Avaliação regional da contaminação por hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) na região costeira do sudeste do Brasil usando mexilhões (Perna perna Linneaus 1758) como biomonitores

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === O objetivo do presente trabalho foi avaliar a presença e a distribuição de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em mexilhões coletados em 23 estações, divididas em três regiões: (i) cultivos localizados no Estado do Rio de Jan...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Renato Yoshimine Vieira
Other Authors: Renato da Silva Carreira
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2012
Subjects:
Online Access:http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3724
Description
Summary:Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === O objetivo do presente trabalho foi avaliar a presença e a distribuição de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em mexilhões coletados em 23 estações, divididas em três regiões: (i) cultivos localizados no Estado do Rio de Janeiro (7 estações) e em Ubatuba/SP (1 estação); (ii) áreas costeiras no Estado do Rio de Janeiro (7 estações) e (iii) na Baía de Guanabara/RJ (8 estações). Os HPAs foram determinados em triplicata de cada estação, sendo cada réplica formada por uma média de 10 indivíduos, através de cromatografia em fase gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC/MS), totalizando 38 compostos entre parentais e alquilados. A concentração média do total de HPAs nos cultivos, excluindo o cultivo de Mombaça (Ilha Grande), foi de 24,7 22,3 ng g-1, para as áreas costeiras foi de 89,7 25,8 ng g-1 e para a Baía de Guanabara, 760,9 456,3 ng g-1. Esses resultados indicam que os cultivos (exceto Mombaça) e as áreas costeiras selecionadas apresentam baixos níveis de contaminação. Já na Baía de Guanabara, os resultados foram comparáveis a dados pretéritos e confirmam o estado de degradação ambiental da baía. Na amostra coletada no cultivo de Mombaça, a alta concentração do total de HPAs (584 ng g-1) e a predominância de compostos alquilados sobre parentais sugerem contaminação relativamente alta por hidrocarbonetos petrogênicos. A análise de agrupamento, considerando o total de HPAs, confirmou a separação entre as três áreas coletadas, mas com algumas exceções: (i) o cultivo de Mombaça assemelha-se ao grupo da Baía de Guanabara; (ii) a estação da Praia Vermelha, na saída da Baía de Guanabara, se assemelha com áreas costeiras fora da baía; (iii) as estações Ilha Redonda, Ilha Comprida e Pontal, distantes mais de 5 km da costa, se agruparam com os cultivos. Somente nas amostras da Baía de Guanabara foi possível avaliar a origem dos HPAs através da análise de componentes principais (PCA). A maioria das amostras da baía apresenta contaminação por fontes mistas de hidrocarbonetos, e apenas na praia Vermelha o aporte pirolítico é mais significativo. Por fim, ressalta-se que os níveis de HPAs nos mexilhões das três áreas ficaram abaixo de valores de referência exigidos internacionalmente para o consumo humano. No entanto, é necessário uma análise de risco específica para melhor compreender a qualidade do mexilhão para consumo humano, particularmente os da Baía de Guanabara. === The aim of the present study was to evaluate the presence and distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in mussels collected from 23 stations, divided into three regions: (i) mussel crops in the State of Rio de Janeiro (7 sampling stations) and Ubatuba/SP (1 sampling station), (ii) coastal areas of the State of Rio de Janeiro (7 sampling stations) and (iii) Guanabara Bay/RJ (8 sampling stations). The PAHs were determined in triplicate for each station, with each replica composed of an average of 10 individuals, by gas chromatography coupled to mass spectrometry (GC/MS), totaling 38 compounds between parental and alkylated PAH. The mean total PAH concentration in the crops, with the exception of Mombaça (at Ilha Grande), was of 24.7 22.3 ng g-1, while the mean for the coastal areas was of 89.7 25.8 ng g-1, and of 760.9 456.3 ng g-1 for the Guanabara Bay. These results indicate that the mussel crops (with the exception of Mombaça) and the selected coastal areas present low contamination levels. Guanabara Bay, on the other hand, showed results comparable to past data, confirming the state of environmental degradation of the bay. In samples collected at the Mombaça mussel crop, the high concentration of total PAHs (584 ng g-1) and the predominance of alkylated compounds over parent compounds suggest the presence of relatively high contamination by petrogenic hydrocarbons. The cluster analysis, considering total PAHs, confirmed the separation between the three sampled areas, although some exceptions were noted: (i) the Mombaça crop resembles the Guanabara Bay group, (ii) the Praia Vermelha station, at the Guanabara Bay exit, resembles coastal areas outside the bay, (iii) the Ilha Redonda, Ilha Comprida and Pontal stations, over 5 km distant from the coast, were grouped with the other mussel crops. Only in samples from the Guanabara Bay was it possible to evaluate PAH origin by use of the principal component analysis (PCA). Most samples of the bay show mixed hydrocarbon contamination sources, and pyrolytic contribution was more significant only at the Praia Vermelha station. Finally, we emphasize that the PAH levels in mussels from the three areas were below the international reference values for human consumption. However, a specific risk analysis is necessary in order to better understand the quality of mussels for human consumption, particularly those from the Guanabara Bay.