Summary: | Introdução: Os limiares do potencial evocado auditivo de estado estável (PEAEE) em neonatos e lactentes até o sexto mês de vida auxiliam a predizer os limiares psicoacústicos em um período que os mesmos não respondem precisamente a testes comportamentais. Objetivo: Caracterizar os limiares dos PEAEE relacionadas à idade em neonatos e lactentes a termo, a fim de averiguar a influência do processo maturacional na resposta elétrica do sistema auditivo. Metodologia: Estudo transversal, no qual foram avaliados 60 neonatos e lactentes divididos em três grupos: GI - zero a um mês e 29 dias, n=20; GII - dois a três meses e 29 dias, n=20; GIII - quatro a seis meses, n=20. O PEAEE foi pesquisado utilizando-se tons puros nas frequências portadoras de 0,5, 1, 2 e 4 kHz modulados 100% em amplitude e 20% em frequência, com modulação de 91,406, 93,750, 96,094 e 98,437 Hz, respectivamente, na intensidade variando de 60 a 0 dB NA, apresentados por meio de fones de inserção ER-3A, de forma simultânea e monoaural; eletrodos em Fz (ativo), Oz (referência) e Fpz (terra); ganho de 50000, filtro passa banda 1-300 Hz, 6 dB/oitava. O Real-Ear to Dial Difference (REDD) foi mensurado no conduto auditivo externo (CAE) usando-se um microfone sonda de silicone do equipamento Hearing aid Analyzer FONIX FP 35 (Frye Electronics) . Resultados: Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos para os valores de REDD apenas na frequência de 4 kHz, o que não foi observado para os limiares dos PEAEE. Com relação à variável frequência portadora, observou-se diferença significante tanto para o REDD quanto para o PEAEE, com associação entre os mesmos, ou seja, os limiares dos PEAEE decresceram para o intervalo de frequência de 0,5 a 2,5 kHz e cresceram quando a frequência aumentou para 4 kHz ocorrendo o inverso no REDD. Conclusão: A caracterização dos limiares dos PEAEE nos primeiros seis meses de vida demonstrou que um mesmo limiar pode ser utilizado como referência de normalidade para esta faixa etária, com valores distintos para as diferentes frequências portadoras. A influência da amplificação do CAE nos limiares dos PEAEE deve ser considerada, havendo a possibilidade de a mesma mascarar a influência do processo maturacional na resposta elétrica do sistema auditivo. === Introduction: The thresholds of the auditory steady-state evoked potentials (ASSEP) in newborns and infants up to the sixth month of life help to predict the psychoacoustic thresholds in a period in which they do not precisely respond to behavioral tests. Objective: To characterize the thresholds of ASSEP related to age in term newborns and infants, so as to verify the influence of the maturational process on the hearing systems electric response. Methodology: A cross-sectional study which assessed 60 newborns and infants divided into three groups: GI - zero to a month and 29 days, n=20; GII two to three months and 29 days, n=20; GIII four to six months, n=20. The ASSEP research used pure tones in the carrier frequencies of 0,5, 1, 2 and 4 kHz modulated 100% in amplitude and 20% in frequency, with a modulation of 91,406, 93,750, 96,094 and 98,437 Hz, respectively, in the intensity, ranging from 60 to 0 dB NA, presented through ER-3A insertion phones, simultaneous and mono-aurally; electrodes in Fz (active), Oz (reference) and Fpz (ground); gain of 50000, pass band filter 1-300 Hz, 6 dB/octave. The Real-Ear to Dial Difference (REDD) was measured in the external auditory canal (EAC) by using a silicone probe microphone of the Hearing aid Analyzer FONIX FP 35 equipment (Frye Electronics) . Results: A statistically significant difference was seen among the groups for REDD values only in the frequency of 4 kHz, but not observed for ASSEP thresholds. In relation to the carrier frequency variable, a significant difference was observed for both REDD and ASSEP, with association among them, that is, the ASSEP thresholds decreased for the frequency interval 0,5 to 2,5 kHz and increased when the frequency was 4 kHz, the opposite occurring for REDD. Conclusion: The characterization of ASSEP thresholds in the first six months of life showed that the same threshold can be used as a normality reference for this age range, with distinct values for the different carrier frequencies. The influence of EAC amplification in the ASSEP thresholds should be taken into account, since it may mask the influence of the maturational process on the auditory systems electric response.
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