A poeta ao espelho (Cecília Meireles e o mito de Narciso).

Em nosso estudo, analisamos a presença do mito de Narciso na poesia de Cecília Meireles. Essa narrativa, na obra da poeta brasileira, surge como motivo para densa reflexão sobre a vida e o sentido da existência. O "eu" lírico ceciliano, diante do espelho onde se fundem o visualizante e o v...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Zambolli, Jose Carlos
Other Authors: Roncari, Luiz Dagobert de Aguirra
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2002
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-14062002-153149/
Description
Summary:Em nosso estudo, analisamos a presença do mito de Narciso na poesia de Cecília Meireles. Essa narrativa, na obra da poeta brasileira, surge como motivo para densa reflexão sobre a vida e o sentido da existência. O "eu" lírico ceciliano, diante do espelho onde se fundem o visualizante e o visível, parece buscar uma experiência de totalidade, a revelação da presença e da imagem do mundo naquilo que dele emerge como fragmento e dispersão. Essa postura reflexiva resiste ao imediatismo e superficialismo das sociedades modernas, nas quais a industrialização e o desenvolvimento da técnica determinam uma crise dos significados. Para vencê-la, a poeta busca a fonte não contaminada do mito, com o qual pretende restabelecer, por meio da palavra - instrumento predileto de seu dizer - o vínculo consigo mesma, com a natureza, com os outros e com o próprio Criador. === En nuestro estudio, analizamos la presencia del mito de Narciso en la poesía de Cecília Meireles. Esa narración, en la obra de la poetisa brasileña, es motivo para densa reflexión sobre la vida y el sentido de la existencia. El "yo" lírico ceciliano, contra el espejo donde se hundem el visualizante y el visible, parece buscar una experiencia de totalidad, la revelación de la presencia y de la imagen del mundo en aquello que de él emerge como fragmento y dispersión. Esa actitud reflexiva resiste al inmediatismo y superficialismo de las sociedades modernas, en las cuales la industrialización y el desarrollo de la técnica determinan una crisis de los sentidos. Para vencerla, la poetisa busca la fuente no contaminada del mito, con lo cual pretende restabelecer, por medio de la palabra - instrumento predilecto de su decir - el vínculo consigo misma, con la naturaleza, con los otros y con el propio Creador.