Os Laboratórios de ação. A arquitetura da Cidade Aberta, da Travessia e da Casa no Mundo

Para a arquitetura manter o poder transformador junto da sociedade procura, muitas vezes, rever conteúdos anteriormente experimentados, sobre novas circunstâncias que lhes oferecem novos contornos com a frescura da ação. O avanço do espaço tecnológico coloca a possibilidade de revisão destes conteúd...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: João Miguel Costa Soares de Albergaria
Other Authors: Faculdade de Arquitectura
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/133442
Description
Summary:Para a arquitetura manter o poder transformador junto da sociedade procura, muitas vezes, rever conteúdos anteriormente experimentados, sobre novas circunstâncias que lhes oferecem novos contornos com a frescura da ação. O avanço do espaço tecnológico coloca a possibilidade de revisão destes conteúdos através de metodologias de ação que encontram novas formas de operar. O pragmatismo que conduz as metodologias de ação compromete, muitas vezes, as práticas de investigação, que por sua vez ficam delegadas a uma visão exterior incapaz de construir o discurso da ação que espelhe a verdade dos acontecimentos, de forma a poderem ser esclarecidos, replicados, e desenvolvidos. Por isso, o objetivo deste trabalho é reconstruir o discurso poético encontrado ao participar em laboratórios de arquitetura, cujo processo metodológico reside na ação. Assim, pretendeu-se, por um lado, arquivar os fundamentos teóricos e históricos dos Laboratórios de Ação e procurou-se, por outro lado, enquadrá-los como situações da "experiência geral de arquitetura". Com o enquadramento desse fundamento, não só se reconstruiu o discurso da ação de cada participação, como também, se propôs, organizou e realizou outro Laboratório de Ação. Com base neste enquadramento, iniciou-se um percurso de reflexão sobre os fenómenos pré-reflexivos e os motivos pós-reflexivos das ações. Esse percurso de reflexão teve dois momentos diferentes: Primeiramente, a partir da experiência real, nos Laboratórios de Ação da Escuela de Arquitectura y Diseño de la Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (E[AD] PUCV), particularmente na Cidade Aberta e na Travessia e, já em Portugal, a partir da construção de um dispositivo didático de exploração de práticas de investigação, com base nas práticas de comunhão entre espaços de aprendizagem, no âmbito da Universidade Junior, da Universidade do Porto, coordenado pela docente da Faculdade de Arquitetura Ana Isabel da Costa e Silva. Como resultado, verificou-se que as práticas atravessam três caminhos: as Práticas de Investigação abrem e fecham as experiências, inserindo-as num campo científico-laboral e operativo para o projeto de arquitetura; as Práticas de Comunhão interligam os momentos da ação, onde se poderá trabalhar a consciencialização e a incorporação das componentes circunstanciais, da escala do sujeito à construção do comum; e os Espaços de Aprendizagem são forças gravitacionais que suportam e despoletam determinadas condições onde se lançam exercícios de aprendizagem de arquitetura. A Casa no Mundo foi a experiência real, na qual se verificou uma receptividade positiva à atividade por parte dos diferentes intervenientes. Serviu, justamente, de motor para colocar em ação as matérias expostas no presente trabalho. Em cinco dias desenvolveram-se quatro espaços de aprendizagem: o projeto, a viagem, a construção e a celebração. === In order for architecture to maintain the transformative power within society, it often seeks to review previously explored content, in new circumstances, that offer them new contours with the freshness of the action. The evolution of the technological space raises the possibility of revising these contents through action methodologies that find new ways of operating. The pragmatism that drives action methodologies often compromises investigative practices, which in turn are delegated to an outside view incapable of constructing the action discourse that mirrors the truth of events, so that they can be clarified, replicated and developed. Therefore, the objective of this work is to reconstruct the poetic discourse found while participating in architectural laboratories, which methodological process resides in action. Thus, the intention was, on the one hand, to archive the theoretical and historical foundations of the Action Labs and, on the other hand, it was sought to frame them as situations of the "general architectural experience". With this framework of groundwork, not only has the action discourse of each participation been reconstructed, but another Action Lab has been proposed, organized and carried out. Based on this framework, a path of discussion began on the pre-reflective phenomena and the post-reflective motives of the actions. This reflection journey had two different moments: Firstly, based on real experience, at the Action Labs of the Escuela de Arquitectura y Diseño de la Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (E [AD] PUCV), particularly in the Open City and Travesia and, already in Portugal, from the construction of a didactic device for the exploration of research practices, based on the practices of commoning between spaces of learning, within the scope of the Junior University, of the University of Porto, coordinated by the professor of the Faculty of Architecture Ana Isabel da Costa e Silva. As a result, it was found that this practices cross three paths: the Practices of Investigating that open and close the experiments, inserting them in a scientific-labor and operational field for the architectural project; the Practices of Commoning interconnect the moments of action, where awareness and the incorporation of circumstantial components, from the scale of the subject to the construction of the common, can be worked on; and Spaces of Learning are gravitational forces that support and trigger certain conditions where architectural learning exercises are launched. Casa no Mundo was the real experience, in which there was a positive receptivity to the activity by the different dwellers. It served, precisely, as an engine to put into action the matters exposed in the present work. In five days, four spaces of learning were developed: project, journey, construction and celebration.