Indutores de problematização aplicados a uma aula de antropologia e dilema moral emergente

Este artigo relata uma experiência ocorrida no âmbito do ensino de estudantes do curso de educação social que, após terem realizado uma investigação de cariz antropológica num bairro da cidade do Porto a partir do conceito de “não-lugares” de Marc Augé, continuavam sem “ver” e “reconhecer” os seus h...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: José Luís Gonçalves
Format: Article
Language:English
Published: Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti 2011-12-01
Series:Saber & Educar
Subjects:
Online Access:http://repositorio.esepf.pt/bitstream/handle/10000/512/S%26E16_IndutoresProblematizacao.pdf?sequence=2
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description Este artigo relata uma experiência ocorrida no âmbito do ensino de estudantes do curso de educação social que, após terem realizado uma investigação de cariz antropológica num bairro da cidade do Porto a partir do conceito de “não-lugares” de Marc Augé, continuavam sem “ver” e “reconhecer” os seus habitantes, permanecendo estes sem rosto e nome concretos nas transcrições e nos discursos destes estudantes. O problema da invisibilidade aqui abordado foi trabalhado em sala de aula a partir do modelo teórico da problematização e aplicado, neste caso, aos dilemas morais suscitados no espírito do professor quando se apercebeu da incapacidade dos estudantes em “verem” (= reconhecerem) os habitantes do bairro. O problemático surgiu quando esta experiência demonstrou que a formação humanista dos educadores sociais que se pretende alcançar ao longo do curso ainda não estava assumida. A partir desta constatação, e socorrendo-se do losango de problematização sugerido por Fabre & Musquer (2009), o docente optou por uma abordagem de ensino centrada numa epistemologia moral que realçasse as formas de olhar com indiferença ou eivadas de estereótipos ‘através de outrem’, sem levar em consideração o sujeito no seu estatuto de pessoa. Pretende futuramente retirar dos ferimentos morais (inconscientemente) infligidos pelos estudantes aos habitantes ‘invisíveis’ os princípios morais do conceito de reconhecimento que, para o ser, requer a aprendizagem de uma certa literacia moral, especialmente dos educadores sociais.This article describes an experience that occurred in when teaching students of the social education degree, whom, after having conducted an anthropological investigation in a neighborhood of Oporto based on the concept of “non-places” of Marc Augé, continued not “seeing” and “recognizing” the people, who remained faceless and nameless in the specific transcripts and speeches of these students. The problem of invisibility raised here has been worked in the classroom from the theoretical model of problematization and applied in this case to the moral dilemmas that arose in the spirit of the teacher when he has realized the inability of students to “see” (= recognize) the inhabitants of the neighborhood. The problem has risen when this experiment showed that the humanist education of social educators, supposed to be attained through classes, had not yet developed. From this finding, and the use of the diamond of problematization from Musquer suggested by Fabre (2009), the teacher has chosen a method of teaching moral epistemology focused on brought to light ways of looking with indifference or mired the stereotypes “through others” without regarding the subject in his personal status. In the future it is intended to withdraw from moral injuries, inflicted (unconsciously) by students to those ‘invisible’ ones, the moral principles of the concept of recognition, which requires the learning some moral literacy, especially of social educators.Notre communication propose un cas dans l’enseigne-ment des étudiants de l’éducation sociale, après avoir fait un des projets de recherche anthropologique sur un quartier de Porto à partir de la notion de «non-lieux» de Marc Augé, a continué sans «voir» ni «reconnaître» ses habitants, les laissant sans un béton visage et un nom. Le modèle théorique de la problématisation a été appliqué dans ce cas, les dilemmes moraux découlant de l’émergence de «l’invisibilité» des habitants du quartier. Nous allons analyser l’activité des problématisation menés dans la salle de classe grâce à la mise en oeuvre de la théorie d’«inducteurs de problématisation» pour l’anthropologie dans le travail communautaire. Nous avons choisi de mettre l’accent sur une épistémologie morale qui met l’accent sur les moyens de regarder avec indifférence ou obscurcie par des stéréotypes »par les autres, quel que soit le sujet dans sa personnalité. Nous avons l’intention de se retirer du préjudice moral (inconsciemment) infligées aux habitants «invisibles» des principes moraux de la notion de reconnaissance, d’être, exige l’apprentissage d’une certaine literacie morale.Este artículo describe una experiencia que ocurrió en el ámbito de la enseñanza de los estudiantes de educación social, los cuáles después de haber realizado una investigación de naturaleza antropológica en un barrio de Oporto a partir del concepto de “no-lugares” de Marc Augé, continuaron sin “ver “y” reconocer” a sus habitantes, permaneciendo estos sin rostro y nombre en las transcripciones específicas y los discursos de estos estudiantes. El problema de la invisibilidad planteado aquí ha sido trabajado en el aula a partir del modelo teórico de la problematización y aplicado en este caso a los dilemas morales que surgen en el espíritu del profesor cuando se ha dado cuenta de la incapacidad de los estudiantes de “ver” (= reconocer) los habitantes del barrio. El problema ha surgido cuando este experimento demostró que la educación humanista de los educadores sociales, que debe alcanzarse a través de las clases, no se ha todavía desarrollado. A partir de este hallazgo, y el uso del diamante de problematización sugerido por Musquer y Fabre (2009), el profesor ha elegido un método de enseñanza centrado en la epistemología moral para mejorar las formas de mirar con indiferencia o sumidos en los estereotipos “a través de los demás” sin tomar en consideración el sujeto en su estatuto personal. Tiene la intención de retirarse de las lesiones morales en el futuro, infligidas (inconscientemente) por los estudiantes a las personas ‘invisibles’, los principios morales del concepto de reconocimiento, lo cuál requiere un aprendizaje de una cierta alfabetización moral, especialmente de los educadores sociales.
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O problemático surgiu quando esta experiência demonstrou que a formação humanista dos educadores sociais que se pretende alcançar ao longo do curso ainda não estava assumida. A partir desta constatação, e socorrendo-se do losango de problematização sugerido por Fabre & Musquer (2009), o docente optou por uma abordagem de ensino centrada numa epistemologia moral que realçasse as formas de olhar com indiferença ou eivadas de estereótipos ‘através de outrem’, sem levar em consideração o sujeito no seu estatuto de pessoa. Pretende futuramente retirar dos ferimentos morais (inconscientemente) infligidos pelos estudantes aos habitantes ‘invisíveis’ os princípios morais do conceito de reconhecimento que, para o ser, requer a aprendizagem de uma certa literacia moral, especialmente dos educadores sociais.This article describes an experience that occurred in when teaching students of the social education degree, whom, after having conducted an anthropological investigation in a neighborhood of Oporto based on the concept of “non-places” of Marc Augé, continued not “seeing” and “recognizing” the people, who remained faceless and nameless in the specific transcripts and speeches of these students. The problem of invisibility raised here has been worked in the classroom from the theoretical model of problematization and applied in this case to the moral dilemmas that arose in the spirit of the teacher when he has realized the inability of students to “see” (= recognize) the inhabitants of the neighborhood. The problem has risen when this experiment showed that the humanist education of social educators, supposed to be attained through classes, had not yet developed. From this finding, and the use of the diamond of problematization from Musquer suggested by Fabre (2009), the teacher has chosen a method of teaching moral epistemology focused on brought to light ways of looking with indifference or mired the stereotypes “through others” without regarding the subject in his personal status. In the future it is intended to withdraw from moral injuries, inflicted (unconsciously) by students to those ‘invisible’ ones, the moral principles of the concept of recognition, which requires the learning some moral literacy, especially of social educators.Notre communication propose un cas dans l’enseigne-ment des étudiants de l’éducation sociale, après avoir fait un des projets de recherche anthropologique sur un quartier de Porto à partir de la notion de «non-lieux» de Marc Augé, a continué sans «voir» ni «reconnaître» ses habitants, les laissant sans un béton visage et un nom. Le modèle théorique de la problématisation a été appliqué dans ce cas, les dilemmes moraux découlant de l’émergence de «l’invisibilité» des habitants du quartier. Nous allons analyser l’activité des problématisation menés dans la salle de classe grâce à la mise en oeuvre de la théorie d’«inducteurs de problématisation» pour l’anthropologie dans le travail communautaire. Nous avons choisi de mettre l’accent sur une épistémologie morale qui met l’accent sur les moyens de regarder avec indifférence ou obscurcie par des stéréotypes »par les autres, quel que soit le sujet dans sa personnalité. Nous avons l’intention de se retirer du préjudice moral (inconsciemment) infligées aux habitants «invisibles» des principes moraux de la notion de reconnaissance, d’être, exige l’apprentissage d’une certaine literacie morale.Este artículo describe una experiencia que ocurrió en el ámbito de la enseñanza de los estudiantes de educación social, los cuáles después de haber realizado una investigación de naturaleza antropológica en un barrio de Oporto a partir del concepto de “no-lugares” de Marc Augé, continuaron sin “ver “y” reconocer” a sus habitantes, permaneciendo estos sin rostro y nombre en las transcripciones específicas y los discursos de estos estudiantes. El problema de la invisibilidad planteado aquí ha sido trabajado en el aula a partir del modelo teórico de la problematización y aplicado en este caso a los dilemas morales que surgen en el espíritu del profesor cuando se ha dado cuenta de la incapacidad de los estudiantes de “ver” (= reconocer) los habitantes del barrio. El problema ha surgido cuando este experimento demostró que la educación humanista de los educadores sociales, que debe alcanzarse a través de las clases, no se ha todavía desarrollado. A partir de este hallazgo, y el uso del diamante de problematización sugerido por Musquer y Fabre (2009), el profesor ha elegido un método de enseñanza centrado en la epistemología moral para mejorar las formas de mirar con indiferencia o sumidos en los estereotipos “a través de los demás” sin tomar en consideración el sujeto en su estatuto personal. Tiene la intención de retirarse de las lesiones morales en el futuro, infligidas (inconscientemente) por los estudiantes a las personas ‘invisibles’, los principios morales del concepto de reconocimiento, lo cuál requiere un aprendizaje de una cierta alfabetización moral, especialmente de los educadores sociales.http://repositorio.esepf.pt/bitstream/handle/10000/512/S%26E16_IndutoresProblematizacao.pdf?sequence=2AntropologiaProblematizaçãoAnthropologyAnthropologieProblématisationAntropologíProblematización