Summary: | Atentando à discussão contemporânea sobre as formações sociais capitalistas, é de se notar que ela se apresenta como oposição binária entre, por um lado, a opinião segundo a qual o capital do século XXI é o mesmo que o do século XIX e, por outro, a opinião segundo a qual o capital do século XXI é inteiramente outro que o do século XIX. Tratada dessa maneira, a questão se mostra como unilateral. Diferentemente desse procedimento a presente pesquisa tratará da questão consoante à lógica dialética presente em O capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital de Karl Marx. Nessa obra, o autor demonstra que a reprodução de uma formação social é um movimento contínuo e, no caso da formação social especificamente capitalista, sua reprodução consiste na reprodução da relação capital, bem como da forma historicamente determinada do trabalho como assalariado. A presente pesquisa tem por escopo examinar na referida obra as condições e exigências desse movimento, a fim de mostrar que fenômenos supostamente misteriosos, atribuídos indevidamente a Marx como falhas de sua teoria, são, ao cabo, produto de uma compreensão insuficiente da mesma. A formação social capitalista é caracterizada por uma forma historicamente determinada de trabalho; o capital consolidado como sistema social é o sistema do trabalho assalariado. A hipótese inicial que conduziu a pesquisa foi a de que a reprodução do capital e da formação social que lhe corresponde repousa sobre a relação entre salário, dinheiro e poder. A verificação da hipótese salienta, por conseguinte, os limites e possibilidades da referida relação tanto no que diz respeito à manutenção da formação social quanto à sua alteração. A metodologia de trabalho utilizada teve por resultado uma pesquisa composta de duas partes, às quais se somam nove digressões ao final do texto em formatos de notas. Na primeira parte da presente pesquisa foi examinado o processo por meio do qual o capital vem-a-ser e se consolida socialmente como sistema. Na segunda parte o exame incidiu sobre a formação social capitalista constituída como sistema do trabalho assalariado. Por fim, as digressões dialogam com teorias contemporâneas, a fim de mostrar os limites das respostas fornecidas às questões levantadas por elas mesmas. === On contemporary debates about capitalist social formations, its patent that they are presented as a binary opposition between, on one hand, the opinion by which 21st centurys capital is the same one that 19ths one, and, on the other hand, the opinion by which 21st centurys capital is completely another from 19ths one. Posed as such, the question reveals to be one-sided. Diversely, this research will approach the question according to the dialectical logic found in Karl Marxs Capital: Critique of political economy. Volume I: The process of production of capital. In this work, the author expose that the reproduction of a social formation is a continuous movement, and that, in a specifically capitalist social formation, its reproduction consists in the reproduction of both the capital relation as well as labours historically determined formed as wage labour. Our researchs scope is to examine in the mentioned work the conditions and demands of such a movement, so to demonstrate that allegedly mysterious phenomena improperly attributed to Marx as flaws in his theory are ultimately results of an insufficient understanding of that work. Capitalist social formation is characterized by a historically determined form of labour; capital is consolidated as a social system when there is a wage labour system. Our initial hypothesis on this research is that capitals and its social formations reproduction lays rests on the relation between wage, money and power. The verification of the hypothesis point out the limits and possibilities regarding the conservation as well as the alteration of the social formation. This works methodology resulted in a two-parted research, followed by nine digressions are presented as end notes. In the first part we examined the process through which capitals comes-to-be and consolidates itself as a system. In the second part the examination focused on capitalist social formation constituted as wage labour system. Finally, the digressions dialogue with contemporary theories, and in doing so aim to demonstrate the limits to the answers given to the questions posed by these very theories.
|