SIROPH (Surveilling and Improving Rescuers' Occupational and Psychological Health): a saúde psicológica e ocupacional dos profissionais de emergência médica

Os profissionais de emergência médica pré-hospitalar constituem-se como um grupo ocupacional de risco, que ficou ainda mais sobrecarregado, operacional e psicologicamente, face à pandemia COVID-19. Esta pandemia implicou a reformulação das prioridades de investigação e intervenção, que determinaram...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Silvia Monteiro Fonseca
Other Authors: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2021
Subjects:
Online Access:https://hdl.handle.net/10216/138525
Description
Summary:Os profissionais de emergência médica pré-hospitalar constituem-se como um grupo ocupacional de risco, que ficou ainda mais sobrecarregado, operacional e psicologicamente, face à pandemia COVID-19. Esta pandemia implicou a reformulação das prioridades de investigação e intervenção, que determinaram alterações significativas a este projeto, após reflexão conjunta com equipa multidisciplinar de profissionais do INEM. Além disso, a COVID-19 trouxe a maior expansão de ferramentas e/m-health, que poderão inclusive colmatar défices de recursos humanos e técnicos que preexistiam à pandemia, nomeadamente ao nível da prevenção e promoção da saúde psicológica e ocupacional. Neste sentido, este projeto teve como objetivos gerais conhecer a saúde psicológica e ocupacional dos profissionais do INEM e caracterizar o impacto da pandemia COVID-19, bem como construir e desenvolver um sistema informatizado protótipo de monitorização e gestão de fatores de risco e de proteção para a saúde e bem-estar destes profissionais, designado como SIROPH. A recolha de dados realizou-se em duas fases distintas (n = 239 e n = 117), com colaboradores do INEM, a nível nacional. Foram recolhidos dados relativos à vivência da pandemia e outros indicadores de saúde psicológica e ocupacional. O SIROPH foi concretizado no ambiente Moodle e website e integrou conteúdos de monitorização e devolução dos resultados aos participantes, bem como conteúdos de gestão e psicoeducativos (vídeos, estratégias e sugestão de exercícios). Foram realizados dois estudos empíricos e uma avaliação de necessidades, e os resultados empíricos desta tese apresentam-se sob a forma de três estudos. A vivência da pandemia COVID-19 demonstrou especialmente afetar a experiência laboral e tarefas desempenhadas pelos participantes. Encontraram-se níveis reduzidos de ansiedade, depressão, stress, sintomatologia obsessiva e compulsiva e sintomatologia traumática (embora 19% apresentem já valores extremos) e níveis moderados de burnout, bem-estar, crescimento pós-traumático e mobilização de estratégias de coping e de regulação emocional, desde o início da pandemia. Estes níveis variaram em função do género, idade, existência de filhos, funções desempenhadas e existência de apoio formal para a saúde mental. Através da exploração dos efeitos, verificou-se que a adequabilidade das medidas de segurança disponibilizadas pelo INEM e o menor receio/medo da COVID-19 contribuem para o melhor ajustamento psicológico durante a pandemia. Acrescenta-se o maior valor preditivo, direto e indireto, do coping mobilizado durante a pandemia, para o burnout, trauma e crescimento pós-traumático, comparativamente ao das estratégias de regulação emocional. De um modo geral, os resultados contribuem para a emergente literatura sobre a COVID-19, bem como apresentam implicações para práticas e políticas institucionais relativas à saúde psicológica e ocupacional dos profissionais do INEM.