Aspectos adaptativos da variabilidade comportamental operante em um procedimento de omissão de reforço

Trabalhos recentes têm investigado como diferentes manipulações nas contingências de reforçamento podem afetar a variabilidade de respostas. Uma possível manipulação na liberação do reforço é a omissão de um reforço esperado. O objetivo do Experimento 1 foi investigar se a omissão do reforço pode af...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Caldeira, Karine Marques
Other Authors: Bueno, Jose Lino Oliveira
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2014
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-14102014-090151/
Description
Summary:Trabalhos recentes têm investigado como diferentes manipulações nas contingências de reforçamento podem afetar a variabilidade de respostas. Uma possível manipulação na liberação do reforço é a omissão de um reforço esperado. O objetivo do Experimento 1 foi investigar se a omissão do reforço pode afetar o comportamento de organismos reforçados por apresentar repetição ou diferentes níveis de variação de respostas operantes. Foram utilizados 32 ratos machos adultos Wistar. Foi realizado um treino de variabilidade e repetição operantes e a resposta considerada foi uma sequência de quatro pressões a qualquer de duas barras. Durante essa condição, os animais que passaram pelo treino de variabilidade foram reforçados de acordo com o esquema dependente da frequência. Havia um grupo com alta exigência de variação, um grupo com baixa exigência de variação e um grupo com exigência intermediária de variação para a liberação do reforço. Um quarto grupo foi reforçado continuamente por repetir a sequência DEEE e um quinto grupo recebeu os reforços de acordo com a distribuição dos reforços dos sujeitos do grupo de alta variabilidade, mas sem que precisassem variar suas respostas para isso. Após atingir um responder estável na condição de treino, os sujeitos passaram por duas condições de teste em que 25% e 50% das respostas que atingiam o critério para a liberação do reforço não foram reforçadas (omissão do reforço). Foram realizadas medidas da taxa de respostas e da latência da resposta no intervalo entre tentativas após a liberação do reforço, no intervalo entre tentativas após a não liberação do reforço e no intervalo entre tentativas após a omissão do reforço. Foram feitas também medidas do índice U e da frequência de cada uma das 16 respostas possíveis. Os resultados apontam que: 1) o esquema de reforçamento de variabilidade utilizado foi eficaz em produzir repertórios comportamentais com diferentes níveis de variação de respostas em cada grupo; 2) o efeito de omissão do reforço ocorreu para todos os grupos nas duas condições de teste; e 3) apenas os sujeitos do grupo de repetição mostraram mudanças significativas no índice U comparando a condição de treino com ambas as condições de teste. No Experimento 2, o mesmo número de sujeitos formaram os mesmos cinco grupos. O procedimento utilizado foi bastante parecido, porém um estímulo discriminativo foi usado para diferenciar a tentativa (momento em que as respostas contavam para o reforço) do intervalo entre tentativas (momento em que as respostas não contavam para o reforço). Além disso, a sequência escolhida para reforço no grupo reforçado por repetir foi EEEE e entre os testes com 25% e 50% de omissão do reforço foram realizadas cinco sessões de treino com 100% de reforçamento. Os resultados tiveram bastante semelhança com os encontrados no Experimento 1, exceto pela diferença na taxa de respostas entre a condição de pós-omissão e pós-erro no teste com 25% de omissão do reforço. Assim, o estudo sustenta a hipótese de que reforçar a variabilidade de respostas pode tornar os organismos mais resistentes a mudanças do que reforçar a repetição de respostas. === Recent researches have been investigating how different manipulations on reinforcement contingencies can affect response variability. One possible manipulation on reinforcement delivery is the omission of an expected reinforcer. The objective of Experiment 1 was to investigate if reinforcement omission can affect the behavior of organisms reinforced for presenting repetition or different levels of variability of operant responses. 32 male Wistar rats were subjects. It was made a training of operant variability and repetition and the response considered was a sequence of four presses to any of two levers. During this condition the animals that were reinforced for varying were reinforced according to the relative frequence schedule. There was a group of high variability requirement, a group of low variability requirement and a group of intermediate variability requirement. A fourth group was reinforced continuously for repeating the sequence RLLL and a fifth group received reinforcement according to the distribution of reinforcements of the subjects of the group with high variability requirement, but without having to vary responses for that. After reaching response stability in the training condition, subjects went through two tests conditions in which 25% and 50% of the responses that reached criteria for reinforcement delivery were not reinforced (reinforcement omission). It was made measures of the response rate and the response latency on the intertrial interval after reinforcement delivery, on the intertrial interval after not delivering reinforcement and on the intertrial interval after reinforcement omission. It was also made measures of the U index and of the frequency of each of the 16 possible responses. The results show that: 1) the schedule of reinforcement of variability used was able to produce different levels of response variability in each group; 2) the reinforcement omission effect occurred for all groups in both tests conditions; and 3) only the subjects of the repetition group showed significant changes in the U index comparing the training condition to both tests conditions. In Experiment 2 the same number of subjects formed the same five groups. The procedure used was very similar to the prior one, except that a discriminative stimulus was used to differentiate the trial (moment in which responses counted for reinforcement) from the intertrial interval (moment in which responses did not count for reinforcement). Furthermore, the sequence chosen for reinforcement in the repetition group was LLLL and between the tests with 25% and 50% of reinforcement omission it was made five sessions of training with 100% of reinforcement. The results were very similar to those found in Experiment 1, except for the difference in response rate between post-omission condition and post-error condition in the test with 25% of reinforcement omission. Therefore, the present research sustains the hypothesis that reinforcing response variability can make the organisms more resistant to changes than reinforcing repetition of responses