Efeitos dos traços da ansiedade na perceção de expressões faciais das emoções: estudo exploratório de Continuous Flash Suppression

Tem se notado uma escassez de estudos acerca dos efeitos da ansiedade da percepção de expressões faciais emocionais utilizando o método CFS (Continuous Flash Suppression). Sendo assim, o presente estudo teve como principal objetivo, melhor explorar o efeito dos traços de ansiedade na percepção de ex...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cainã Barros de Oliveira
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/130965
Description
Summary:Tem se notado uma escassez de estudos acerca dos efeitos da ansiedade da percepção de expressões faciais emocionais utilizando o método CFS (Continuous Flash Suppression). Sendo assim, o presente estudo teve como principal objetivo, melhor explorar o efeito dos traços de ansiedade na percepção de expressões faciais emocionais, sendo assim questionado se a ansiedade interfere, ou não, no tempo de percepção e na taxa de acertos dessas expressões. O método utilizado neste estudo foi o CFS, um método eficaz e simples de mensurar, de forma clara, a significância atencional direcionada a um determinado estímulo. Este é um método bem estabelecido e não introspetivo para avaliar e medir a percepção de expressões faciais emocionais. Com base numa revisão da literatura dos estudos anteriores que utilizaram o método CFS, um desenho experimental mais completo foi criado. Verificou-se que quanto mais elevados os traços de ansiedade, menor a diferença entre os tempos de reação das categorias emocionais surpresa e neutra. Não se identificaram demais interações, assim como nenhuma interação a nível da valência ou da ativação. Independentemente dos traços de ansiedade, foi também possível identificar que (1) a categoria emocional Surpresa foi reconhecida mais rapidamente do que faces neutras e (2) categorias de Raiva e Medo foram percecionadas mais corretamente do que faces neutras. Encontrou-se assim uma influência das categorias emocionais nos tempos de reação e nas taxas de acerto, indicando um foco atencional diferenciado em função de cada categoria emocional. Quanto às dimensões afetivas (valência e ativação), os resultados encontrados foram inconclusivos ou sem influência. Estes resultados contrariam estudos anteriores sugerindo que o efeito dos traços de ansiedade na percepção de expressões faciais, estaria ligado, não à valência e à ativação das expressões, mas sim, a suas respetivas categorias emocionais.