Qualidade de vida na infeção pelo VIH

O principal objetivo desta investigação é estudar as variáveis associadas a umaadaptação psicológica positiva à infeção pelo VIH, pretendendo-se compreender de queforma a adesão terapêutica, o sentido de vida e a satisfação conjugal interferem com aqualidade de vida dessa população. Trata-se de um e...

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Bibliographic Details
Main Author: Inês Sequeira da Silva Ribeiro
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2019
Subjects:
Online Access:https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/112766
Description
Summary:O principal objetivo desta investigação é estudar as variáveis associadas a umaadaptação psicológica positiva à infeção pelo VIH, pretendendo-se compreender de queforma a adesão terapêutica, o sentido de vida e a satisfação conjugal interferem com aqualidade de vida dessa população. Trata-se de um estudo descritivo, conduzido noServiço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar de São João, no Porto, com umaamostra de 42 adultos seropositivos diagnosticados há pelo menos 3 meses e a realizartratamento antirretrovírico. Utilizaram-se os seguintes instrumentos: QuestionárioSociodemográfico e Clínico, Questionário para a Avaliação da Adesão ao TratamentoAntirretrovírico - VIH (CEAT-VIH), Escala de Sentido de Vida (ML Scale), Escala deAvaliação da Satisfação em Áreas da Vida Conjugal (EASAVIC) e World HealthOrganization Quality of Life-Bref (WHOQOL-Bref). De uma forma geral, os resultadossugerem a existência de diferenças estatisticamente significativas em função dorelacionamento e dos efeitos secundários, sendo que os níveis mais altos de qualidade devida estão entre os sujeitos que mantêm um relacionamento amoroso satisfatório e quenão apresentam efeitos secundários. Além disso, verifica-se que a adesão terapêutica, osentido de vida e a satisfação conjugal se associam positivamente à qualidade de vida. Osmodelos preditores da qualidade de vida que incluem a adesão terapêutica e o sentido devida revelam-se significativos, explicando 24,4% da variância no domínio geral, 33,5%no físico, 62,9% no psicológico, 39,4% nas relações sociais e 33,2% no ambiente.Contudo, o sentido de vida é a única variável com um contributo significativo para osmodelos. Do mesmo modo, os modelos preditores que contemplam o sentido de vida e aautonomia/privacidade mostram-se significativos, explicando 61,9% da variância nodomínio geral, 42,6% no físico, 70,1% no psicológico, 68,0% nas relações sociais e70,2% no ambiente; neste caso, constata-se que ambas as variáveis contribuemsignificativamente para os modelos propostos. Assim, salienta-se a influência da adesãoterapêutica, do sentido de vida e da satisfação conjugal (em particular da área relativa àautonomia/privacidade) na perceção de qualidade de vida relacionada à saúde dos sujeitosinfetados pelo VIH. Considera-se que a intervenção psicológica realizada junto dosindivíduos seropositivos deve ter em consideração o papel preponderante das variáveisem questão.