagoa dos Barros.
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