O papel da formação continuada de física na relação de professores com as atividades experimentais

Esta pesquisa investiga dois professores de Física do ensino médio com grande experiência em sala de aula e frequentadores dos cursos de formação continuada da USP ministrado pelo Instituto de Física no período das férias. Estes professores participam ativamente das atividades mensais propostas pelo...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Santarelli, Maria Clara Igrejas Amon
Other Authors: Muramatsu, Mikiya
Format: Others
Language:pt
Published: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP 2014
Subjects:
Online Access:http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-24062016-151717/
Description
Summary:Esta pesquisa investiga dois professores de Física do ensino médio com grande experiência em sala de aula e frequentadores dos cursos de formação continuada da USP ministrado pelo Instituto de Física no período das férias. Estes professores participam ativamente das atividades mensais propostas pelo grupo de trabalho desses cursos e são profissionais de certo modo implicados com seu processo de aprendizagem e formação. Eles foram acompanhados em um curso ministrado durante o período de férias e em reuniões mensais no Instituto de Física da USP de São Paulo. Utilizamos a metodologia da pesquisa qualitativa, coletando os dados a partir de observações destes professores em diversos contextos e de entrevistas semiestruturadas baseadas em suas histórias de vida. Um dos objetivos da pesquisa foi, à luz da psicanálise, utilizando o autor Wilfred Ruprecht Bion como referencial teórico, compreender as relações que os professores estabelecem com as atividades experimentais e como lidam com as frustrações que estas atividades evocam. Compreendendo esta relação, investigamos qual seria o papel da formação continuada nesta relação dos professores com as atividades experimentais. Propusemos uma organização em categorias para descrever as trajetórias destes dois professores, mostrando de um modo geral como eles lidam com as frustrações, ora enfrentando-as, ora fugindo delas. A partir da observação e entrevistas em ambiente de formação continuada, nosso segundo objetivo foi fazer uma reflexão de como os cursos de formação continuada estão atuando para dar suporte ao professor que busca os cursos e que na maioria das vezes está em um estado de dependência ao invés de ter a autonomia pressuposta pelos formadores. Percebemos que os formadores de uma maneira geral não estão servindo de continentes para as frustrações e angústias provenientes das experiências emocionais dos professores que surgem do contato com as atividades experimentais. Desta forma concluímos que devemos repensar os cursos de formação continuada para que possam contemplar as subjetividades do professor. === This research investigates two physics\' teachers participants in continuing education courses offered by the Physics Institute of the São Paulo University (USP). The chosen teachers have a great experience in the classroom, they are regulars participants of continuing education courses at USP during the holidays, they actively participate in monthly activities proposed by the working group of these courses and they are professionals somehow involved with their learning process. They were followed in a course taught during the holiday period and in monthly meetings at the Physics Institute of USP in São Paulo. We use the qualitative research methodology, collecting data from observations of these teachers in different contexts and from semistructured interviews based on their life histories. One goal of the research was, in the light of psychoanalysis, using the author Wilfred Ruprecht Bion as a theoretical framework, to understand the relationships that teachers establish with the experimental activities and how to deal with the frustrations that these activities generate. We propose an organization into categories to describe the trajectories of these two teachers, showing generally how they deal with frustrations, sometimes confronting them, sometimes avoiding them. From observation and interviews in continuing education environment, our second goal was to reflect on how the continuing education courses are acting to support the teacher who seeks these courses and most of the time is in a state of dependence rather than having the autonomy presupposed by the formers. We realize that formers generally are not serving as containers to the frustrations and anxieties arising from emotional experiences of the teachers that emerge from contact with the experimental activities. Thus we conclude that we should rethink the continuing education courses so that they address the subjectivity of the teacher.